Por CAROL BRITO
Da Folha de Pernambuco
A aguardada semana que antecedeu o anúncio do secretariado do governador eleito Paulo Câmara (PSB) foi cercada de mistério e apreensão entre os governistas. O socialista iniciou a semana passada com a reforma do organograma fechada no fim de semana anterior, o que o deixou livre para começar as tratativas.
Nos últimos dias, o gestor reduziu o número de suas agendas públicas e se reuniu com diversas pessoas, inclusive, de fora do meio político. O comentário geral é de que ele mais ouviu do que falou nesses encontros. Enquanto isso, a expectativa na base aliada só aumentava. Os convites só tiveram início na última quinta-feira, após o socialista retornar de viagem a Brasília.
Tanto que a maior parte da equipe do futuro governador já estava definida antes do fim de semana. A expectativa é que Paulo Câmara deixe apenas alguns nomes para serem fechados neste domingo (14). Nesta segunda-feira (15), às 15h, o governador eleito anuncia seu secretariado.
As conversas com os aliados foram feitas com a cobrança de sigilo dos convidados. Contudo, apenas um quadro foi adiantado pelo próximo chefe do Executivo estadual, na última sexta-feira. Trata-se do jornalista Ennio Benning, que assumirá a pasta de Comunicação.
Na montagem da equipe, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e o vice-governador Raul Henry (PMDB) foram alguns dos aliados consultados com frequência por Paulo Câmara. Com o apoio de 21 legendas, a construção do secretariado estadual visou contemplar as principais siglas que compuseram a frente.
A certeza é de que agremiações como PMDB, PSDB, PCdoB, PR e PSD serão contempladas. Outras terão espaço por vagas na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Serão os casos do Solidariedade e PP. As conversas com aliados chegaram a provocar burburinhos nas legendas aliadas na semana passada. No PSDB, tucanos se queixaram da ausência do presidente estadual da sigla, Bruno Araújo, que viajou para os Estados Unidos e não informou os aliados sobre o andamento das conversas. No PR, a cisão entre os grupos do deputado federal Anderson Ferreira (PR) e Inocêncio Oliveira (PR) levou os aliados a sentar para construir um consenso.