Mais de 80% dos municípios já iniciaram os mutirões. Ao todo, 4.462 dos 5.570 municípios previstos, em todos os estados, notificaram as visitas por meio do Sistema Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR). Foram 3,5 milhões de visitas a mais em menos de uma semana.
“A cada semana, o engajamento de agentes comunitários de saúde, de controle de endemias e de militares reflete no aumento dos registros de imóveis visitados, por cada estado. Isso significa uma maior conscientização da população sobre as ações de prevenção às infecções causadas pelo Aedes, e, também, a eliminação de focos do mosquito, no momento da vistoria”, destaca o coordenador da Sala Nacional, do Ministério da Saúde, Marcus Quito.
A Região Nordeste ocupa as três primeiras posições dos estados com maior cobertura das visitas. A Paraíba continua em primeiro lugar, com 90,5% dos imóveis trabalhados. Já foram visitados 1 milhão dos 1,1 milhão dos imóveis estimados. O Piauí segue na segunda colocação, com 81,4% de alcance pela força tarefa, ou seja, 685,6 mil imóveis alcançados do total de 841,9 mil. Sergipe é o seguinte no ranking: já vistoriou 75,5%, 462 mil de 611,3 mil estabelecimentos.
Em números absolutos, a Região Sudeste continua com a liderança, mantendo Minas Gerais como o estado com mais domicílios e prédios já percorridos. Foram 4,86 milhões (67,7% do total), um acréscimo de 185,3 mil unidades. São Paulo vem logo atrás, com 4,3 milhões (26,3%), seguido do Rio de Janeiro, com 3,44 milhões (51,2%).
Durante as visitas, foram identificados 984,3 mil imóveis com focos do mosquito, o que representa 3,77% do total de visitados. A meta é reduzir esse índice de infestação para menos de 1% de imóveis com foco. A Sala Nacional contabilizou a recusa de acesso a 91,6 mil imóveis, além de 6,1 milhões de domicílios fechados.
MOBILIZAÇÃO – A melhor forma de combater o Aedes aegypti é não deixar o mosquito nascer. Por isso, o governo federal convocou um esforço nacional para que todas as casas do país sejam visitadas para eliminação dos criadouros. As visitas domiciliares são essenciais para o combate ao vetor. No contato constante com a população, os agentes de saúde desenvolvem ações com os moradores, relativas aos cuidados permanentes para evitar depósitos de água nas residências.
Desde dezembro, mais de 300 mil agentes de combate às endemias, agentes comunitários de saúde e militares reforçam o combate ao Aedes aegypti nas residências. Diversas ações foram organizadas para o enfrentamento ao vetor. Desde o dia 13/2, as equipes de saúde contam com apoio de militares para as ações de eliminação dos focos do mosquito.
Vale lembrar que, desde o dia 1º, o Governo Federal autoriza a entrada forçada de agentes públicos de combate ao Aedes em imóveis públicos ou particulares que estejam abandonados, ou em locais com potencial existência de focos, no caso de ausência de pessoa que possa permitir o acesso ao local. Para ficar comprovada a ausência de quem autorize a vistoria, é necessário que o agente realize duas notificações prévias, em dias e horários alternados e marcados, num intervalo de dez dias.
SALA DE SITUAÇÃO – O Governo Federal instalou a Sala Nacional de Coordenação e Controle do Aedes aegypti e para o Enfrentamento à Microcefalia para gerenciar e monitorar a intensificação das ações de mobilização e combate ao mosquito. A sala faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, em resposta à declaração Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.
A estratégia do governo federal é intensificar a mobilização nos diversos setores da sociedade. Coordenada pelo Ministério da Saúde, a Sala Nacional é composta pelos ministérios da Integração, da Defesa, do Desenvolvimento Social, da Educação e da Secretaria de Governo da Presidência da República, além de outros órgãos convidados. Todos os estados e o Distrito Federal instalaram suas salas de situação e estão desenvolvendo ações de mobilização e combate ao mosquito.
MICROCEFALIA – O último boletim, divulgado em 17/2, aponta que Ministério e estados investigam 3.935 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Desse total, 60,1% dos casos (3.174) foram notificados em 2015 e 39,9% (2.106) no ano de 2016. Além disso, 508 casos tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, e 837 foram descartados por apresentarem exames normais, ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infeciosas. Desde o início das investigações, em 22 de outubro passado, 5.280 casos foram notificados como suspeitos da doença em recém-nascidos.