O Globo
A Odebrecht se comprometeu na negociação de sua delação a entregar as situações em que pagou propina para conquistar obras no exterior.
Vai, inclusive, dar o nome aos bois, ou seja, quem foram os políticos estrangeiros que receberam por fora.
Um integrante da família do presidente do Peru, Ollanta Humala, por exemplo, é citado em uma situação de pagamento de suborno.
A Odebrecht foi escolhida para construir hidrelétricas no Peru, além da Rodovia Interoceânica Sul, que liga o país ao Brasil, e o Gasoduto do Sul, ainda em construção.
Também será detalhada na próxima fase da delação, de depoimentos, uma situação em que a propina foi negociada diretamente com Ricardo Martinelli, o ex-presidente do Panamá, país onde a Odebrecht tocou, entre outras obras, o metrô da capital e uma hidrelétrica.
Os anexos internacionais da delação da Odebrecht valem ouro para os investigadores da Lava-Jato. Primeiro, porque interessa a eles ter informações para compartilhar com os países que vêm colaborando com o Brasil na operação.
E, assim, o Brasil escapa do mico que seria topar uma colaboração premiada fechando os olhos sobre crimes cometidos lá fora.