Da Agência Brasil
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, disse ontem (20) que está disposta a mostrar para os deputados os dados e informações sobre o Bolsa Família para que os recursos previstos na proposta de Lei Orçamentária da União para 2016, da ordem de R$ 28,8 bilhões, sejam mantidos. A declaração da ministra foi em decorrência da afirmação do relator do Orçamento do ano que vem, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de que está analisando um possível corte de R$ 10 bilhões na verba do Bolsa Família.
“Nós estamos à disposição para mostrar para os nossos deputados, para ir lá mostrar todas as informações e garantir que esse recurso continue no Orçamento porque as famílias precisam, e nós queremos que elas continuem recebendo”, disse. “Eu acredito que a gente precisa conversar muito porque temos muita convicção de que os recursos do Bolsa Família estão estimados corretamente para o ano que vem”, acrescentou. A ministra conversou com os jornalistas após participar do programa Cenas do Brasil da TV NBR.
Durante o programa, Tereza Campello fez um balanço do Bolsa Família que hoje mantém 17 milhões de crianças nas escolas e possibilita acompanhamento médico a 9 milhões de famílias. Segundo a ministra, hoje o programa gasta cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto para atender a cerca de 14 milhões de famílias. “Cinquenta milhões de pessoas. Metade tem menos de 18 anos de idade”, afirmou.
Ela falou também sobre o impacto do programa na população, destacando um estudo que mostra a importância do Bolsa Família no combate à tuberculosa e hanseníase. “O Brasil tem conseguido, no público do Bolsa Família, detectar, curar e prevenir a hanseníase e a tuberculose, que são duas doenças com difícil tratamento. A gente nunca imaginou, quando foi montar o Bolsa Família, que a gente ia ter impacto em hanseníase e tuberculose. E hoje temos como comprovar isso”.
A presidenta da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, também participou do programa e disse que o grande desafio do Bolsa Família é a comunicação com os beneficiários e, nesse sentido, ela informou que o banco está lançando um aplicativo que vai melhorar essa comunicação. Com ele, segundo ela, será possível mandar mensagens para os beneficiários. A ferramenta ajuda também a dar informações diminuindo as dúvidas que chegam às centrais de atendimento.
“São 2 milhões e 800 mil ligações por mês que as centrais recebem. O aplicativo cobre 83% das informações solicitadas nessas ligações. São o valor do beneficio, o calendário, quando vai ser a data do pagamento, qual a situação do benefício, o espaço da Caixa mais perto para receber o benefício”, afirmou Miriam Belchior. A ferramenta está disponível para download gratuito em celulares com sistemas operacionais Android, Windows Phone e IOS.
O representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, que também participou do Cenas do Brasil da TV NBR, afirmou que o Bolsa Família é uma referência mundial em programa de transferência de renda.
“Muitos países da África copiaram o modelo brasileiro de transferência de renda, de proteção social. Etiópia, Senagal. Muitos países que se interessaram pelo programa vieram para o Brasil e também com a capilaridade da FAO. A FAO promoveu esse tipo de programas de renda, adaptou para as condições desses países”.
O Bolsa Família completou ontem 12 anos de existência. O programa é direcionado a famílias em situação de pobreza (renda por pessoa entre R$ 77,01 e R$ 154 por mês) e extrema pobreza (renda por pessoa de até R$ 77 por mês). Atualmente, são atendidas mais de 13,9 milhões de famílias em todo o país.