Por Lino Portela
Nos últimos dias, a cidade foi tomada de fora a fora por discussões das mais diversas. Entrevistas, debates, reuniões, encontros e diálogos que trouxeram de forma antecipada e, na nossa opinião, de forma precoce, a partida do processo eleitoral de 2016 em Caruaru.
Observamos o tom dos discursos e respostas, que, oscilaram, indo do construtivo ao messiânico, passando pelo personalismo, com retoques sutis de aplicação de estratégias já repetidas outras vezes de um tempo que já não existe mais.
O que não ouvimos em nenhum desses momentos foi a busca da sintonia com a opinião da sociedade. Para muitos dos que freqüentaram os microfones locais e jornais, nos parece neste momento pouco importar o que o futuro eleitor tem pra dizer.
E uma frase tradicional ecoa novamente: “ ao povo a gente informa depois que decidir! “
Chamamos a atenção de que: com certeza a eleição é logo ali, mas ainda não é aqui!
Pois quem acredita que o que se diz atualmente é o que vai acontecer? E quem acredita no que se diz ?
Candidatos (as) postos, chapas prontas, mandatos antecipados, na leitura fria que olha pra você e diz: “ você é liderança, portanto seja candidato(a) ”.
E sem uma discussão responsável, mais uma vez se repete o estratagema que forma a velha e conhecida “cauda eleitoral ”, que estará a mercê dos personalismos e divindades, muitos desses ressuscitados das cinzas para propor a salvação e a redenção da cidade, substituindo a discussão política das idéias pela simples paixão, ou coisas como um rosto bonito ou um cabelo bem cortado ou ainda uma voz eloqüente.
Que a sociedade também se apresente, para a margem do que está posto, trazer à luz sua opinião sobre o que quer e como quer o seu futuro, pois a margem de erro vai se aproximando de zero.
Que a sociedade utilize os espaços democráticos que serão disponibilizados ao longo do ano para discutir seu desenvolvimento, sua sustentabilidade, sua cultura, sua identidade e seu amanhã, participando, colaborando efetivamente e construindo um tempo que ainda há de vir, pois a cidade somos todos nós e não apenas alguns!.
Pra finalizar, opinamos que talvez não seja o novo o que a sociedade busque, mas com certeza deve ser algo mais inteligente, e que, tranquilamente pode ser ou não combinado com a novidade, pois, se pra cada tempo existe um povo, a atual geração de caruaruenses talvez não mais esteja disposta a acreditar nas histórias da carochinha, pois que, sem trabalho e responsabilidade social não há futuro nem pra você e nem pra Caruaru!
Lino Portela é Presidente do diretório municipal do PCdoB em Caruaru.