Considerado azarão na disputa para presidente do Senado, que ocorre em fevereiro do próximo ano, Garibaldi Alves (PMDB-RN) desponta com chance após decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que declarou suspeição, por motivo de foro íntimo, para analisar citação feita por um delator da Lava Jato ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), favorito na corrida pela sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL).
Dono da maior bancada, com 19 senadores, o PMDB tem a prerrogativa de indicar o candidato à presidência do Senado. Isso é quase garantia de eleição, respeitando a tradição de décadas no Congresso, segundo a qual a maior bancada fica com o comando do Senado.
O pedido de Janot faz referência à delação premiada do ex-diretor da Hypermarcas, Nelson Mello, que afirmou ter pago, por meio de contratos fictícios, R$ 5 milhões em caixa dois para a campanha de Eunício Oliveira ao governo do Ceará em 2014.
Com a decisão de Janot, o vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, pediu ao Supremo para analisar em separado as implicações feitas pelo delator sobre peemedebistas.
Andrada vai avaliar se há elementos para pedir abertura de inquérito. Aos investigadores, Mello reforçou a relação próxima do lobista Milton Lyra com a cúpula do PMDB no Senado.
Complicou a situação de Eunício.