Enquanto os preços dos alimentos que compõem a ceia de Natal dispararam, itens geralmente procurados para presentear familiares e amigos nessa época do ano estão abaixo da inflação. Essa constatação é resultado de um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) tomando um conjunto de 50 desses produtos do IPCA-15, do IBGE, como flores, joias, livros e roupas. Os dados mostram que esses itens estão, em média, 2,15% mais caros agora do que em 2023 [tabela 1], enquanto a inflação até novembro foi de 4,77%.
E a boa notícia para consumidores e lojistas é que os preços do varejo mais procurado no Natal — vestuário e calçados, que correspondem a cerca de 40% das intenções de compra desse período, segundo pesquisas históricas da Federação — também estão nesse nível. Os tênis, por exemplo, subiram 1,88% em 12 meses, enquanto as bermudas estão 0,76% mais caras. Alguns itens até deflacionaram, como as camisas infantis (-0,34%).
Os números também são positivos para outro setor que ajuda a dar a tônica do Natal: o de brinquedos. Nesse caso, houve redução significativa de 4,46% nos preços — a maior entre todos os produtos da cesta de Natal compilada pela pesquisa —, com destaque para as bicicletas, que caíram 3,93%.
Segundo a FecomercioSP, trata-se de uma conjuntura ideal para o varejo brasileiro, que chega ao fim deste ano com uma taxa de desemprego baixíssima (6,2%, no trimestre encerrado em outubro, segundo o IBGE), massa de rendimentos mais alta (por consequência) e maior disponibilidade de crédito, sobretudo do cartão. Considerando as várias opções de pagamentos, como parcelamento ou PIX, espera-se que o fim do ano seja de vendas aquecidas no País.