Douglas Cintra é peça importante no xadrez político de Caruaru

Por CAROLINA ALBUQUERQUE
Do Jornal do Commercio

Suplente do ministro Armando Monteiro (PTB), o senador Douglas Cintra (PTB), empresário caruaruense, certamente participará com mais propriedade do xadrez político de 2016. Em Caruaru, seu nome já circula como possível candidato majoritário, confirmação difícil de ser feita a um ano das eleições.

“Se tivermos Tony Gel e João Lyra como candidatos, serão 36 anos em que Caruaru teve apenas três prefeitos. É muito tempo. Será que não há espaço para renovação? Não estará na hora de uma novidade?”, provocou.

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Douglas Cintra é uma carta “curinga” no jogo já aquecido para o pleito de 2016. Num cenário marcado por rivalidades políticas profundas, ele tem possibilidade de diálogo tanto com Queiroz quanto com João Lyra.

Foi o atual prefeito, de quem já foi secretário municipal, que indicou seu nome para a suplência do então candidato a senador Armando Monteiro, na eleição de 2010. Foi parte desse grupo até 2012 liderado por João Lyra e Queiroz.

Apesar do desentendimento deles, Cintra mantém convergência política com ambas as partes. “Pessoalmente, eu diálogo com todos eles. Politicamente, estou distante da força de Tony Gel, que antigamente era ligado a Drayton. Tenho uma história junto a Lyra e Queiroz”, contou.

Quando questionado se a conjuntura política local de Caruaru permite a abertura de uma nova força, ele responde que a “novidade” pode surgir a partir dos grupos tradicionais. Na posição de ser o primeiro senador oriundo de Caruaru, ele reivindica para si a articulação política.

“O PTB têm hoje o maior cargo na cidade. O prefeito, obviamente, tem a influência na cidade. Mas nacionalmente e no Estado é o senador. Então óbvio que temos que participar do processo. Como petebista, temos obrigação de participar desse cenário do ano que vem”.

Nos bastidores, a leitura é que se Douglas Cintra vier a ser candidato, seja na cabeça de chapa seja na vice, com o apoio de Queiroz, a presença do PDT na Frente Popular estará ameaçada. Isso porque o PTB representa hoje o partido que mais faz oposição ao governo Paulo Câmara (PSB), resultado da eleição acirrada vivida em 2014, quando o socialista venceu Armando Monteiro.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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