A deputada estadual Raquel Lyra (PSDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, na tarde de ontem (21), para falar de sua transição do Partido Socialista Brasileiro (PSB) para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). A parlamentar falou de sua trajetória política dentro do PSB e ressaltou sobre a continuidade de seu compromisso com Pernambuco, em especial Caruaru, mas agora em um novo partido.
Filiada desde 2007 ao PSB, a parlamentar que está em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa, sendo o último eleita com mais de 80 mil votos, mencionou seu papel junto ao governo Eduardo Campos – João Lyra Neto. “Eduardo fez um governo que se caracterizou por grandes realizações, modernidade e arrojo. Fui convidada por ele para criar e liderar uma Secretaria com um olhar diferenciado sobre as crianças e jovens do Estado. Fui Secretária da Criança e da Juventude por dois anos, tendo sido eleita presidente do Fórum Nacional de Gestores de Juventude e tido oportunidade de apresentar projetos nossos em outros estados do País e no exterior”, relembrou.
Raquel também relatou que diante do novo momento político do Estado, e, em especial, de Caruaru, ainda na transição do Governo, abriu o debate com o governador Paulo Câmara sobre a posição do PSB na cidade e defendeu que o partido assumisse o protagonismo do debate político na região do Agreste Central, a partir da cidade de Caruaru, polo de uma região que conta com mais de um milhão e duzentos mil habitantes e não ficar a reboque de projeto liderado por outro partido.
“Após meses de muitas conversas, o governador me indicou para presidir o PSB em Caruaru, com o aval dos líderes estaduais do Partido. Tive a garantia de que conduziria os rumos do partido no processo eleitoral lançando meu trabalho e meu nome para a Prefeitura, com o compromisso legítimo de resguardar e buscar a unidade com os nossos aliados. Dediquei-me à articulação, construção e mobilização com a sociedade desta pré-candidatura, sempre com o compromisso e a garantia dos que fazem o PSB. Vale ressaltar que o ex-governador Eduardo Campos, presidente Nacional do PSB até seu trágico acidente, enxergava esta renovação como algo natural e estimulado por ele e pelo partido; tendo expressado, por diversas vezes, que este seria o caminho a ser seguido em Caruaru”, falou.
Em contradição ao compromisso firmado pelo PSB, Raquel revelou que foi surpreendida, na última segunda-feira, dia 14 de março, com a decisão de ser retirara do processo de renovação e de nova política pregada pelo Partido Socialista. “Faltando apenas quatro dias para o fim da janela partidária aprovada pelo Congresso Nacional, fui chamada às pressas ao Palácio e comunicada, por dirigentes do PSB e membros do Governo, e, depois, pelo Governador, sem qualquer direito ao contraditório, que em razão de supostos fatos novos, haveria impossibilidade de colocar o meu nome para postulação à candidatura em Caruaru. A preferência do Partido se daria por outro nome. Eu não teria mais a legenda do PSB para disputar a Prefeitura de Caruaru”, descreveu.
“Apesar da experiência negativa que vivi e acabo de relatar, minha fé na política e o respeito ao povo de Pernambuco não mudam em nada. Minha vontade de fazer pelo meu Estado, e, em especial, neste momento, por Caruaru, também não. O PSDB, neste momento, compreende, respeita e valoriza essa minha vontade, que já não é só minha. Decidimos juntar nossos projetos a favor de Caruaru. Agradeço a todos que fazem o PSDB, ao seu presidente nacional Aécio Neves; ao presidente estadual deputado Antônio Moraes; e aos que, em Caruaru, militam no partido e acreditam neste projeto e na minha capacidade de colaborar. Passados esses fatos, não olharei pelo retrovisor. O passado nos serve como aprendizado e referência. Agradeço, do fundo do meu coração, aos companheiros do PSB que muito me ensinaram ao longo dessa jornada”, finalizou.
Durante o pronunciamento, a deputada também agradeceu aos colegas que se solidarizaram com ela e lhes desejaram boa sorte em apartes dentro da Sessão Plenária da Casa de Joaquim Nabuco, como os deputados Silvio Costa Filho, Miguel Coelho, Lucas Ramos, Antônio Moraes, Tereza Leitão, Priscila Krause, José Maurício, Zé Humberto, Eduíno Brito, Rodrigo Novaes, José Eudes, Edílson Silva, Romário Dias e Professor Lupércio.