O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de Febre do Nilo Ocidental (FNO), em um trabalhador rural do estado do Piauí. O caso estava em investigação desde agosto deste ano, quando o paciente apresentou encefalite e foi notificado como caso suspeito. A doença foi confirmada no dia 28 de novembro, após a realização de dois exames sorológicos com reagente para o vírus do Nilo Ocidental-VNO (IH e ELISA). Outras quatro pessoas apresentaram sintomas neurológicos considerados suspeitos, no entanto, os exames laboratoriais descartaram a possibilidade de Febre do Nilo. Além dos casos que apresentaram sintomas, foram realizados testes em mais 18 pessoas da região e todos os resultados deram negativo.
Cabe ressaltar que o caso se trata de evento isolado, sem identificação de cadeia de transmissão e que passa por investigação detalhada para que se busque esclarecer a maneira de transmissão. Não representa significado epidemiológico relevante para o Brasil e nem risco para saúde pública do Piauí e do Brasil. O paciente, que estava internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina (PI), já teve alta e vai passar por reabilitação e fisioterapia para recuperar o seu estado de saúde.
A DOENÇA – A Febre do Nilo Ocidental é uma infecção viral causada por um vírus e transmitida por meio da picada de mosquitos comuns, principalmente do gênero Culex. A doença é originária do Egito, norte da África, e cerca de 80% dos casos em humanos não apresentam sintomas. Apenas 20% dos casos apresentam sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, fadiga, dores de cabeça e dores musculares ou articulares, e menos de 1% dos humanos infectados ficam gravemente doentes, sendo que a maioria dos casos graves acomete idosos.
Os sintomas graves incluem febre alta, rigidez na nuca, desorientação, tremores, fraqueza muscular e paralisia. As pessoas gravemente afetadas podem desenvolver encefalite (inflamação do cérebro) ou meningite (inflamação das membranas do cérebro ou da espinal medula). Não existe tratamento específico para a Febre do Nilo. O tratamento do paciente infectado é de suporte e envolve hospitalização, reposição intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias.
CONTROLE – Equipes do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí estão na região onde o caso foi confirmado. O trabalho consiste em visitas as propriedades rurais, com o objetivo de investigar a possível ocorrência de novos casos, além de orientar a rede do SUS e avaliar a transmissão por meio da população animal de equídeos e aves. Para as outras regiões do país, a recomendação é alertar a rede de serviços de saúde para ampliar a vigilância de casos humanos suspeitos da febre, notificando o Ministério de Saúde em até 24 horas. É considerado caso suspeito, paciente com quadro de doença febril inespecífica, acompanhada de manifestações neurológicas de causa desconhecida (compatíveis com meningite, encefalite ou meningoencefalite).