Da Folha de S.Paulo
A denúncia de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria recebido US$ 5 milhões em propina no esquema da Petrobras tem sido avaliada como grave por um grupo de deputados, que passou a pregar sua saída temporária da Presidência da Câmara.
Fundador do PMDB, o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PE) uniu-se neste domingo (19) ao vice-líder do governo, Sílvio Costa (PSC-PE), e à bancada do PSOL na defesa do afastamento imediato do peemedebista.
“Como ele vai ficar na Presidência da Câmara acusado como foi, com todas as letras e toda a clareza possível, por uma pessoa que diz que ele pediu US$ 5 milhões? Fica difícil, imensamente complicado”, disse ele à Folha. “Não custa nada deixar o cargo temporariamente.”
Vasconcelos também criticou a reação de Cunha, que rompeu com o Planalto e acusou o governo de articular seu envolvimento na Lava Jato.
“Ele está em um comportamento oportunista, de aproveitar um governo fragilizado para criar dificuldade.”
O afastamento de políticos envolvidos na Lava Jato também foi defendido neste domingo (19) pela ex-senadora Marina Silva. Em artigo no site G1, ela ressaltou, sem citar nomes, a necessidade de denunciados formalmente deixarem seus cargos para evitar interferências nas decisões.