Do G1
Preso nesta segunda-feira (3) na mais nova fase da Lava Jato, José Dirceu recebeu com tranquilidade os policiais federais que chegaram cedo a sua porta, em Brasília, relatou um interlocutor do ex-ministro. Após tentar três habeas corpus nos últimos meses, a prisão já era esperada, segundo informado ao Blog.
Dirceu cumpre prisão domiciliar por condenação no processo do mensalão do PT e, agora, é alvo de mandado de prisão preventiva decretada pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da primeira instância na Lava Jato. O ex-chefe da Casa Civil foi levado para a superintendência da Policia Federal em Brasília. À tarde, de acordo com o planejado, seguirá para Curitiba. Dirceu se manteve calado no trajeto de sua casa até a PF.
O ex-ministro é suspeito de receber propinas com o dinheiro desviado da Petrobras, usando uma de suas empresas, a JD Consultoria, atualmente desativada. Os autos da Lava Jato informam também que o dinheiro ilegal teria sido recebido por meio de falsas consultorias realizadas por Dirceu.
A JD Consultoria recebeu quase R$ 4 milhões de empresas investigadas pela Lava Jato, como as construtoras Galvão Engenharia, OAS e a UTC. Para os investigadores, Dirceu é suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro em obras como a da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.
Dirceu também foi acusado por Milton Pascowitch, um dos delatores da Lava Jato, de receber propina de R$ 1,5 milhão para que a empresa Engevix mantivesse contratos com a Petrobras.
Em outras ocasiões, a assessoria de José Dirceu negou a suspeita e disse que os valores foram recebidos por consultorias verdadeiramente realizadas. Procurado pelo Blog na manhã desta segunda (3), os assessores do ex-ministro informaram que, assim que tiverem informações sobre a motivação da prisão, divulgarão uma nota.
Cerca de 200 policiais participam da 17ª fase da Lava Jato, batizada de Pixuleco em uma referência ao apelido dado ao pagamento de propina.