Defasagem de médicos inibe realização de perícias

Pedro Augusto

Há pelo menos quatro anos que a agência do Instituto Nacional do Seguro Social de Caruaru vem penando com o número defasado de médicos peritos à disposição diante da alta demanda de atendimentos a serem realizados. Prova disso é que atualmente para poder agendar à primeira perícia médica na unidade local, a população está tendo de aguardar entre quatro a cinco meses, quando pelo memorando do INSS, o período ideal deveria ser de 45 dias. De acordo com informações do chefe do Serviço de Saúde do Trabalhador do Instituto, Robson Sobreira de Oliveira, que foi entrevistado pelo VANGUARDA, na tarde da última segunda-feira (25), hoje apenas cinco do 15 médicos necessários para cumprir com o prazo determinado vem atuando na agência.

Segundo ainda ele, a greve da categoria que perdurou por quatro meses em todo o país, não ocasionou maiores prejuízos para a unidade local. “Haja vista que apenas um dos cinco médicos chegou a aderir na época ao movimento, mas logo retornou as suas atividades. O que vem alargando mesmo o período de atendimento tem sido justamente esse quantitativo defasado de profissionais. Vale salientar que nos últimos anos o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou bastante em Caruaru bem como passamos a prestar serviço para mais pessoas de outros municípios do Agreste e da Zona da Mata. Consequentemente houve o aumento na demanda por perícias e o acréscimo na demora para a realização de tal procedimento”, explicou.

No intuito de minimizar o problema, o INSS de Caruaru já solicitou ao Governo Federal, o credenciamento de mais médicos. “Ficou definido que vão ser destinados mais dois profissionais para cá. É claro que quando eles estiverem atuando proporcionarão uma agilidade maior no tocante à realização das perícias, porém não solucionará todo o problema. Isso porque, como não vão ser concursados, mas sim contratados, terão a liberdade de escolher o número de dias que farão os procedimentos, ou seja, a demanda poderá diminuir, mas continuará alta. Esse credenciamento já foi realizado e a tendência da chegada dos novos profissionais já nas próximas semanas”, informou Robson de Oliveira.

Devido à elevada procura por perícias na unidade local, algumas agências do interior deixaram de realizar o procedimento e tiveram as suas portas fechadas. Exemplo disso foi Timbaúba, na Zona da Mata Norte do Estado. Em paralelo, ao reforço que está sendo encaminhando para a agência da Capital do Forró, outras do interior deverão ser beneficiadas. “Como hoje boa parte das demandas das regiões Agreste e da Zona da Mata se encontram concentradas em Caruaru tivemos de transferir alguns profissionais para cá. Mas, agora, com esse credenciamento que foi feito, algumas unidades serão reabertas e a demora na realização das perícias deverá diminuir”, acrescentou Robson.

É o que espera o ex-agricultor José Teixeira de Lima, de 40 anos. Afastado do trabalho já há alguns meses por conta de uma hérnia de disco na coluna, ele vem lutando para agendar a sua perícia. “Só sabe a importância do benefício quem passa pelo o que estou passando. Com o acidente que sofri no meu local de trabalho, não estou mais podendo fazer nada e hoje me encontro em dificuldades financeiras. Se esse prazo de agendamento diminuir vai ajudar não só a mim, mas também aos outros trabalhadores que se encontram afastados de suas atividades por algum motivo de doença”, comentou. O agendamento de perícias é feito pelo telefone: 135.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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