MEC libera R$ 85,2 milhões para uso dos hospitais universitários

O Ministério da Educação liberou R$ 85,2 milhões em recursos financeiros para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada à pasta, para o custeio dos hospitais, a compra de materiais de consumo, como medicamentos, e aplicação no patrimônio. Desse valor, R$ 32 milhões fazem parte do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf).

“A liberação desse valor por parte do MEC, na reta final de fechamento do ano, foi fundamental para mantermos o mesmo volume de recursos do ano passado, abastecer os nossos hospitais e fazer investimentos em projetos que precisavam desses repasses extras”, explicou o diretor vice-presidente da Ebserh, Paulo Henrique Costa. “Dessa forma, estamos preparados para o fechamento do ano e para o novo ciclo de investimentos e custeio em 2018.”

As filiais da Ebserh estão localizadas em 20 estados do país, mais o Distrito Federal. Além delas, outras unidades não filiadas, de três estados, recebem recursos do Rehuf. São elas: Hospital de Clínicas de Uberlândia, em Minas Gerais, Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o complexo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que possui oito unidades.

Ao longo de 2017, o MEC liberou para a Ebserh R$ 317.190.902,00 para serem investidos no Rehuf; R$ 120.815.000,00 no Programa Mais Médicos; R$ 3.200.259.053,00 para o pagamento de pessoal, benefícios e sentenças judiciais; R$ 161.516.370,00 para recursos de custeio; e R$ 29.607.328,00 para recursos de investimento.

Programa – Os recursos do Rehuf são geridos pela Ebserh e são oriundos dos ministérios da Educação e da Saúde. O investimento é destinado à reestruturação e revitalização dos hospitais das universidades federais, integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

O objetivo do programa é criar condições materiais e institucionais para que os hospitais universitários federais possam oferecer atendimento médico e hospitalar de qualidade à população, assim como proporcionar a formação qualificada de profissionais da área de saúde.

O programa também prevê o financiamento compartilhado das filiais entre as áreas da educação e saúde e contempla iniciativas de modernização da estrutura física e do parque tecnológico dos hospitais.

Secretaria de Educação anuncia ampliação das escolas em tempo integral

Hoje (11) a Secretaria de Educação de Pernambuco anuncia ampliação do número de escolas em tempo integral para 2018. Os detalhes serão informados em coletiva de imprensa, às 10h, na sala de reunião do gabinete da Secretaria de Educação do Estado.

Na ocasião, o secretário estadual de Educação, Fred Amancio, apresentará detalhes das três linhas de ampliação: as novas escolas em tempo integral, as escolas de Referência que serão transformadas em Escolas Técnicas e as escolas integrais com jornada dupla, essa última é a grande novidade do programa de educação integral.

Serviço:

Anúncio de ampliação das escolas em tempo integral
Data: 11.12.17 (segunda-feira)
Horário: 10h
Local: Sala de reunião do gabinete da Secretaria de Educação do Estado (Bloco D, 1° andar, Av. Afonso Olindense, 1513, Várzea)

O país exige uma reforma… dos privilégios!

Por Paulo José Cunha/Congresso em Foco

Nunca se falou tanto em “reforma”. Paradoxalmente, nunca se reformou tão pouco. A reforma política empacou e não deve andar até que se consiga fechar um acordo capaz de reformar o “modus operandi” da política sem mexer na zona de conforto em que se encontram os “operadores” dessa reforma, ou seja, os próprios políticos.

“Desse jeito nunca vai haver reforma porque ninguém joga contra o patrimônio, néaaaann?”, argumentará a loura falsa, jogando o cabelo pro outro lado. “Claro que não, miga. Uma reforma dessas só será aprovada com prazo de entrada em vigor num futuro bem distante, que não comprometa os planos imediatos dos políticos que venham a aprová-la”, completo eu. E segue o baile.

A reforma trabalhista, criticada por gregos, troiados, hunos e baianos, reformou bem pouca coisa. O pouco onde mexeu só ajudou o patronato e prejudicou relações trabalhistas estáveis e históricas. A Universidade Estácio de Sá, com base na nova legislação, acaba de demitir 1.200 professores para recontratá-los por um salário menor e sem obrigações trabalhistas.

Por sua vez, a reforma tributária subiu e se aboletou no telhado. Não sai de lá nem com reza forte. Para aprová-la em sua plenitude é necessária uma articulação com atores de todos os níveis e estratos políticos e econômicos. E considerar interesses nacionais, estaduais e municipais. É serviço pra gente grande, tarefa que exige política de alto coturno. Por isso tão cedo ela não vai descer do telhado. Se descer.

<< Pelo menos 124 deputados da base governista dizem votar contra reforma da Previdência, diz jornal Já a reforma previdenciária é alvo de artilharia pesada tanto de quem fala com propriedade quanto de quem só quer se aproveitar da onda pra fazer politicagem barata. Está mais desidratada do que nordestino na seca. Se for aprovada este ano, do que todas as torcidas duvidam, o que restará dela será um fiapo do projeto original. Quem concorda em abrir mão de um privilégio? Pouco se fala é da necessidade de uma reforma dos privilégios (na verdade, sua extinção), que deveria anteceder a todas as outras reformas. É muito difícil abrir mão de um privilégio. Quem, a não ser o Tiririca naquele discurso em que renunciou sem renunciar, está disposto a abrir mão do carro oficial? E do auxílio-moradia, mesmo tendo casa em Brasília? E do auxílio-creche? Será que aquele juiz do Mato Grosso abriria mão dos R$500 mil reais que embolsou num único mês? E as viagens oficiais? E os penduricalhos nos contracheques? Suas excelências topariam abrir mão do foro privilegiado, única proteção que restou aos gatunos de Pindorama? Os privilégios são de tal ordem que deixam o realismo mágico de Gabriel García Marquez num chinelo de dedo. Absurdos como punir o magistrado criminoso com a “pena” de aposentá-lo com salário integral. Parece gozação. Mas não é. Pindorama é extremamente criativa. Mesmo em países onde também há a “pena” da aposentadoria compulsória, como Portugal, também existe a hipótese de pura e simples demissão do magistrado do serviço público, “com a cessação de quaisquer vínculos com a função pública, inclusive de caráter remuneratório. Além disso, há a previsão de suspensão temporária do serviço público, também sem o recebimento dos vencimentos”, como lembra o deputado Wadih Damous, do PT, ex-presidente da seccional da OAB no Rio de Janeiro. Na saltitante Terra dos Papagaios, não. Magistrado condenado vai é pra casa, viver no bem-bom, com salário integral, sem nada pra fazer nada pelo resto da vida, em pleno gozo da “condenação” compulsória. Realismo mágico? Não: realismo safado. Privilégios imorais e… ilegais! Privilégios são requeridos mesmo quando não há provisão legal. Tal como aquela ministra tucana cara de pau que queria porque queria acumular – superando o teto constitucional – vencimentos de desembargadora aposentada com os de ministra de estado. Só recuou diante da indignação e de gozações de toda ordem. Sua excelência só queria um privilegiozinho: embolsar R$61 mil bagarotes por mês, superando o teto e a decência. Sabem o que aconteceu com ela? Nada. Continua ministra. Privilégios são resquícios do absolutismo, quando o rei podia tudo e a patuleia lambia as sobras, se as houvesse. Naturalizaram-se de tal forma que nem os prejudicados percebem. Uma vez, numa cidade do interior do Piauí, ouvi uma senhora comentar que, “agora sim, o fulano foi eleito, portanto vai mandar fazer uma estrada passando na fazenda dele”. “Mas ele não pode governar em causa própria”, contestei, ingenuamente. “Claro que pode”, respondeu. E acrescentou, definitiva: “Trabalhou pra se eleger e se elegeu. Se não pudesse usufruir do poder que conquistou, pra que iria se candidatar?” Lustosa da Costa, amigo saudoso, uma vez apontou para um figurão que descia de um carro oficial e comentou: “Aquele ali tem mais de 30 anos que não abre porta de carro”. Outro dia o jovem deputado Pedro Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, fez um discurso lapidar, em que defendeu uma reforma dos privilégios, lembrando que, em nosso país, as “necessidades” (aspas minhas) das excelências estão sempre à frente das necessidades do trabalhador, da dona de casa e da população mais pobre. O diabo é que só as excelências têm o poder de inverter a prioridade, aprovando leis que extingam os privilégios. E as excelências, cada vez mais, vêm se tornando indignas do título pelo qual são tratadas. Entre extinguir os privilégios e usufruir deles, coração, adivinha de que lado nossas excelências estão?

Pensionistas e aposentados representam 14,2% da população, aponta Ipea

Congresso em Foco

No momento em que a reforma da Previdência é um dos maiores debates do governo e do Congresso, que planeja aprovar o texto na Câmara ainda neste ano, no dia 18 de dezembro, um estudo inédito do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a participação de aposentados e pensionistas na população total cresceu 72,1% em 23 anos. De acordo com dados da Pesquisa por Amostragem de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1992 a 2015, a fatia de inativos passou de 8,2% para 14,2%.

O estudo divulgado nesta segunda-feira (11) pelo jornal O Globo mostra que em 1992 havia um beneficiário para cada 12 brasileiros. Já em 2015, essa proporção passou para um aposentado ou pensionista para cada sete brasileiros. De acordo com os dados, os idosos com mais de 80 anos passaram de 10,5% para 13%, entre 1992 e 2015. No período, no caso da idade média dos aposentados, o salto foi de 65,6 anos para 67,9 anos.

Na comparação entre estados, o Rio Grande do Sul foi a região onde houve um maior aumento na parcela de aposentados e pensionista na população. Saltou de 10,3% em 1992, para 20,4 em 2015. Santa Catarina aparece em segundo com salto de 8% para 18,4% e Rio de Janeiro em terceiro lugar, passando de 11,6% para 16,1% no mesmo período.

O estudo mostra ainda que 79% da renda das aposentadorias precoces são apropriadas pelos 30% mais ricos da população brasileira. O percentual cai para 63,2% quando se considera os aposentados acima dos 70 anos. As aposentadorias precoces, atualmente, são concedidas para mulheres entre 46 anos e 54 anos e homens entre os 51 e 59 anos.

Pelas regras atuais, não há idade mínima para aposentadoria no regime geral (INSS). Para conseguir o benefício é preciso ter 35 anos de contribuição no caso de homens e 30 anos no caso de mulheres. Neste caso, os trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho mais cedo acabam sendo privilegiados. Para grande parte dos trabalhadores, a aposentadoria costuma ocorrer por idade; homens aos 65 anos e mulheres aos 60, com o benefício de um salário mínimo.

Os servidores públicos, alvo de ataque do governo para convencer parlamentares e a sociedade sobre a importância de aprovar o texto, dispõe de uma idade mínima menor que a dos trabalhadores da iniciativa privada: 60 anos para homem e 55 anos para mulheres.Neste ponto, o governo pretende aumentar para 25 anos o tempo mínimo de contribuição no caso de servidores públicos. Trabalhadores da iniciativa privada permaneceriam com 15 anos mínimos de contribuição.

‘Não tenho medo de ser preso’, diz Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF

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Folhapress

Presidente da CBF por duas décadas até 2012, Ricardo Teixeira foi acusado por delatores na Justiça dos Estados Unidos de ter recebido propina na venda de direitos comerciais da entidade.

Investigado em pelo menos quatro países (EUA, Espanha, Uruguai e na Suíça), o cartola de 70 anos se diz inocente e nega ter recebido dinheiro irregularmente. “Isso não existe. Se me deu comissão, mostra. Diz o banco. Diz a data. Manda o governo americano mostrar o papel”, afirma à reportagem.

Desde 2015, quando o FBI tornou público a investigação por corrupção no futebol, Ricardo Teixeira nunca mais deixou o Brasil. O ex-presidente da confederação disse que não voltou ao EUA para “não se aborrecer” e também por causa da sua saúde. Ele fez um transplante renal em 2013.

“Se der uma ziquizira lá, vou ter problema para resolver”, contou, no final da tarde de quarta-feira (6) num restaurante da zona sul do Rio. Em uma hora, Teixeira tomou um café e duas cervejas, que, segundo ele, servem como diurético.

O ex-comandante da CBF afirma que o empresário J.Hawilla, seu ex-amigo e principal delator nos EUA, está “descompensado”. Na Corte de Justiça do Brooklyn, nos EUA, o empresário disse, na segunda-feira (4), que pagou ao ex-presidente da entidade pelo menos US$ 10 milhões em propina.

“Ele está completamente descompensado e quer resolver o problema dele”, afirmou. Ele foi indiciado com outros 15 dirigentes pelo Departamento de Justiça dos EUA em 2015. Hawilla também acusa o cartola de receber propina pela venda da Copa do Brasil em 2013. Segundo o empresário, Teixeira, José Maria Marin, presidente da CBF na época, e Marco Polo Del Nero, atual comandante da entidade, dividiam R$ 1,5 milhão em propina por edição até 2022.

“Não consigo entender essa lógica. Eu rescindo o contrato e a Traffic continua me pagando comissão por ele”, afirmou Teixeira, referindo-se ao acordo anterior rompido com a empresa. Em 2012, a Klefer comprou os direitos do torneio e fechou uma parceria com a Traffic até 2022.

Hawilla apresentou áudios no julgamento de Marin em que negocia com o dono da Klefer, o ex-presidente do Flamengo Kleber Leite, supostas propinas para o ex-presidente da CBF.

Defensor da Globo
Teixeira defende o Grupo Globo, que foi acusado de pagar propina para Julio Grondona (1931-2014), ex-presidente da AFA e então membro do comitê financeiro da Fifa, na compra dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030.

A acusação foi feita pelo argentino Alejandro Burzaco, ex-homem forte da companhia de marketing argentina Torneos y Competencias, em depoimento em Nova York, em novembro. “Não acredito nisso. Isso é mais uma mentira. Não tenho procuração da Globo, mas isso não existe”, afirmou o ex-mandatário da CBF.

O Grupo Globo confirmou a compra dos direitos de transmissão das duas edições citadas da Copa do Mundo, mas se disse “surpreso” com as alegações feitas no julgamento e negou pagar propinas.

“O Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na Justiça americana. Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos”, disse em nota.

PERGUNTA – Hawilla disse que pagava propina ao senhor para a seleção disputar os torneios com o time titular.
RICARDO TEIXEIRA – Isso não existe. Tenho o contrato aqui [mostra os documentos]. Ele deve estar falando disso [mostrando o contrato da Copa América de 2004, disputada no Peru]. Aqui tem um aditivo, que mostra que a Traffic pagou a CBF uma cota suplementar de US$ 1,5 milhão para a seleção disputar “os jogos do evento com os melhores jogadores profissionais disponíveis”. No dia 28 de julho daquele ano, o dinheiro foi parar na conta da CBF no Banco Rural. Foi depositado R$ 4,527 milhões na conta da CBF. Naquele ano, a seleção ainda disputou o torneio com alguns reservas [Roberto Carlos e Cafu foram poupados por Parreira e Ronaldo cortado].

P – Hawilla diz que o senhor era beneficiário de propina para a compra de direitos econômicos da Copa do Brasil e que continuou ganhando mesmo depois de sair da CBF.
RT – Isso começa na Copa América de 2011, quando a Traffic perde o contrato do torneio e decide entrar na Justiça contra todas as dez federações do continente. Quando eles fizeram isso, a Conmebol exigiu que todos as confederações rompessem com a Traffic. A empresa tinha com a CBF o contrato da Copa do Brasil e o televisionamento da seleção. Chamei o Kleber [Leite, dono da Klefer e ex-presidente do Flamengo], e ele me deu 20% acima do que a Traffic me pagava em dólar pela Copa do Brasil. Não consigo entender essa lógica. Eu rescindo o contrato e a Traffic continua me pagando comissão por contrato. Isso tem lógica?

P – A lógica dele é que o senhor manteve a estrutura de poder. Colocou o José Maria Marin no seu lugar [pelo estatuto da CBF, o vice mais velho assume o poder em caso de renúncia]. Tem também a gravação de conversa do Hawilla e do Kleber Leite discutindo o valor da propina ao senhor.
RT – Isso é o que ele justifica. Eu rescindi o contrato com ele e passei o negócio para a Klefer. Mais na frente, a Klefer acertou com a Traffic uma parceira no contrato. Não tenho nada com isso. Já estava fora da CBF desde 2012. Como vou romper o contrato e ganhar comissão? Isso não existe. É ridículo.

P – Como encara o depoimento da Hawilla, parceiro da CBF por anos, dizendo que o senhor recebeu milhões em propina?
RT – Ele está completamente descompensado e quer solucionar o problema dele. Olha a carta que a Traffic mandou para a Klefer em 2015 [após as prisões na Suíça]. Nela [mostrando o documento], a Traffic diz que o senhor J.Hawilla está fora da empresa. Fala que a empresa desconhece o teor da delação nos EUA e diz que quer retomar a parceria com a Klefer. A carta é assinada pelo filho dele, o Stefano de Menezes Hawilla.

P – O senhor é acusado por outros depoentes de receber. Quanto o senhor ganhou em propina?
RT – Nunca recebi propina.

P – A Justiça do Rio está apreciando um recurso do senhor contra o Banco do Brasil. O pedido é para que o banco aceite receber cerca de US$ 22 milhões que estavam na conta de um banco em Mônaco.
RT – Foi um dinheiro que fiz no Brasil, declarado no meu Imposto de Renda. Essa quantia foi transferida oficialmente para o exterior, quando fui morar fora [após renunciar em 2012]. Tenho a entrada dele também na CBF. Eu mandei esse dinheiro para [o banco em Mônaco] quando fui morar nos EUA. Estou de volta ao Brasil e quero de volta.

P – Por que o Banco do Brasil não quer receber?
RT – Não é isso. Eu já trouxe um monte [de dinheiro]e vou trazer mais esse restante. É minha única conta no exterior.

P – E a origem do dinheiro dessa conta?
RT – Era o dinheiro que ganhava aqui. Eu recebia também da Fifa no Brasil [o cartola foi presidente do Comitê Organizador da Copa e integrante do Comitê Executivo da Fifa]. Eu trazia esse dinheiro para o Brasil, colocava no Imposto de Renda e botava no caixa. Foi dinheiro também da venda de casa nos EUA.

P – O senhor já recebeu dinheiro da TV Globo para facilitar na venda dos direitos?
RT – Nunca. Não acredito nisso. Isso é mais uma mentira. Não tenho procuração da Globo, mas isso não existe.
Digo mais. Todas vez que participei de reuniões da Globo na Fifa, eles nunca nem me pagaram passagem. Ia com a passagem paga pela CBF.

P – Del Nero diz que nunca recebeu propina e alega que os contratos suspeitos foram assinados pelo senhor ou pelo Marin.
RT – Esses contratos foram realmente feitos na minha gestão e foram reformados por ele. Não sei como foi feito, nunca voltei à sede da CBF.

P – Vários dirigentes do continente admitiram que receberam propina. Apenas o senhor, o Del Nero e o Marin seguem negando.
RT – Chega um momento que você se cansa de falar as coisas. Teve um argentino [Alejandro Buzarco, da Torneos y Competencias] que disse que me pagava propina. Nunca vi esse cara. Isso não existe. E depois tem outra. Me deu a comissão? Mostra. Diz o banco. Diz a data. Manda o governo americano mostrar o papel. Agora, o Hawilla disse que mandou dinheiro em meu nome para contas bancárias em Hong Kong e Jerusalém. Nunca tive nada nesses países. Me mostre esse dinheiro.

P – O senhor pensa em fazer uma delação nos EUA?
RT – Delação de que?

P – Mas não pretende nem esclarecer essa situação com os promotores? O senhor nunca mais deixou o Brasil, assim como Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.
RT – O meu caso é um pouco diferente. Se der um ziquizira com o meu transplante [renal], vou ter problema para resolver. Por isso, prefiro ficar aqui. E também não quero me aborrecer [nos EUA]. Mas não vejo problema, tenho duas filhas que moram nos EUA.

P – Em junho, o senhor disse que tudo que o “acusam no exterior não é crime no Brasil”. Qual crime o senhor acredita que cometeu?
RT – Me expressei mal. Eu digo que comissão privada não é crime. Pergunta a qualquer advogado brasileiro.

P – Mas o senhor recebeu?
RT – Não. Isso é irrelevante.

P – O Sandro Rosell está preso há mais de seis meses. Os promotores espanhóis acusam ele, o senhor e mais três pessoas de integrarem uma “organização criminal transnacional” e de “lavar dinheiro proveniente de comissões ilícitas” da “venda dos direitos sobre a seleção”.
RT – Não recebi nada. É uma pena que está acontecendo com o Sandro, que fez um belo trabalho no Barcelona, na Nike e na ISL [antiga agência de marketing da Fifa].

P – Os espanhóis pediram ao Brasil a prisão do senhor. E também enviaram ao Brasil o processo. O senhor não teme ser preso?
RT – Não temo [ser preso]. Eu já fui investigado centenas de vezes.

Reforma da Previdência vai muito bem, diz Temer na OMC

O presidente Michel Temer disse neste domingo (10), em Buenos Aires, ao final da cerimônia de abertura da 11º reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) que “a reforma da Previdência vai muito bem”.

Acrescentou que a discussão terá início na próxima quarta-feira (13) e deve seguir até a terça-feira (19) “e quem sabe na terça-feira nós conseguimos fechar”.

O presidente disse que fecharam a questão o PMDB, o PTB e o PPS. “Hoje pela manhã falei com os presidentes do PSD e do PRB e estão todos entusiasmados para o eventual fechamento da questão”.

No caso de não ser possível cumprir esse prazo, Temer disse que a “matéria da Previdência não vai parar. Se não for neste ano será no início do ano que vem.”

Temer comentou que, ao se deslocar até o aeroporto para vir a Buenos Aires, viu um cartaz que dizia: “Temer quer que você trabalhe até morrer”.

E disse: “isso é falso, é mentiroso, sou obrigado a dizer isso porque vocês sabem que hoje as pessoas se aposentam com 55 anos, homem, e 53, mulher, ninguém morreu até essa data. E evidentemente, para você chegar até os 65 anos, homem, e 63 anos mulheres, vai levar 20 anos, também ninguém morre antes desse período.”

União Europeia

Temer disse, ainda, que os ministros dos países do Mercosul e os da União Europeia ficarão em Buenos Aires discutindo detalhes do acordo e espera que algo possa ser anunciado ao final. “Existem algumas questões técnicas e quem sabe até quarta-feira eles conseguem superar essas questões.”

Ministros usam aviões da FAB para dar carona a familiares e lobistas

Ministros do governo de Michel Temer usaram voos da Força Aérea Brasileira (FAB), requisitados com o propósito de cumprir agendas de trabalho, para transportar parentes, amigos e representantes do setor privado. Há carona a mulheres e filhos, que não têm vínculo com a administração pública.

A reportagem levantou as informações por meio da Lei de Acesso à Informação. O decreto 4.244/2002, que dispõe sobre os voos, permite o uso da frota “somente” para o transporte de vice-presidente, ministros de Estado, chefes dos três Poderes e das Forças Armadas, salvo nos casos em que há autorização especial do ministro da Defesa. A norma não autoriza expressamente o embarque de pessoas sem cargo ou função pública. Também não há previsão para que congressistas peguem carona.

A reportagem obteve dados de viagens feitas por 12 ministros. Seis deles levaram filhos ou esposas na comitiva, não raro para cumprir agendas em locais turísticos. Um sétimo deu carona para a mulher de um colega de Esplanada. Três das autoridades levaram amigos a bordo e três transportaram empresários ou lobistas. Sete pastas não apresentaram as relações de passageiros.

Entre 13 e 16 de outubro de 2016, a FAB cedeu um de seus jatos para que o titular do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), participasse de encontro sobre sustentabilidade no Pantanal. O evento, emendado com o dia das crianças, se deu no Refúgio Ecológico Caiman, hotel luxuoso em Miranda (MS). Na comitiva estava o filho de 11 anos do ministro.

Bruno Araújo (PSDB), que se desligou recentemente das Cidades, levou a mulher, Maria Carolina, em ao menos seis viagens oficiais. Em junho de 2016, o casal embarcou para Campina Grande (PB) no dia da abertura do “Maior São João do Mundo”. Os dois, na sequência, embarcaram para o Recife, onde mantêm domicílio. Era uma sexta-feira.

Desde 2015, é proibido aos ministros usarem voos da FAB para retorno à residência. Maria Carolina fez ao menos mais cinco viagens em aeronaves oficiais, das quais três passando por Pernambuco, sempre em fins de semana ou datas coladas a sábado ou domingo. Em duas ocasiões, a filha do casal estava junto.

O peemedebista Helder Barbalho (Integração Nacional) -provável candidato ao governo do Pará- também levou a mulher, Daniela, para um São João, o tradicional Arraial dos Caetés, em Bragança, em junho. Foi uma viagem em família, com a presença do pai do ministro, o senador Jader Barbalho, e da mãe, a deputada Elcione Barbalho, ambos do PMDB.

A FAB alega que recebe das autoridades a lista dos passageiros, mas não tem responsabilidade sobre as comitivas.

Em abril, uma caravana de casais saiu de Brasília rumo a Foz do Iguaçu (PR) para a premiação do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), grupo da família do prefeito João Doria (PSDB).

O voo foi requisitado à FAB pelos ministros Dyogo Oliveira (Planejamento) e Sarney Filho, que embarcou junto da mulher, Camila Serra. Também viajaram o tucano Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), que pediu demissão na sexta (8), e a mulher, Márcia, que também pegou carona em outras missões oficiais.

Fizeram companhia no avião, com suas mulheres, Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer preso após ser flagrado com uma mala de R$ 500 mil da JBS, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o relator da reforma da previdência, Arthur Maia (PPS-BA). O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Ives Gandra, embarcou com uma assessora. O evento, em um resort próximo das cataratas, durou três dias.

Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), do PSD, voou na companhia de amigos e empresários. Um deles é Marcelo Rehder, contemporâneo de faculdade do ministro e diretor da empresa Ella Link, envolvida em um projeto do futuro cabo submarino Brasil-Europa. Ele pegou carona, por exemplo, para uma agenda de Kassab no Instituto Butantã, em São Paulo, que produz vacinas.

Outro passageiro em voos do ministro é Paulo Tonet Camargo, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo e presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão. Em três ocasiões, houve agendas relacionadas ao setor de comunicações, como um jantar da RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul.

OUTRO LADO

Os ministros negaram irregularidade em transportar parentes, empresários e lobistas a bordo de aviões da FAB.
Eles dizem que não há vedação expressa ao transporte de passageiros sem vínculo com a administração pública e as agendas oficiais.

O Ministério do Meio Ambiente afirmou que “nenhuma hospedagem” de “qualquer membro” da família de Sarney Filho foi paga com dinheiro público. “Qualquer irregularidade que, eventualmente, seja apontada, o que não acreditamos, será imediatamente investigada”, disse.

Segundo Bruno Araújo, os deslocamentos ocorreram “por compromissos da pasta”, dentro da legislação vigente.
Helder Barbalho declarou que “respeita integralmente a legislação em vigor”. Segundo ele, a mulher, Daniela, integrou voo requisitado pelo então titular do Turismo, Marx Beltrão, que visitaria o São João em Bragança (PA).

O ministro disse ter dividido a viagem com o colega uma vez que tinha outra agenda prevista para o Estado. “Daniela foi convidada oficialmente pela organização do Arraial dos Caetés”.

O GSI informou que a esposa do ministro Sérgio Etchegoyen viajou mediante aproveitamento de vagas disponíveis em voos previamente planejados, não incorrendo em quaisquer ônus”.

Dyogo Oliveira (Planejamento) explicou que viajou acompanhado por outros ministros para o evento em Foz do Iguaçu, “em virtude da necessidade de compartilhamento de voos”, prevista no decreto sobre os voos. Todas as autoridades, segundo ele, foram convidadas “formalmente a participar como palestrantes do evento” em Foz.
Kassab disse seguir a legislação e afirmou que embarcam nos voos “servidores da pasta ou pessoas relacionadas a setores que são de escopo de atuação” do ministério.

O Ministério dos Transportes disse que Maurício Quintella “não oferece nem dá” carona a congressistas. Os parlamentares que compõem a comitiva do ministro “têm participação nos eventos”, afirmou. Sobre ter transportado a esposa do ministro-chefe do GSI, justificou que “a pessoa citada ocupou um assento livre”.
Antonio Imbassahy não respondeu.

O presidente do TST, Ives Gandra, disse disse que viajou “por haver disponibilidade de lugar na aeronave e não haver”, na ocasião, “voo comercial compatível com sua agenda institucional”.

A Abert informou que seu presidente, Paulo Tonet, participou com Kassab de eventos oficiais da radiodifusão, segmento que representa. “Os voos mencionados foram realizados a convite do ministro e aceitos pelos representantes em vista da finalidade setorial dos eventos e da extensa agenda de compromissos.”

Kadu Moliterno se diz pronto para viver Pilatos

A ator Kadu Moliterno participou este final de semana das gravações dos filmes promocionais da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Ele, que fará o papel do governador Pilatos, se mostrou impressionado ao chegar ao agreste de Pernambuco e ver de perto a cidade-teatro de 100 mil m² com seus nove palcos-plateia, localizada a 160 km do Recife, no município do Brejo da Madre de Deus.

“É um cenário maravilhoso. A atmosfera onde essa história é contada é impressionante. Minha expectativa quanto à participação no espetáculo é a melhor possível. Em 47 anos de carreira nunca fiz um trabalho assim, ao ar livre. Então será um desafio para mim. Estou muito ansioso, emocionado e pronto para fazer”.

Na gravação das imagens espetáculo, cuja próxima temporada acontecerá de 24 a 31 de março de 2018, ele contracenou no cenário do fórum de Pilatos com o ator Renato Góes (Jesus) e dezenas de figurantes vestidos de centuriões, soldados e gente do povo da Galileia dos tempos de Cristo.

Após as filmagens das cenas na cidade-teatro, ele participou da gravação da dublagem do seu personagem no estúdio Muzak, no Recife, sob o comando dos diretores artísticos do espetáculo, Carlos Reis e Lúcio Lombardi. Seu retorno para o Rio de Janeiro está marcado para a noite do sábado.

Também estão entre os artistas convidados Victor Fasano (Herodes), Tonico Pereira (Anás), Nicole Bahls (Herodíades), Fabiana Pirro (Maria) e Rita Guedes (Madalena). Os ingressos já poderão ser adquiridos a partir de 18 de dezembro no site oficial www.novajerusalem.com.br.

Sesc Caruaru com programação recreativa aos domingos

Com o último mês do ano marcado por diversas festividades, o Sesc proporciona domingos de diversão para a toda a família. Recreação esportiva, banho de piscina, jogos de salão e brincadeiras populares fazem parte da programação que o Sesc Caruaru preparou para as edições do projeto Sesc Lazer deste mês. As atividades serão realizadas nos dias 10 e 17 de dezembro.

Nas datas, a programação acontece das 10h às 15h, na área de lazer da Unidade. Lanches, petiscos e bebidas estarão à venda. O ingresso custa R$ 3 para comerciários e dependentes e R$ 6 para o público em geral.

SERVIÇO – SESC LAZER
Data: 10 e 17 de dezembro de 2017
Local: área de lazer do Sesc Caruaru – Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis
Horário: 10h às 15h
Ingresso: R$ 3 (comerciário e dependentes) / R$ 6 (público em geral)
Informações: (81) 3721-3967

Fernando dialoga com lideranças do MST

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O senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) visitou neste final de semana os colonos do assentamento José Almeida, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Ele dialogou com lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) sobre ações para fortalecimento do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).

Fernando anunciou a liberação de R$ 1 milhão para investimento em adutora de água e implantação de estradas na zona rural do município. Os recursos são frutos de emendas parlamentares do senador e vão beneficiar mais de cem famílias de Petrolina.

“Tive a oportunidade de ser secretário de Agricultura de Miguel Arraes e sei que é fundamental que possamos ter um olhar especial em relação aos pequenos agricultores. Temos que garantir as condições para que eles possam produzir e prosperar, gerando renda e também empregos”, disse.