O custo médio da energia para a indústria brasileira subiu de R$ 402,2 por megawatt-hora (MWh) para R$ 403,8 por MWh, diz o estudo Quanto Custa a Energia Elétrica para a Indústria do Brasil?, divulgado hoje (4) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O aumento é de12% em relação ao custo médio de R$ 360,7 registrado no final de 2014. O valor considera a entrada em vigor da bandeira tarifária mais os primeiros reajustes do ano, informou à Agência Brasil o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, Cristiano Prado.
Com isso, a previsão de aumento do custo da energia para a indústria foi atualizada pela Firjan, passando de 27,3% no ano passado para 34,3%, devido ao fim do subsídio do Tesouro Nacional. “Considerando que provavelmente teremos bandeira tarifária vermelha o ano inteiro, a previsão de aumento chega a 40% para este ano. Isso sem incluir o aumento do custo de energia de Itapu, que vai ser repassado, e o que as distribuidoras podem pedir de reajuste extraordinário, que não sabemos quanto é”, disse Prado. A expectativa é que o custo da energia para a indústria nacional supere 40% no decorrer deste ano, podendo atingir em dezembro R$ 504,81 por MWh.
Prado disse que a discussão que tem de ser feita é como se pode diminuir, eventualmente, o impacto disso sobre a indústria. “Ninguém quer fazer estripulia no setor. Já percebemos que tem que ser feito de forma estrutural mas, para discussão, sempre defendemos a redução dos impostos, e o governo sempre disse que isso diminuiria a arrecadação. Agora, porém, no momento em que a base está aumentando muito, talvez seja possível reduzir os impostos e, ainda assim, aumentar a arrecadação. Esse é um caminho que pode e deve ser discutido.”
Para ele, a gravidade do aumento do custo da energia não atinge somente a indústria. “Atinge o país como um todo. Engloba o preço dos produtos que chegam à mesa do trabalhador, que vão ficar mais caros e eleva o custo também das mercadorias exportadas pelo Brasil”, disse o economista. A situação pode pôr em risco a indústria nacional, avaliou.
O Brasil ocupa atualmente a sexta posição entre os 28 países que têm o custo de energia mais caro do mundo para a indústria. A liderança do ranking é ocupada pela Índia, com custo de R$ 596,96 por MWh.
No ranking estadual de custo médio industrial, o Pará apresenta o maior custo (R$ 548,88), e o Amapá, o menor (R$ 324,65). São Paulo perdeu uma posição e passou para a décima sétima colocação, com o aumento de 0,7% no custo da energia após o reajuste das distribuidoras CPFL Jaguari, CPFL Mococa, CPFL Santa Cruz, CPFL Sul Paulista e CPFL Leste Paulista.