O número de pessoas desempregadas no Brasil chegou a 8,03 milhões no trimestre encerrado em abril deste ano, segundo dados divulgados hoje (3). Esse é o maior contingente de desocupados desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em janeiro de 2012.
A Pnad Continua tem o objetivo de produzir informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho. A inserção é estudada levando em consideração as características demográficas e de educação da população, e, também, os dados relacionados com o desenvolvimento socioeconômico do país.
A pesquisa do IBGE é realizada por meio de uma amostra de domicílios de forma a garantir a representatividade dos resultados. A cada trimestre, são investigados 211.344 domicílios particulares permanentes, distribuídos em cerca de 3.500 municípios.
O recorde de desempregados anterior havia sido registrado no trimestre encerrado em março deste ano (7,93 milhões). A população desocupada no trimestre encerrado em abril é 14% maior do que a observada no mesmo período do ano passado.
O total da população ocupada ficou em 92,18 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, o que significa uma perda de 511 mil postos de trabalho em relação ao trimestre encerrado em janeiro deste ano. No entanto, se comparado ao trimestre encerrado em abril do ano passado, houve a geração de 629 mil postos de trabalho.
Os empregos com carteira assinada no setor privado tiveram reduções de 1,1% na comparação com o trimestre encerrado em janeiro deste ano e 1,5% na comparação com o trimestre encerrado em abril de 2014. Já os empregos sem carteira caíram 3,6% e 3,7% nesses tipos de comparação. Cresceram tanto os trabalhadores por conta própria (4,9%) quanto os empregadores (9%), na comparação com o ano passado.
Entre os segmentos de atividade, na comparação com janeiro, apenas a construção teve queda nos postos de trabalho (-3,7%), os demais ficaram estáveis. Já na comparação com abril do ano passado, houve recuos na construção (-7,6%) e administração pública (-9,5%) e altas nos serviços prestados (6,7%) e educação (7,2%).
A taxa de desocupação ficou em 8% no trimestre encerrado em abril, superior às observadas no trimestre encerrado em janeiro deste ano (6,8%) e no trimestre encerrado em abril do ano passado (7,1%).
“Esse aumento maior da taxa de desocupação é em função da baixa geração de vagas. Houve uma queda na população ocupada de meio milhão em um período recente. No ano, há um aumento da população ocupada, mas um aumento inferior ao crescimento normal da população. Além disso, você tem perda no emprego com carteira e sem carteira, que podem estar se revertendo em trabalho tanto como conta própria quanto como empregador, ambos de forma não registrada”, disse o pesquisador do IBGE Cimar Azeredo.
Da Agência Brasil