Do G1
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo crime de corrupção passiva, por ele ter, segundo as investigações, usado da influência do mandato que exercia para favorecer um empréstimo do BNDES à empreiteira. Em troca, de acordo com a PF, a empreiteira pagou propina de R$ 20 milhões a Taiguara Rodrigues, sobrinho de Lula. Segundo a PF, parte da propina foi também para o ex-presidente.
Taiguara, Marcelo Odebrecht e mais sete executivos da empreiteira foram indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro.
O indiciamento teve como base investigações da Operação Janus, que apura irregularidades no financiamento do BNDES para obras da Odebrecht em Angola.
De acordo com as investigações, a empresa da qual Taiguara é sócio, a Exergia, fechou contrato com a Odebrecht em Angola depois de Lula ter facilitado o empréstimo junto ao BNDES.
Por telefone, a assessoria do Instituto Lula informou que a defesa não teve acesso ao documento de indiciamento e negou irregularidades nas contas do ex-presidente.
“A defesa do ex-presidente Lula não teve, ainda, acesso ao documento. O ex-presidente não ocupa cargo público desde 1º de janeiro de 2011, sempre agiu dentro da lei, antes, durante e depois de exercer dois mandatos eleito de presidente da República, tem todas as suas contas e as de seus familiares devassadas e não há nenhum centavo de irregularidade nas contas do ex-presidente. A defesa do ex-presidente vai analisar o indiciamento e considera que o ex-presidente é vítima de uma campanha que visa não a investigar fatos com seriedade, mas sim a gerar manchete difamatórias na imprensa”, afirmou a assessoria do ex-presidente.
A Operação Janus é um desdobramento do inquérito aberto em julho de 2015, a pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal para apurar suposto tráfico de influência internacional do ex-presidente. Os investigados na operação são suspeitos de terem cometido crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, informou a assessoria da PF.