Da Agência Brasil
Os investimentos mostraram reação em dezembro, segundo o Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou que houve crescimento de 3,9% nos investimentos em dezembro, na comparação com novembro de 2016, na série com ajuste sazonal.
“A trajetória irregular dos investimentos indica que a recuperação da economia será gradual”, disse o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Leonardo Mello de Carvalho, em nota divulgada pelo instituto.
Apesar do resultado positivo no mês, que sucedeu cinco recuos consecutivos, o indicador de investimentos encerra o quarto trimestre com queda de 3,7% sobre o trimestre anterior, também na série ajustada sazonalmente. Na comparação com dezembro de 2015, o indicador atingiu patamar 1,7% superior. Já na comparação do quarto trimestre de 2016 com o mesmo período de 2015, o investimento registrou uma redução de 8,3%. Com isso, no resultado acumulado no ano de 2016 houve queda de 10,8%.
O indicador do Ipea é como uma prévia dos dados calculados trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o Ipea, o avanço entre os meses de novembro e dezembro foi consequência do bom desempenho do consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came) – que é uma estimativa dos investimentos em máquinas e equipamentos e corresponde à produção industrial doméstica acrescida das importações e diminuída das exportações.
De acordo com o Ipea, após forte queda no período anterior, este indicador apresentou alta de 8,8%. Já o indicador de construção civil retraiu-se 0,6% frente ao mês de novembro, ainda na comparação com ajuste sazonal. Contra o mesmo mês de 2015, ambos os componentes apresentaram retração, com quedas de 7,5% e 10,1%, respectivamente.
Entre os componentes do Came, a produção doméstica de bens de capital avançou 2,8% em dezembro, na comparação dessazonalizada. Segundo o Ipea, outro importante fator que ajuda a explicar o bom resultado na comparação mensal, também na série com ajuste sazonal, foi o comportamento do volume de exportações de bens de capital.
Após a forte alta registrada entre outubro e novembro, influenciada pela contabilização de uma plataforma de petróleo, o volume de bens de capital exportado teve redução proporcional em dezembro, afetando positivamente o resultado do Came no mês.