A produção nacional de bicicletas caiu 10% no acumulado do ano de 2015, chegando a 3,6 milhões. As vendas também apresentaram queda de 10%, alcançando os 3,3 milhões de unidades, de acordo com dados divulgados hoje (8) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Segundo o vice-presidente da Abraciclo, Eduardo Musa, essa queda só não foi maior devido ao aumento do consumo para mobilidade urbana.
“Sabíamos que o ano seria difícil, mas acabou sendo pior do que esperávamos. Com as bicicletas não foi diferente, apesar do sentimento de apoio da sociedade civil, das prefeituras, que têm investido na infraestrutura cicloviária, e das preocupações com a mobilidade e meio ambiente”, disse Musa.
Segundo ele, o setor depende principalmente da importação de componentes para produzir as bicicletas. “Com a desvalorização do real houve grande impacto na estrutura de custo de todo o segmento, que foi obrigado a repassar a alta do dólar e a inflação para o consumidor. Isso causou forte impacto no volume de vendas”.
De acordo com a Abraciclo, a produção de motocicletas entre janeiro e novembro de 2015 foi de 1.212.075 unidades, 15% a menos do que o produzido no mesmo período do ano passado. Na comparação mensal a queda foi de 28,2%, ao passar de 104.388 para 74.972. Com relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram produzidas 121.719 motocicletas, a retração foi de 38,4%.
Os licenciamentos alcançaram 105.371 motos em novembro, o que representa um crescimento de 18,4% ante outubro, quando foram vendidas 89.020 unidades. “O número do varejo está meio contaminado, porque está influenciado pelo emplacamento das motocicletas de 50 cilindradas, em virtude da mudança da legislação neste semestre do ano. Por isso, o número foi alto”, explicou o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
As vendas no atacado, para concessionárias, chegaram a 1.120.680 de unidades no acumulado do ano, 14,9% a menos do que no mesmo período do ano passado (1.316.289). Na comparação de novembro com outubro, houve queda de 22,8% ao passar de 91.205 para 70.398. Com relação a novembro de 2014, as vendas para as concessionárias em mesmo período deste ano caíram 41,2%.
“O mês de novembro aponta pelo menos para estabilidade com relação a outubro. No nosso entendimento é o fim do poço. Esperamos pelo menos manter esses resultados e começar a crescer no segundo semestre do ano que vem”, disse o presidente da Abraciclo.
As exportações caíram 23% de janeiro a novembro, com a comercialização de 63.179 unidades para o mercado externo contra as 82.003 registradas no mesmo período do ano passado. Em relação a outubro (10.959), as exportações caíram 41,5%, com 6.928.Na comparação com novembro do ano passado, as vendas para o mercado externo cresceram 87,7%.
Segundo a Abraciclo, a previsão para 2015 é a de que o setor feche o ano com produção total de 1.270.000 motocicletas e vendas, no atacado, de 1.210.000 unidades. As exportações devem chegar a 73.000 mil motos. No varejo, devem ser vendidas 1.255.000 motocicletas.
Para 2016, as projeções são de produção em torno de 1.280.000 unidades, com 1.220.000 de vendas no atacado e 75.000 para a exportação. “Esperamos ficar pelo menos no patamar de 2015. Vamos torcer que esse nó político-econômico seja desatado rapidamente e tenhamos um ambiente mais favorável no segundo semestre de do ano”, disse Fermanian.
Fermanian ressaltou ainda que a indústria vem tentando manter a empregabilidade, e cada marca faz seus esforços de acordo com suas possibilidades e necessidades, mas não há nada previsto em termos de demissões. “Não há horizonte de movimento unificado para demissão. Há, sim, um esforço individual de cada marca para manter seus quadros de funcionários qualificados”. Também não há uniformidade para paralisação da produção e férias coletivas. “Algumas já estão paradas desde outubro outras precisam adequar seus estoques”.