As jovens começam a menstruar mais cedo, têm poucos filhos e um curto período de amamentação. Isso tudo leva a uma média de 400 menstruações durante o período reprodutivo, o que leva a predisposição da doença. A endometriose é uma doença benigna que atinge mulheres em idade reprodutiva e consiste na inflamação do endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, fazendo com que células do endométrio caiam em locais fora do útero.
De acordo com o ginecologista Waldemy Carvalho, do Hospital Jayme da Fonte, existem três tipos de endometriose: a ovariana, a peritoneal e a profunda. A endometriose ovariana atinge a parte externa do ovário e desenvolve cistos. A forma peritoneal da doença acontece na interna do abdome. E, a endometriose profunda consiste na forma mais agressiva da doença e atinge áreas próximas ao útero, como intestino grosso e bexiga. A doença é a principal causa de infertilidade entre as mulheres. Em média 15% das mulheres entre 15 e 45 anos possuem a endometriose.
As mulheres devem ficar bastante atentas aos sintomas: cólicas muito fortes associadas ao período menstrual, dor durante a relação sexual, excesso de sangue durante a menstruação, diarreia, fadiga e dor lombar. “Se a endometriose está localizada na bexiga, é possível haver sangue na urina. Caso ela esteja presente no intestino, pode haver sangue nas fezes”, explica o médico.
Segundo o ginecologista, o diagnóstico precoce aumenta as chances do tratamento dar certo, diminui o sofrimento e o risco de infertilidade. “Ao suspeitar da doença, o exame ginecológico é o primeiro passo para o diagnóstico da doença, que pode ser identificada através da ultrassonografia endovaginal, da laparoscopia e ressonância magnética”, afirma Waldemy.
O tratamento pode ser clinico ou cirúrgico, vai depender do tipo e estágio da doença. Geralmente é tratada com medicamentos que controlam o ciclo hormonal, reduz o sangramento e consequentemente a dor. No caso de lesões maiores, pode ser necessária a retirada dos ovários ou do útero.