O Globo – Francisco Leali
Na decisão que mandou prender o doleiro Lúcio Funaro, o ministro Teori Zavascki cita trecho de depoimento de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). Nele, Cleto cita como era feita a partilha da corrupção. Segundo Cleto, Lúcio Funaro acertou os detalhes dos pagamentos e informou que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficaria com 80% da propina em todos os contratos.
Funaro ficaria com os 12% restantes. Cleto disse que recebia 4% e o empresário Alexandre Margotto outros 4%. Segundo Cleto, o valor da propina representava 1% do valor dos contratos com recursos do Fundo de Investimento do FGTS.
Já no pedido de prisão que enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público Federal sustentou que há indícios de que Lúcio Funaro presta serviços lavagem de dinheiro para Cunh. Para o MP, a atuação de Funaro mostra que ele agia como braço financeiro de uma organização criminosa que envolvia vários políticos.