Por Pedro Augusto
Em meio a esse turbilhão de fatos desagradáveis, oriundos dos mais variados setores, enfim a população caruaruense recebeu uma boa notícia. Elaborado com o objetivo de incrementar o volume de água oferecido pelo Sistema do Prata, em Bonito, no Agreste do Estado, o Sistema Pirangi está mais próximo de ter sua obra iniciada. Esta semana, mais precisamente na última terça-feira (26), o Governo de Pernambuco confirmou o nome da empresa que ficará responsável pela implantação do sistema. Na prática, quando este último estiver em vigor, o abastecimento de água não só de Caruaru, mas também dos municípios de Agrestina, Altinho, Ibirajuba e Cachoeirinha, ainda no Agreste, será reforçado.
De acordo com o gerente regional interino da Compesa, Leonardo Lemos, a expectativa é de que obra do Sistema Pirangi seja finalizada no prazo máximo de oito meses. “Assim que a ordem de serviço sair, o que deverá acontecer em até 15 dias, o sistema começará a ser erguido. Quando estiver em funcionamento, ele fará a captação diária de água do Rio Pirangi, em Catende, na Zona da Mata do Estado, e em seguida realizará a distribuição do volume no Sistema do Prata. Ou seja, este último passará a ter o seu reservatório reforçado independentemente da escassez de chuvas”, destacou Leonardo.
Assim como o projeto delineia, o Sistema Pirangi contará com uma adutora de 27 quilômetros de extensão e duas estações elevatórias para vazões de 300 a 500 litros de água por segundo. Segundo Leonardo Lemos, tão logo o Pirangi passe a operar, a expectativa é de que haja uma brusca redução no sistema de rodízio de abastecimento nos municípios contemplados.
“Vale lembrar que desde o ano passado o Sistema Jucazinho, em Surubim, deixou de fornecer água para Caruaru devido à escassez de chuvas que vem assolando toda a região. Como a Capital do Agreste passou a ser abastecida pelo Prata e este último sistema ganhará o reforço do Pirangi, a tendência é de que haja uma diminuição nos rodízios empregados”, acrescentou.
Atualmente, de acordo com o estudo da Compesa, a Barragem do Prata vem operando com 56% de sua capacidade total. De acordo ainda com o gerente, este percentual deverá aumentar assim que o Sistema Pirangi entrar em vigor. “A análise é bem simples: como a Barragem do Prata será reforçada pelo Rio Pirangi, ela passará a acumular um volume mais elevado de água. Desta forma, as cidades que são abastecidas por esta barragem passarão a contar com um suporte de abastecimento maior nos períodos prolongados de ausência de chuvas. Quanto à Barragem de Jucazinho, infelizmente, hoje ela vem operando com apenas 0,95% de sua capacidade total”, pontuou Leonardo.
“Além de beneficiar logo de cara o Sistema do Prata, estamos estudando a possibilidade de futuramente o Pirangi reforçar o armazenamento de água de Jucazinho. Desta forma, passaríamos a contemplar também os municípios que são integralmente abastecidos por este último sistema, a exemplo de Santa Cruz do Capibaribe e Surubim”, complementou o diretor técnico de Engenharia da Compesa, Rômulo Aurélio Souza.
Previsto para ser implantado com recursos do Banco Mundial, o Sistema Pirangi chega para minimizar um pouco a expectativa criada em torno da Adutora do Agreste. Com a assinatura do Plano de Trabalho da Adutora, que foi realizada pelos governos Estadual e Federal, há pouco mais de três meses, em Brasília, a estimativa é de que a Adutora do Agreste passe a funcionar antes da construção do Ramal do Agreste – obra federal esta que está prevista para ser executada até 2020.