“Com a Fenearte, o Brasil rende aos encantos da cultura”, afirma Câmara

Apresentando o universo brincante e encantador das antigas tradições, a 17ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) foi aberta ao público oficialmente, na tarde desta quinta-feira (07.07), em uma cerimônia comandada pelo governador Paulo Câmara e pela primeira-dama Ana Luíza Câmara, no Pavilhão do Centro de Convenções de Pernambuco. Com o tema “Artesanato. Arte Brincante”, a mostra vai reunir mais de 5 mil expositores, entre artesãos de Pernambuco, do Brasil e do mundo, nos 800 espaços distribuídos em uma área de 30 mil m². Com investimento de R$ 5 milhões e expectativa de movimentação financeira superior a R$ 40 milhões, a edição deste ano espera atrair cerca de 300 mil pessoas durante os 11 dias da exposição. Durante seu discurso de abertura, Paulo defendeu a valorização dos saberes tradicionais como elemento estruturador do desenvolvimento produtivo e econômico do artesanato local.

“Pernambuco vai mostrar mais uma vez para o Brasil e para o mundo que essa feira reúne o que há de melhor em termos de cultura, artesanato e geração de renda. É uma alegria muito grande para mim, como governador, poder realizar um evento tão grandioso como este, que vai, com certeza, fomentar a atividade econômica e, consequentemente, promover o sustento de milhares de pernambucanos”, destacou Paulo. Ao lado da primeira-dama Ana Luiza, das duas filhas, Clara e Helena, e da ex-primeira-dama Renata Campos, o chefe do Executivo estadual visitou os estandes de cada um dos mestres artesãos da Alameda dos Mestres.

Uma das novidades desta edição é o I Salão de Arte Popular Religiosa, no mezanino. Com curadoria do Frei Rinaldo Pereira, gestor do Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe), o espaço reúne 50 peças que traduzem a pluralidade de representações religiosas de diversas crenças. A primeira-dama Ana Luíza, que participou de todo o processo de organização do evento, comentou sua satisfação em contribuir com o fomento do multiculturalismo regional. “Uma programação cultural de raiz que conta nossa história e que traz à tona os patrimônios vivos do nosso Estado. O povo de Pernambuco se sente feliz e prestigiado com essa homenagem”, afirmou.

NEGÓCIOS – A Rodada de Negócios realizada na mostra também foi ampliada, passando de três para 11 dias de atividade. A ação, organizada pelo Sebrae pernambucano, tem o objetivo de agregar compradores e promover comercialização do artesanato durante a Fenearte. A expectativa é superar a marca de R$ 5 milhões de negócios gerados em 2015. O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco também montará o Armazém Sebrae de Artesanato, onde vai apresentar o trabalho de 22 unidades produtivas de diversas regiões do Estado, em 18 estandes, com artesanato utilitário, decorativo e acessórios de moda.

Presente na abertura da Fenearte, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, comemorou mais um ano do evento que impulsiona o turismo e o comércio na Região Metropolitana. “Uma iniciativa vitoriosa que atrai todos os anos gente de vários cantos do Brasil e do mundo. E o Recife ganha muito com isso. Em um ano de crise econômica, que afeta diretamente o comércio, essa feira surge como uma ‘luz no fim do túnel’ para os artistas que vivem da comercialização de sua arte”, afirmou. Também acompanharam o governador, o secretário de Cultura, Marcelino Granja; o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho; o secretário de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras; a secretária da Mulher, Sílvia Cordeiro; o secretário executivo de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, João Suassuna e o deputado federal, Fernando Monteiro.

Para o mestre Paulo Lima, de 70 anos, que já participa da Fenearte há oito anos, a oportunidade é a maior e sua principal fonte geradora de renda anual. “É daqui que eu tiro o sustento da minha família. A cada ano, eu tenho conseguido vender mais, e isso só estimula a minha produção”, sublinhou, completando: “Dos 25 produtos que eu trouxe, 23 já foram vendidos só hoje, na abertura. Voltarei para casa mais radiante do que nunca”. Seu Paulo é petrolinense e confecciona bancos esculpidos em madeira no formato de diversos animais.

HOMENAGEADOS – Este ano, a Fenearte homenageia o ceramista Manuel Eudócio e o percussionista Naná Vasconcelos. Com segmentos artísticos distintos, cada um contribuiu significativamente no enaltecimento e disseminação dos valores culturais de Pernambuco. De um lado, o discípulo do Mestre Vitalino – mestre caruaruense Manuel Eudócio – que encantava com suas peças esculpidas em barro. Do outro, o percussionista Juvenal de Holanda Vasconcelos, mais conhecido como Naná Vasconcelos. Natural de Recife, Naná foi eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista americana Down Beat, e foi vencedor de oito prêmios Grammy. Ambos faleceram no início deste ano. Manuel Eudócio, aos 85 anos; e Naná Vasconcelos, aos 71.

FUNCIONAMENTO – O evento segue até o próximo dia 17, funcionando de segunda a sexta-feira, das 14h às 22h; e aos sábados e domingos, das 10h às 22h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), nos dias úteis; e R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia), nos finais de semana. Também há a opção de meia-entrada para estudantes, crianças até 12 anos, professores e pessoas com mais de 60 anos.

Humberto articula mais verba para conselhos tutelares com líderes do setor

Responsável pela elaboração de emendas parlamentares destinadas à construção de unidades protetivas de crianças e adolescentes e à compra de equipamentos para estrutura-las adequadamente, o líder do Governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE), recebeu nesta quinta-feira (7), em seu gabinete, representantes do Fórum Nacional dos Conselhos Tutelares.

O senador e os conselheiros conversaram sobre os problemas atuais encontrados nas unidades espalhadas por todo o país, a fim de buscar soluções tanto no orçamento da União quanto na atividade legislativa.

Dados mostram que cerca de 40% dos conselhos não têm sedes exclusivas; 44% não possuem sequer veículo motorizado próprio; 25% não têm telefone próprio e 37% não têm celular de plantão.

“Nós temos que mudar essa realidade. Todos temos consciência de que é preciso trabalhar incansável para isso. Hoje, estreitamos ainda mais as nossas relações e demonstramos preocupação com a aplicação dos recursos previstos no orçamento ao setor. O ritmo de liberação ainda é muito lento e batalho para acelerá-lo”, afirmou Humberto.

Ele ressaltou que o governo da presidenta Dilma trabalhou intensamente por melhorias e conseguiu avanços significativos em relação à proteção de crianças e adolescentes, com a construção de unidades de atendimento em mais municípios do país. O parlamentar reconhece que é necessário avançar ainda mais.

Por isso, tem destinado emendas a que tem direito no orçamento para a execução de conselhos tutelares em Pernambuco e para a aquisição de equipamentos, os chamados kits, que incluem um automóvel, cinco computadores, uma impressora multifuncional, um refrigerador e um bebedouro. Mais de 20 cidades pernambucanas já foram contempladas.

“Esse material que chega até os conselheiros e funcionários responsáveis por lidar com a questão é muito importante para garantir condições adequadas de funcionamento dos conselhos”, diz.

Para o senador, isso é fundamental para atuar no enfrentamento à negligência, à violência física, à violência psicológica, à exploração sexual e a outras formas de violações que infelizmente vitimam meninas e meninos.

Junta de Serviço Militar realizará entrega de certificados em Gravatá

A Junta de Serviço Militar de Gravatá (JSM), no Agreste, realiza nesta sexta-feira (08), às 10h, a cerimônia de Compromisso à Bandeira Nacional e Entrega de Certificados Militares aos Cidadãos gravataenses alistados junto ao Serviço Militar no 1º semestre de 2016. O evento acontece na quadra da Escola de Referência em Ensino Médio Professor Antônio Farias (EREMPAF) situada na Rua Quintino Bocaiúva, no Centro.

Antes de seguir para a quadra da EREMPAF, os jovens alistados deverão comparecer à Junta de Serviço Militar, localizada à Rua João Pessoa, 179, no Centro, (próximo à Estação do Artesão), a partir das 07h30, para conferir a documentação.

De acordo com o 1º Tenente, delegado da 5ª Delegacia de Serviço Militar (21ª CSM), Linaldo do Carmo Martins, cerca de 350 jovens alistados devem participar da solenidade.

Fórum Municipal de Micro e Pequenas Empresas realiza ciclo de palestras gratuitas‏

Um ciclo de palestras com diversos temas de interesse de empresários, empreendedores e entidades envolvidas com setores do comércio, serviço e indústria, será realizado em Caruaru. O primeiro encontro será no próximo dia 13 de julho, com o tema “Fazer Diferente com Pessoas Iguais”. A palestra será ministrada pela diretora presidente do Grupo Julietto, uma das maiores redes de fast-food de Pernambuco, Rose Guareschi. Ela contará seu case de sucesso com a admissão de egressos em sua empresa através de um modelo de gestão diferenciado, que abre as portas para dar oportunidades às minorias.

Esta e todas as outras palestras que a serem realizadas serão gratuitas e abertas ao público. Este primeiro encontro será no auditório da FIEPE, às 19h. O público alvo são empresários, estudantes e professores universitários, gestores, empreendedores e a administração pública.

As palestras são uma iniciativa do Fórum Municipal de Micro e Pequenas Empresas de Caruaru, que foi criado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Caruaru há um ano e meio e atualmente realiza reuniões periódicas divididas em grupos. O fórum reúne as seguintes entidades: SindLoja, Acic, CDL, Fiepe, Sebrae, Fecomércio, Fafica, Caixa Econômica, BNB, Agefepe, Senac, Senai, Accape, Jucepe, Bombeiros, Secretaria da Fazenda Municipal, URB, Secretaria de Administração e Gestão de Pessoas,  Secretaria de Saúde, Vigilância Sanitária, CIEE, ITEP, Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Trabalho e Qualificação de Pernambuco.

A realização do ciclo se dá graças a parceria entre a Prefeitura de Caruaru, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico COM A Acic, CDL, Fiepe, SindLoja, Sebrae, e o Grupo Julietto.

Lewandowski pede informações sobre gravações de Lula

Do G1

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, enviou ofício, ao juiz Sérgio Moro pedindo informações sobre atos que permitiram e divulgaram gravações de conversas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com diversos políticos, dirigentes partidários e sindicais nas investigações da Operação Lava Jato.

O pedido decorre de uma ação protocolada na última terça-feira (5) na qual advogados do petista pedem a anulação da validade, como prova, das gravações.

Caberá a Moro explicar ao STF os fundamentos da decisão de gravar e autorizar a divulgação das conversas. Assim que notificado, ele deverá prestar as informações em até 48 horas.

A defesa de Lula aponta “usurpação de competência” por parte de Moro, afirmando que ele retirou o sigilo das gravações de forma indevida, já que havia autoridades com o chamado foro privilegiado nas conversas, como o ex-ministro Jaques Wagner (na época na Casa Civil), por exemplo, que só podem ser investigadas pelo STF.

Mesmo assim, diz a defesa, Moro também incluiu o material em investigações na própria Justiça Federal. Em nota divulgada na última terça, a assessoria da 13ª Vara Federal de Curitiba, afirmou que Moro “irá se manifestar nos autos”, isto é, nos próprios processos envolvendo o ex-presidente.

No mês passado, o ministro Teori Zavascki, do STF, anulou a validade de uma gravação entre Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff realizada após o fim da autorização para interceptação telefônica. O novo pedido de Lula, porém, pede a anulação das outras gravações, enviadas na mesma ocasião para análise de Moro.

Após renúncia, CCJ adia votação de parecer de Cunha

Do G1

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decidiu adiar para a próxima terça-feira (12) a sessão marcada para a discussão e votação do parecer sobre recurso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no processo que pede a cassação do seu mandato. A decisão foi anunciada nesta quinta (7) pelo presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PR-RS).

Inicialmente, a sessão em que o parecer seria discutido e votado estava agendada para a próxima segunda (11).

No ofício de cancelamento da sessão, Serraglio justifica sua decisão em razão da renúncia de Cunha à presidência da Câmara. Mais cedo, nesta quinta-feira, Cunha entregou à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara uma carta com a decisão de abrir mão do cargo.

Novas eleições foram convocadas por Waldir Maranhão para quinta-feira (14). No entanto, líderes partidários estavam reunidos no início da noite para discutir a antecipação da data para escolha do substituto de Cunha.

“Considerando o fato novo ocorrido no dia de hoje – renúncia da presidência -, bem como a frustração da expectativa de esforço concentrado na Casa, a partir da próxima segunda-feira, cancelo a reunião deliberativa extraordinária, anteriormente convocada para segunda-feira, dia 11 de julho de 2016, às 16 horas”, diz comunicado enviado por Serraglio aos deputados e à CCJ.

“Convoco reunião deliberativa ordinária para terça-feira, dia 12 de julho de 2016, às 14 horas e 30 minutos”, continua o presidente do colegiado.

Na quarta-feira (6), após a leitura do parecer do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), que analisou o recurso de Cunha, integrantes da CCJ pediram tempo extra para estudarem o relatório de Fonseca. Com isso a discussão e a votação do documento havia sido adiada para segunda-feira.

Considerado aliado do presidente afastado da Câmara, Ronaldo Fonseca recomendou ao colegiado em seu voto anular a votação do relatório do Conselho de Ética que opinou favoravelmente à cassação do mandato do peemedebista. No parecer, o deputado do Distrito Federal sugeriu à CCJ que seja realizada uma nova votação no Conselho sobre o processo de perda de mandato.

Adversários acham que Cunha quer evitar cassação

Adversários de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) avaliaram que a renúncia do deputado à presidência da Câmara, representa mais uma manobra do parlamentar para evitar a cassação do seu mandato. Embora tenham comemorado a saída definitiva de Cunha do comando da Casa, líderes da oposição estão atentos aos próximos passos do peemedebista, pois acreditam que ele influenciará fortemente na escolha do seu sucessor. A minoria também se articula para escolher o seu candidato à eleição, prevista para ocorrer na próxima semana.

Os oposicionistas consideram que a renúncia de Cunha à presidência da Câmara tenha sido anunciada hoje como uma tentativa de sensibilizar os seus aliados e de desviar o foco do processo que tramita na Casa contra ele. Na próxima segunda-feira, 11, os parlamentares devem votar o parecer do relator Ronaldo Fonseca (PROS-DF), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que acatou um dos 16 recursos da defesa de Cunha. O parecer de Fonseca defende a anulação da votação do Conselho de Ética que decidiu pela cassação do mandato do deputado. A votação final do processo de Cunha será feita no plenário.

Para o deputado Ivan Valente (SP), líder do PSOL, um dos autores da denúncia contra Cunha, a renúncia do deputado à presidência foi a “primeira grande vitória do partido” e a segunda vitória será a “cassação e a prisão” do parlamentar. “A saída de Cunha da presidência é a última tentativa de se salvar. Mas eu acho que a situação dele está insustentável, seja no plenário, seja na CCJ, e ele será cassado”, declarou. “Cunha não comove ninguém, ele dizer que está sendo expulso por vingança é um vexame, um escárnio (…) As lágrimas de Cunha não comoveram nem os crocodilos”, ironizou. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), afirmou que a carta da renúncia de Cunha em tom emotivo foi um ato totalmente político.

O líder da Rede, deputado Alessandro Molon (RJ), avaliou que o objetivo da renúncia de Cunha é “confundir e desviar o foco de sua cassação”. “Esse é um hábito dele, transformar derrotas em manobras.” Segundo Molon, o peemedebista pretende trocar o ato da renúncia pela salvação do seu mandato de deputado. “Não tem nenhuma possibilidade de Cunha se salvar no plenário. Isso (a renúncia) é fruto de uma sequência de derrotas, ele vem caindo um degrau após o outro”, disse. O deputado considerou também que o parlamentar “não renunciou a nada”, pois, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastá-lo, todos sabiam que ele não tinha mais condições de voltar ao poder.

Ao ser questionado sobre o fato de ser um dos possíveis candidatos da minoria à presidência da Casa, Molon desconversou. “A principal tarefa para a semana que vem é a cassação de Eduardo Cunha”, ponderou. Na avaliação do líder, Cunha não se sustentou na presidência por causa da opinião pública, e a sua permanência prejudicou a imagem do Congresso Nacional como um todo. “A Câmara precisa eleger um nome que resgate a credibilidade da Casa (…) Pensar na presidência da Casa antes de haver uma decisão na CCJ é colocar o carro na frente dos bois”, concluiu.

Deputados pernambucanos querem cassação de Cunha

img201411111642146013434-1170x767

Apesar de o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) ter renunciado a Presidência da Câmara, os parlamentares pernambucanos na Casa deram sinais de que vão continuar no encalço dele para aprovar a cassação do mandato. Com isso, eles querem evitar que o novo presidente a ser eleito seja ligado ao peemedebista. A eleição foi convocada pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão, para a próxima quinta-feira, às 16h.

Cunha anunciou a saída do cargo, nesta tarde, sob o argumento de levar estabilidade à Câmara. No entanto, para a deputada federal Luciana Santos (PCdoB), a ação foi uma tentativa de salvar o mandato, a partir de um acordo com aliados e o presidente interino Michel Temer (PMDB). “Não foi à toa que ele jantou ontem no Palácio do Jaburu. Ele foi cobrar a fatura (por ter dado início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff). Eles também temem uma delação de Cunha. Nós vamos gritar muito para evitar que ele continue mandando na Câmara”, disse Luciana.

“O morto não foi enterrado, mas já está caminhando para incineração”, disse o vice-líder do colegiado da Câmara, Tadeu Alencar (PSB). De acordo com ele, o processo de negociação para indicação do novo presidente já começou. “Estamos discutindo para escolher alguém que tenha tributos e valores para comandar a Câmara porque ficou claro que Eduardo Cunha não tinha, que ele recebeu propina e negociava pelo pagamento de vantagens”.

O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) também destacou a necessidade de avançar nos trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que analisa o pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar ao mentir na CPI da Petrobras. “Depois disso, o destino dele é em Curitiba, com o juiz Sérgio Moro”, acrescentou Jarbas, em referência às investigações da Operação Lava-Jato.

Já João Fernando Coutinho (PSB) destacou que que a atitude de Eduardo Cunha era aguardada há bastante tempo e que ela permitirá a eleição de alguém com “condições de resgatar o pleno funcionamento da Câmara dos Deputados, votando matérias de interesse do país”. O parlamentar Carlos Eduardo Cadoca (PDT) ressaltou que o desgaste do legislativo já é enorme. “Demorou muito. Ele perdeu há muito tempo as condições mínimas de presidir a Câmara e de preservar o mandato. As denúncias são muitas, densas, consistente e gravíssimas. Eduardo Cunha não deveria ter comandado o processo de impeachment”.

O andamento do processo de cassação de Eduardo Cunha já é o mais longevo da história da Câmara. São nove meses de trâmite. A demora se deve, sobretudo, às manobras feitas pelo grupo de Cunha para evitar a aprovação do pedido de perda do mandato no Conselho de Ética. Embora o processo tenha andado pouco na Casa, o peemedebista estava afastado do cargo há dois meses, após determinação do Supremo tribunal federal, que acatou denúncia da Procuradoria Geral da União.

Eleição para sucessor de Cunha será quinta-feira

O presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), marcou para a próxima quinta-feira (14), às 16h, a eleição do substituto de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Casa. A eleição será secreta e ocorrerá por meio do sistema eletrônico.

No início da tarde desta quinta (7), Cunha  fez um pronunciamento no salão nobre da Câmara na qual comunicou sua renúncia da presidência da Casa. Ele estava afastado do comando da Casa e do mandato de deputado federal desde 5 de maio por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi oficializada em uma carta encaminhada a Waldir Maranhão, que ocupa interinamente a presidência da Câmara desde que Cunha foi afastado do Legislativo.

A partir da oficialização da renúncia, o presidente em exercício tinha até cinco sessões da Câmara para promover a eleição para o mandato tampão até fevereiro.

Rodrigo Maia e Rosso disputam presidência da Câmara

Com a renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara, os deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) duelam pela sucessão do peemedebista. Ainda dependendo de acordo de líderes, a eleição deve acontecer na próxima terça-feira (12).

Cunha combinou com o Palácio do Planalto acordo em torno do nome de Rogério Rosso, que é seu aliado. O governo, por sua vez, acredita que o brasiliense dispõe de condição necessária para comandar a Câmara. Rosso ganhou a simpatia do novo governo após o processo de impeachment. Ele presidiu a comissão especial da Câmara.

Rodrigo Maia, em contrapartida, tenta aglutinar os desafetos de Eduardo Cunha. Ele acredita que conseguirá superar Rogério Rosso porque o peemedebista já emplacou o novo líder do governo, André Moura (PSC-SE).

Antes, no entanto, o Palácio do Planalto teme que o presidente em exercício Waldir Maranhão tente dificultar a eleição do novo presidente da Câmara. Maranhão, considerado um político inexpressivo, gostou das luzes fugazes da glória.