Sem registro de chuva na bacia do Capibaribe que alimenta a barragem de Jucazinho, em Surubim, o manancial vem perdendo nível a cada dia. Para continuar retirando água do volume morto do reservatório, a Compesa realizou uma nova intervenção no local. Para isso, foi necessário paralisar o Sistema Jucazinho na quinta-feira (14) e sexta-feira (15). A previsão é que o sistema voltasse a funcionar neste sábado (16), a partir das 6h. Durante esse período, foi preciso suspender o abastecimento para as cidades de Santa Cruz do Capibaribe e Riacho das Almas.
Com o Sistema Jucazinho desativado, os técnicos da Compesa montaram uma balsa flutuante, uma estrutura que permite a captação da água do ponto mais profundo da barragem. A iniciativa irá prolongar a retirada de água por mais dois meses, evitando o colapso do abastecimento para 12 cidades do Agreste atendidas pela barragem. Desde novembro do ano passado o volume morto estava sendo explorado por meio de uma bomba instalada de forma provisória. Com a redução do nível do reservatório, a bomba teve de ser remanejada para a balsa flutuante.
A estratégia da balsa flutuante é o último recurso para a exploração da água disponível da barragem de Jucazinho. Se não chover até março, o reservatório entrará em colapso. Com a capacidade de armazenar 327 milhões de metros cúbicos, o manancial está hoje com apenas 1,8 % do seu volume total.
Enquanto espera a chuva, a Compesa irá administrar a distribuição de água para as cidades de Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe, Salgadinho, Surubim, Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertente do Lério, Frei Miguelinho, Vertentes e Toritama, com uma vazão de 250 litros de água por segundo. “Temos esperança que chova nos próximos meses e que Jucazinho consiga recuperar o seu nível para que possamos melhorar a distribuição de água nessas cidades”, apela o coordenador técnico da Gerência Regional do Alto Capibaribe, George Ramos.
A barragem de Jucazinho vive o seu pior cenário desde a sua inauguração, em 2000. Não tem chovido o suficiente para a recuperação do nível do manancial, desde 2011, reflexo de cinco anos consecutivos de seca na região. A exploração do volume morto está sendo possível graças ao planejamento rigoroso e à gestão do reservatório, desde o início da sua operação. Para isso foi criado um Centro de Controle Operacional (CCO) na cidade de Caruaru para acompanhar, diariamente, as condições e a operação da barragem. A Compesa adianta também que, desde 2013, a vazão e retirada da água vêm sendo monitoradas por hidrólogos do Banco Mundial, mediante o Programa Monitor de Secas, desenvolvidos em áreas atingidas por estiagem, como o Nordeste do Brasil e áreas do México, Estados Unidos e Espanha.