Do Diario de Pernambuco
Após sofrer um atentado no último sábado, o prefeito de Glória do Goitá, Manoel Teixeira (PSC), prestou depoimento na Polícia Federal (PF) na tarde de ontem. Ele deu detalhes da tentativa de homicído da qual foi vítima e, segundo informações da PF, apesar de as investigações estarem em fase inicial, os indícios reforçam a tese de crime motivado por razões políticas. Alguns nomes chegaram a ser citados durante o depoimento, entre eles o do presidente da Câmara dos Vereadores, Lívio Amorim (PTN). Após prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal, o prefeito foi à Secretaria de Defesa Social (SDS) e solicitou reforço em sua segurança.
O gestor foi ouvido pela delegada Mariana Cavalcanti, a mesma que está responsável pela Operação Carona (que investiga a formação de cartéis no transporte escolar em prefeituras do interior). Foi a partir dessa operação que o então prefeito do município Zenilto Miranda (PTB) foi afastado do cargo, a pedido da própria PF. “Ela vai analisar o teor do depoimento. Caso as informações tragam novos fatos para a operação, a polícia vai incorporá-las à investigação”, explicou o assessor de comunicação da PF, Giovanni Santoro. Caso não haja qualquer relação entre a operação e o atentado, o inquérito será encaminhado à Polícia Civil.
Ainda segundo Giovanni, o presidente da Câmara Municipal e todas as demais pessoas citadas serão intimadas para prestarem esclarecimentos. “Entre os nomes mencionados pelo prefeitos há políticos e pessoas que eram ligadas a esses políticos”, adiantou o assessor da PF. O advogado do prefeito, Saulo Penna, também reforçou que o atentado teve motivação política.
O presidente da Câmara Lívio Amorim (PTN) não demonstrou preocupação com o fato. “Estou à disposição da polícia para qualquer esclarecimento. Não tenho nada a ver com isso. A violência não faz parte do meu perfil.” Ele disse não entender os motivos que fizeram o prefeito a levar o caso à Polícia Federal. “Estão criando um factoide, mas estou tranquilo”. Segundo o vereador, o prefeito registrou a ocorrência na delegacia na cidade e, inicialmente, afirmou que o atentando não tinha conotação política.