Famílias pobres foram as mais atingidas pela inflação em 2020

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou aumento da inflação para todos os brasileiros em 2020, com crescimento no final do ano em todas as faixas de renda pesquisadas. A taxa de inflação para as famílias cujo rendimento total, por mês, é menor que R$ 1.650,50 (o que no Brasil é considerada uma família com baixa renda) foi de 1,58% em dezembro. Na faixa que representa as famílias de renda mais alta, ou seja, com rendimento domiciliar superior a R$ 16.509,66, a variação foi de 1,05%.

Essa diferença de 0,53 ponto percentual, entre os dois grupos, revela um abismo muito maior entre a qualidade de vida dos mais ricos e dos mais pobres do que esse pequeno número nos deixa transparecer. Isso porque a inflação é o nome que se dá para o aumento de preços durante um determinado período. Quando se tem uma alta de preços de bens e serviços, seja de um mês para o outro ou de um ano para outro, esse efeito é o que chamamos de inflação. Da mesma forma, quando temos a queda nos preços de bens ou serviços, conhecemos esse fenômeno por deflação.

Quando uma pesquisa é realizada para saber como está a inflação destes serviços ou bens, é feita uma avaliação de acordo com o tipo de consumo de determinada população. Desta forma, os produtos que as pessoas mais ricas compram é diferente do que é consumido pelos brasileiros com menor renda, logo, uma avaliação dos impactos da inflação deve levar em conta o que cada uma dessas parcelas da sociedade está comprando.

É por isso que a análise de consumo é diferente entre ricos e pobres, explica a pesquisadora do Ipea, Maria Andreia Lameiras. Segundo ela, uma alta na inflação é mais prejudicial para as famílias mais pobres do País.

“Proporcionalmente a perda do poder de compra e da qualidade de vida que a inflação traz para as famílias mais pobres é muito maior. As mais ricas têm uma reserva monetária que pode ajudar essa família em um momento de alta generalizada dos preços. Já os mais pobres não. Quando você tem uma alta muito grande da inflação para os mais pobres, eles simplesmente deixam de consumir alguns serviços e itens de mercado”, detalhou a pesquisadora.   

De acordo com Maria Lameiras, enquanto as pessoas com menor poder aquisitivo gastam recursos com alimentos, energia e transporte público, as famílias com maior fonte de renda empregam seus recursos com serviços como escolas particulares, plano de saúde e lazer.

De acordo com o resultado do Ipea, ao longo do ano, a forte aceleração de preços de alimentos e energia, além de uma alta menos intensa nos preços dos serviços e dos combustíveis, geraram uma significativa diferença de inflação entre as faixas de renda mais baixa e mais alta. Mas esses são pontos que devem ter queda gradativa dentro de alguns meses com a normalização da vida na pós-pandemia. É nisso o que acredita o planejador financeiro e consultor de Finanças Pessoais, Afrânio Alves.

“A partir do momento em que a atividade econômica começa a voltar à sua normalidade após o período da pandemia, haverá a recolocação natural e a recomposição da empregabilidade. Assim, aquelas pessoas que estão procurando emprego, assumem posição e começam a ter renda e aumenta-se o consumo”, afirmou o especialista.  

Ministério da Saúde informa que não faz ligação e não envia SMS para cadastro de vacinação

Acesso internet celular

Ministério da Saúde informa que não faz ligações e não envia mensagens de texto, para que a população se cadastre para tomar a vacina contra a Covid-19. Segundo a pasta, trata-se de um golpe, com objetivo de clonar aplicativos de mensagens. O Ministério informa que não faz agendamento para vacinação, não solicita dados pessoais e nem envia qualquer tipo de código para os cidadãos.

Caso receba ligação ou mensagem de texto tratando sobre agendamento ou solicitação de dados pessoais, a orientação do Ministério da Saúde é não passar nenhum tipo de informação e denunciar às autoridades competentes.

O governo de São Paulo também alerta contra sites falsos de cadastro para vacinação. A única plataforma oficial disponível é o site “Vacina Já”, no qual é possível fazer um pré-cadastro para a imunização, apesar de não valer como agendamento.

A primeira fase da vacinação contra a Covid-19 já começou em grande parte do País. No entanto, apenas grupos prioritários serão imunizados, inicialmente, como profissionais da saúde, idosos em casas de repouso e população indígena. A recomendação do Ministério da Saúde é que a população em geral não procure os postos de saúde para vacinar contra a Covid-19, nesse momento.

Prêmio Sesc de Literatura abre inscrições nesta segunda-feira (25)

Nesta segunda-feira (25), serão abertas as inscrições para o Prêmio Sesc de Literatura, um dos mais importantes do País e que pretende encontrar escritores inéditos, cujos trabalhos possuam qualidade literária para edição e circulação nacional. As obras podem ser inscritas nas categorias Romance e Conto, mas precisam ser inéditas, ou seja, não podem ter sido publicadas antes da premiação. Os vencedores terão suas obras publicadas e distribuídas pela editora Record, com tiragem inicial de 2 mil livros.

Desde a criação em 2003, mais de 16 mil livros foram inscritos e 31 novos autores foram revelados pelo Prêmio Sesc de Literatura. Isso reforça a importância dessa ferramenta para impulsionar e renovar o cenário literário no Brasil, oferecendo contribuições à cultura nacional por meio do estímulo à escrita e o reconhecimento de novos talentos. Para se ter uma ideia do incentivo desta premiação, apenas no ano passado, foram inscritos 1.358 livros, sendo 692 romances e 666 contos.

Os livros são inscritos pela internet, gratuitamente, processo de curadoria e seleção das obras é protegido por pseudônimos. Isso evita que os avaliadores reconheçam os reais autores, impedindo qualquer tipo de favorecimento. Quem se interessar na participação terá até o dia 19 de fevereiro para concluir o processo de inscrição, que é gratuito e online. O regulamento completo pode ser acessado em www.sesc.com.br/premiosesc.

Escolas fechadas podem representar retrocesso de até quatro anos na aprendizagem

Um estudo encomendado pela Fundação Lemann e produzido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra o impacto da suspensão de aulas na pandemia. De acordo com os resultados da pesquisa, o aprendizado não realizado no País em 2020, durante o período de escolas fechadas, pode ser superior à evolução de proficiência dos estudantes observada nos últimos quatro anos, tanto em matemática quanto em língua portuguesa. 

O estudo utilizou como base parâmetros do aprendizado em língua portuguesa e matemática medido pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) entre 2015 e 2019, e comparou cenários possíveis de alunos do Ensino Médio e Ensino Fundamental 2, do 5º ao 9º ano, durante o modelo de aulas virtuais, uma metodologia baseada em estudo do Banco Mundial.

A pesquisa analisou três perspectivas. Na otimista, os alunos aprenderiam através do ensino remoto o mesmo que no ensino presencial. Na intermediária, eles aprenderiam uma medida proporcional às horas gastas com atividades escolares virtuais. Já na pessimista, os estudantes não aprenderiam com o ensino remoto. Os resultados mais drásticos mostram que o aprendizado não realizado em 2020 pelos alunos do 9º ano pode ser superior à evolução de proficiência dos últimos quatro anos. Para alunos do 3º ano do ensino médio, o que deixou de ser aprendido seria inferior à evolução alcançada entre 2015 e 2019.

Outra contextualização com os mesmos estudos, apresentados com uma metodologia diferente, mostra que os alunos deixaram de aprender, em 2020, o equivalente a 72% de um ano típico para o Ensino Fundamental 2 e para o Ensino Médio, no cenário pessimista. Mesmo no contexto mais otimista, o aprendizado só chega entre 14% e 15% de um ano normal, para essas mesmas faixas etárias. 

Daniela Caldeirinha, diretora de projetos da Fundação Lemann, lembra da dificuldade de manutenção de vínculo com as escolas e do desvio de atividades dos alunos, que muitas vezes se vêm obrigados a contribuir com atividades de trabalho. “Nesses segmentos, no Fundamental 2 e no Ensino Médio, estão os alunos adolescentes e jovens. Eles são muito impactados pela interrupção das aulas. Dependendo da condição familiar, da conjuntura em que o aluno vive, esses adolescentes acabam tendo que assumir responsabilidades da família, como trabalhar. Em um cenário de crise social e econômica, é isso que acaba acontecendo”, lembra.

A segmentação do estudo também permite análises e intervenções. Quando observadas as regiões mais afetadas pelas lacunas do ensino remoto, percebe-se que os alunos de estados do Norte e Nordeste deixaram de aprender mais do que estudantes dos estados do Sul e Sudeste durante a pandemia da Covid-19. Os grupos de pessoas negras, com mães com ensino fundamental incompleto ou sem instrução também aparecem como os mais prejudicados pela suspensão das aulas. 

Abismos

Rafael Parente, Diretor da BEĨ Educação e PhD em Educação, alerta para o fato de que o número de alunos sem acesso a nenhuma atividade dos portais digitais chega a 50% em algumas redes estaduais, o que caracteriza uma “catástrofe educacional em curso”. Para ele, é preciso pensar alternativas aos meios tecnológicos, como a utilização de materiais impressos ou dos canais de tevês e rádios, por exemplo, que alcançam a população mais carente.

“Desde o início da pandemia, nós, gestores, pessoas que desenham as políticas públicas e pessoas que implementam as políticas públicas, tínhamos de dar mais atenção e real priorização aos alunos mais pobres, aos mais excluídos, àqueles que realmente podem depender mais da escola, inclusive por questões de alimentação. Todas as nossas políticas, desde o início, não deveriam ter sido voltadas para tecnologias digitais, porque já sabemos, há muito tempo, que existe um fosso entre aqueles que têm acesso a computadores, aos celulares, internet de qualidade, e aqueles que não tem”, avalia.

Nesse contexto, buscar alternativas de aproximação com os estudantes mais afetados pelas lacunas sociais é outra chave para a minimização dos impactos. É isso que acredita Luiz Miguel Martins Garcia, Dirigente Municipal de Educação de Sud Mennucci/SP e presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

“Grande parte das redes, passaram a oferecer algum tipo de atendimento aos alunos, proporcionar um contato da escola com esses estudantes, possibilitando o desenvolvimento de atividades pedagógicas, que estão muito longe daquilo que se espera em uma relação com o professor, mas que não deixou paralisado, fora desse novo cotidiano do aluno, da agenda da escola. Aprendemos muito, desenvolvemos o que foi possível, muita coisa foi feita, e foi positivo, sobretudo no sentido de manter o vínculo com os estudantes.”

Enquanto novas metodologias são estudadas para reduzir a perda da aprendizagem, continuam os debates sobre o retorno às aulas presenciais na pandemia. Especialistas lembram que se trata de um tema complexo. Uma plataforma lançada recentemente, a Escola Segura, está disponível online com informações de protocolos, simuladores e checklist para orientar todas as etapas de planejamento de retornos, por exemplo. O Censo Escolar da Educação Básica de 2020 calcula que o País tem 35,9 milhões de estudantes nas escolas públicas. 

Estados e municípios têm um novo programa para equilibrar as contas e dívidas com a União

Uma nova lei pretende dar apoio a estados e municípios endividados, além de facilitar a contratação de crédito com colaboração do governo federal. É sobre isso que trata o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 101/20, que foi sancionado há poucos dias pelo presidente da República, Jair Bolsonaro e passou a ser uma norma jurídica.

Segundo o texto aprovado, será instituído o Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal (PAT), com objetivo de equacionar as dívidas dos entes federados com a União e aprimorar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), permitindo que estados e municípios com baixa capacidade de pagamento possam contratar operações de crédito com garantia da União, desde que se comprometam a adotar medidas de ajuste fiscal.

Na prática, as unidades da federação que aderirem ao programa, terão a suspensão de dívidas para com a União, por um período determinado, para que os gestores públicos possam realizar uma readequação da estrutura de governo, reduzindo gastos com a finalidade única de chegar a um equilíbrio fiscal, ou seja, organizar as contas e continuar pagando as dívidas. O advogado especialista em direito público, Eliseu Silveira, argumenta sobre o programa.

“Os estados e os municípios que aderirem à lei, em contrapartida a esse benefício que a União está dando, terão que reequilibrar suas contas e melhorar a gestão. Isso terá um equacionamento no período de dez anos porque terá de se fazer um desconto e uma redução nos gastos que estão em desequilíbrio, em cerca de 10%. No primeiro ano 10%, no segundo aumentamos para 20%, 30% e assim sucessivamente até termos um valor mínimo de desequilíbrio fiscal”, detalhou Silveira.

De acordo com o economista William Baghdassarian, que é professor de finanças do IBMEC Brasília, no final da década de 1980 o governo federal assumiu as dívidas que estados e municípios possuíam no mercado financeiro e se tornou credor das unidades federativas. Por isso, o economista acredita ser importante fortalecer a gestão financeira dessas entidades, a fim de que as contas públicas fiquem equilibradas para todas as três esferas de governo.

“É muito importante que a gente instrumentalize os municípios e os estados para que eles possam cortar gastos. Essa dívida dos estados com a União não é de graça, é porque eles tinham dívida com o mercado. O equacionamento das dívidas vai ser como um refinanciamento, mas em condições mais favoráveis para que estados e municípios possam voltar a pagar”, esclareceu o economista.

Polícia Federal faz maior apreensão de maconha do ano em Pernambuco

Nota oficial da Polícia Federal

A Polícia Federal em Pernambuco, prendeu em flagrante, no dia 24/01/2021, por volta das 1:30h da madrugada, um motorista de 31 anos, casado, natural Arcoverde/PE e residente em Itambé/PE–(não possui antecedentes criminais).

A prisão aconteceu durante fiscalização de rotina destinada a reprimir o tráfico interestadual de entorpecentes e armas, bem como outros tipos de ilicitudes de competência federal a partir da abordagem de veículos e caminhões na PE 90, município de Carpina/PE. Na abordagem também estava se utilizando os cães farejadores Falcon, (pastor belga malinois) e Britta, (pastor alemão). Por volta das 01h30 após várias abordagens a diversos veículos, foi parado um caminhão, cujo motorista estava viajando desacompanhado, tendo apresentado a documentação e nota fiscal de uma carga que milho proveniente de da cidade de Luís Eduardo Magalhães/BA.

A ação teve seu desfecho quando iniciada a verificação da carroceria com a ajuda dos cães farejadores, eles apontaram a presença de droga no caminhão. O motorista ao ser questionado se estava transportando droga, confirmou a presença de maconha que se encontrava posicionada no centro da carroceria entre 107 sacas de milho embora constasse 220 na nota fiscal, estratégia utilizada para encobrir o transporte da droga. A ação foi concluída quando os federais ao averiguar a carroceria do caminhão, encontraram *81 (oitenta e um) grandes sacos contendo em seu interior maconha, embalados em fita adesiva, que totalizou um peso bruto de aproximadamente 1.525Kg (mil quinhentos e vinte e cinco) quilos. Além da droga também foram apreendidos, o caminhão e um aparelho celular.*

Terminado os trabalhos investigativos e tendo sido a droga encontrada, o suspeito recebeu voz de prisão em flagrante foi informado dos seus direitos e garantias constitucionais e em seguida foi conduzido para a Superintendência da Polícia Federal no Cais do Apolo, onde acabou sendo autuado pela prática do *crime contido no artigo 33, 35 c/c 40, V da Lei nº 11.343/2006 (tráfico interestadual de entorpecentes) e caso sejam condenado poderá pegar penas que variam de 5 a 15 anos de reclusão.

Em seu interrogatório o preso disse apenas que por estar desempregado aceitou ir até a Bahia a pedido de uma pessoa (não deu detalhes) com o objetivo de transportar uma carga de milho pelo preço de R$ 1.000 (mil reais). Mas ao chegar lá, foi lhe oferecido também transportar a maconha pelo preço de R$ 10.000 (dez mil), o qual aceitou. Essa é a primeira grande apreensão de drogas feita pela Polícia Federal em Pernambuco.

Covid-19: Boletim diário da Secretaria de Saúde – 24.01.21

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até este domingo (24), 96,05% dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus.

O número de testes realizados subiu para 46.708 dos quais 19.641 foram através do teste molecular e 27.067 pelo teste rápido, com 14.657 confirmações para a Covid-19, incluindo um óbito que estava em investigação. Sendo homem, 52 anos, com comorbidades.

O número de casos descartados subiu para 31.196.

Também já foram registrados 62.293 casos de síndrome gripal.

*VACINAÇÃO*
Doses aplicadas no dia: 0
Total de doses aplicadas: 1692

“Combate ao Covid com Saúde” leva ações gratuitas ao Agreste

A Faculdade UNINASSAU Caruaru realiza, a partir do dia 25 deste mês, em diversas cidades da região Agreste, o evento “Combate ao Covid com Saúde”. O projeto levará ações, atividades e serviços gratuitos dos cursos de Fisioterapia, Enfermagem, Educação Física, Nutrição, Técnico em Enfermagem, Serviço Social, Direito, Ciências Contábeis e Engenharias.

A primeira cidade a receber o evento é Riacho das Almas, no próximo dia 25. “A UNINASSAU fica feliz em levar a diversas cidades da nossa região serviços importantes à população. A nossa instituição cumpre também o papel de responsabilidade social”, destacou a diretora da UNINASSAU Caruaru, Aislane Belo.

As próximas cidades a receberem o projeto serão: Passira, Xexeu e Santa Cruz do Capibaribe, todas no mês de fevereiro.

Confira abaixo alguns serviços e atividades que serão realizadas:

Educação Física – Treinamento funcional com circuito motor aeróbico; Exercícios resistidos e circuito recreativo

Nutrição – Orientação nutricional tendo em vista a Pandemia; orientação nutricional

Enfermagem – Aferição de pressão

Serviço Social – Orientações quanto aos programas sociais

Ciências Contábeis – Orientação para a declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física e a dedução de gasto com a saúde

Direito – Orientações sobre o direito do consumidor

Engenharias – Informações de orçamento e orientações para escolha de material em obras; informações de preços de serviços de construção civil e dicas de segurança do trabalho

Estados brasileiros começam a receber vacina de Oxford

Os estados brasileiros começaram a receber as doses da vacina de Astrazeneca/Oxford, chegadas na sexta-feira (22). As doses fazem parte do lote fabricado pelo Instituto Serum, da Índia, e têm uso emergencial autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa confirmou a eficácia global do imunizante em 70,42%, validando estudo publicado no início de dezembro pela revista científica The Lancet. A eficácia mede a taxa de sucesso na prevenção da covid-19 comparada a quem recebeu placebo (medicamento inócuo).

Rio de Janeiro
O governo do estado do Rio de Janeiro vai iniciar amanhã (25) a distribuição das 185 mil doses da vacina AstraZeneca/Oxford aos municípios fluminense, recebidas ainda neste sábado (23). “Uma grande operação foi montada para que todas as cidades possam dar início a essa nova fase da vacinação assim que receberem as doses e as recomendações técnicas da secretaria, oriundas do Ministério da Saúde”, afirma nota divulgada na noite de ontem.

Assim como as 487 mil doses da vacina Coronavac recebidas na semana passada, as vacinas AstraZeneca/Oxford serão destinadas ao público prioritário, segundo orientação do Ministério da Saúde.

O estado do Rio de Janeiro já vacinou 89.237 pessoas em 85 municípios até as 18h de ontem (23), todos com a vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac.

A Secretaria de Estado de Saúde afirma ter enviado ofício aos municípios recomendando que seja feita uma busca ativa para levantar casos de idosos e pessoas com deficiência vivendo em instituições que não estejam cadastradas no Ministério da Saúde e, por isso, possam não ter recebido ainda doses da vacina Coronavac.

O público prioritário da primeira fase de vacinação são profissionais de saúde, idosos e pessoas com deficiência que vivem em instituições de longa permanência, população indígena aldeada e quilombolas. Algumas vacinas começaram a ser aplicadas ainda ontem.

A Subsecretaria de Vigilância em Saúde informou que todas as doses da vacina AstraZeneca/Oxford enviadas pelo Ministério da Saúde para o Estado do Rio serão distribuídas aos municípios em única remessa, para aplicação imediata, de acordo com as prioridades do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Isso significa que, diferentemente das vacinas Coronavac, que tiveram unidades guardadas para a segunda a dose dos primeiros vacinados, as vacinas AstraZeneca/Oxford serão todas aplicadas imediatamente. A subsecretaria explica que a decisão foi tomada “tendo em vista que a aplicação da segunda dose pode ser realizada em 90 dias após a primeira”.

Amazonas
Também na noite deste sábado (23), o governador do Amazonas Wilson Lima acompanhou no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes a chegada de um lote de 132,5 mil doses da vacina da AstraZeneca. Ainda neste domingo deve chegar ao estado mais um lote de 44 mil doses do imunizante. “Com isso vamos vacinar todos os idosos acima de 60 anos de idade e todos os profissionais de saúde”, explicou o governador, ao lado do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O estado terá 5% das vacinas, devido a acordo proposto pelo Ministério da Saúde e aceito pelos governadores.

Agência Brasil

Fiocruz negocia mais 15 milhões de doses de vacina da AstraZeneca

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade durante evento que marcou a liberação das vacinas de Oxford/AstraZeneca para serem entregues ao Ministério da Saúde e distribuídas no Brasil.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, disse que a instituição negocia com a AstraZeneca a possibilidade de receber 15 milhões de doses prontas de vacinas para garantir a imunização até que chegue ao Brasil o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) que vai permitir a produção de vacinas em BioManguinhos, da Fiocruz.

“Até que esse gap possa ser superado sempre com o objetivo de trazer de forma mais rápida possível a vacina para nossa população e também de começar a produzir o mais rápido possível”, informou em entrevista à imprensa neste sábado (23), logo antes do início da distribuição de 2 milhões de doses de vacina da AstraZeneca pelos estados brasileiros. O imunizante chegou na sexta-feira (22) ao Brasil, vindo da Índia.

De acordo com Nísia Trindade, as medidas estão estabelecidas no contrato de encomenda e tecnologia e também no memorando de acordo geral da AstraZeneca para encomenda e depois de transferência de tecnologia, quando todas as etapas serão feitas em BioManguinhos. “Isso tudo é contratual. Estaremos recebendo inicialmente 15 milhões de doses”, disse, acrescentando que há um aceno da AstraZeneca para antecipar os envios posteriores, que permitiriam completar até de 110 milhões e 400 mil doses da vacina. “Um aceno de que possa antecipar, não agora nesse momento, mas tão logo esse processo da exportação se resolva, antecipar a vinda de meses seguintes”, revelou.

Para a presidente da Fiocruz, a grande preocupação atual da instituição é com a chegada mais célere possível do Ingrediente Farmacêutico Ativo para a produção de vacinas em BioManguinhos da Fiocruz. Segundo Nísia, a perspectiva é de receber o insumo no início de fevereiro, por volta do dia 8, mas não há ainda uma data definida. A presidente disse que o processo passa por muitas etapas na China, além de por questões diplomáticas, e por isso não é possível saber quanto tempo vai levar para ser concluído.

Ainda na entrevista do sábado, o diretor de BioManguinhos, Maurício Zuma, informou que pelo contrato, a Fiocruz vai receber por mês insumos referentes a 15 milhões de doses em dois lotes equivalentes a 7,5 milhões de vacinas, com intervalo de duas semanas em cada lote. “Se ele [IFA] atrasar um pouquinho estamos discutindo a possibilidade de acelerar mais para frente a chegada dos lotes, para ver se a gente consegue antecipar um pouco, porque certamente teremos mais capacidade de produção do que esse cronograma de lotes. Se a gente puder receber mais IFA a gente vai poder produzir mais e entregar mais rápido “, completou.

Entrega
As vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford e pela biofarmacêutica AstraZeneca em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que chegaram ontem (23) ao Brasil, começaram ontem mesmo a ser distribuídas aos estados. “A vacina chegou muito tarde aqui, mas conseguimos executar todas as atividades com bastante velocidade, agilidade e logo no começo da tarde a gente já estava encaminhando vacinas”, afirmou sobre o processo que antecedeu a preparação para a distribuição das doses aos estados.

Nísia Trindade ressaltou que as vacinas saíram da Fiocruz após cumpridos os procedimentos recomendados de verificação da temperatura e das embalagens, inclusive as avaliações do Centro de Controle de Qualidade em Saúde da instituição.

Índia
O cônsul-geral da Índia, Leonardo Ananda, que estava ontem na cerimônia de liberação das vacinas, disse que era uma honra estar presente naquele momento de extrema relevância para a população brasileira. “Mais um passo está sendo dado no combate a essa pandemia. É também um marco histórico na relação entre Índia e Brasil. Duas nações irmãs que os laços vêm se fortalecendo a cada dia”, disse.

O cônsul disse que é um momento simbólico onde a Índia está auxiliando uma nação irmã. “Temos certeza que em pouco tempo terá milhões de vacinas produzidas nesta casa. A Índia se orgulha muito de ter estabelecido esta parceria muito sólida e muito forte, assim como a do Instituto Serum [da Índia] com a Fiocruz e BioManguinhos” concluiu.

Agência Brasil