Pernambuco vai institucionalizar o planejamento estratégico de longo prazo, para que esse tipo de ação passe a ser uma política de Estado, independente dos governos. Nesse sentido, o governador Paulo Câmara assinou, nesta quinta-feira (29), uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) encaminhada à Assembleia Legislativa. Realizada no Palácio do Campo das Princesas, a solenidade também teve como marco a renovação da parceria do Estado com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) para a realização da segunda fase do Pernambuco 2015. No ato, Paulo também recebeu do presidente do Conselho Superior da entidade, Jorge Gerdau, uma carteira com 34 projetos de interesse do setor empresarial.
Paulo Câmara defendeu a importância de “um olhar a longo prazo” na questão do planejamento estratégico. “Mesmo diante de um cenário adverso como o que estamos vivendo, não podemos parar de pensar em planejar. E não basta apenas um planejamento de um governo de quatro anos. Precisamos planejar o Estado para 20, 30 anos. É isso que queremos inserir na cultura de planejamento de Pernambuco, porque sabemos que os objetivos são similares a todos; o que pode mudar é uma forma ou outra de governar. As metas e a busca de um Pernambuco com melhor qualidade de vida, infraestrutura e preceitos básicos – saúde, educação e segurança – têm que estar presente no dia a dia das nossas ações com olhar estratégico”, argumentou.
Ao lado de Jorge Gerdau e de Cláudio Gastal, presidente executivo do MBC, o governador lançou uma nova etapa do Pernambuco 2035, que foi dividida em quatro eixos: revisão dos documentos do PE 2035 diante do novo cenário econômico e político; identificação das fontes de financiamento para execução das ações governamentais e públicas; criação de um Modelo de Governança para o projeto e de um comitê de acompanhamento das ações; além da integração dos municípios à estratégia de desenvolvimento de longo prazo. A previsão é de que essa fase do programa seja concluída em junho de 2017.
Reconhecido nacional e internacionalmente, o Modelo de Gestão pernambucano foi implantado em 2007, no primeiro Governo Eduardo Campos, responsável por firmar a parceria com o MBC. A ex-primeira-dama Renata Campos acompanhou o ato de hoje. Por meio do PE 2035, o Estado pretende consolidar um instrumento que vai assegurar e viabilizar a modernização permanente do modelo adotado por Pernambuco, norteando estratégias e ações para os próximos 20 anos.
Lançado em 2013, na segunda administração de Eduardo, o programa já realizou um inventário do que está sendo implantado no Estado (onde estamos), e definiu uma visão de futuro para Pernambuco (onde queremos chegar). Essas ações integram a primeira fase da iniciativa junto com a entrega da carteira de projetos públicos (ocorrida em dezembro de 2014) e privados (feita hoje). O PE 2035 é operacionalizado pelo Consórcio Pernambuco do Amanhã, formado pelas empresas Ceplan, TGI e Macroplan, contratadas pelo MBC. A coordenação é feita pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag).
O empresário Jorge Gerdau ressaltou a condição “diferenciada” de Pernambuco diante dos demais estados da federação. “Indiscutivelmente, Pernambuco foi o Estado que teve a resposta mais eficiente em termos da evolução da tecnologia de gestão. Pernambuco está sendo absolutamente pioneiro ao fazer uma emenda constitucional para que isso passe a ser um instrumento de vida e objetivos. A minha inspiração é que os 27 estados da federação e as grandes prefeituras estejam atingindo esse tema e essa metodologia”, confessou.
Titular da Seplag, Danilo Cabral explicou que entrega da carteira de projetos privados consolida uma nova etapa do planejamento estratégico do Estado. “Ao todo, são 34 projetos nas mais diversas frentes. Uma das ideias que está apresentada é a do fortalecimento da rede de cidades do interior, notadamente as cidades médias como Caruaru, Petrolina, Garanhuns e Salgueiro, que têm um potencial para incorporar não só atração de empreendimentos como a melhoria da qualidade de vida. A gestão da governança metropolitana é um desafio que está posto. Temos, nas cidades metropolitanas, um conjunto de situações que não se resolvem individualmente, como, por exemplo, a questão do transporte público, da habitação e do saneamento básico. Elas dizem respeito à ações integradas. O planejamento estratégico dialoga com essa preocupação entre outras 34 iniciativas que estão preconizadas no documento entregue hoje”, detalhou o secretário.