Afastado do cargo de vereador devido aos desdobramentos da Operação Ponto Final 1, Eduardo Cantarelli (SDD), teve recurso negado pelo Superior Tribunal de Justiça e vai se manter longe da vereança, pelo menos até o processo ser julgado na IV Vara Criminal de Caruaru. A decisão do STJ é monocrática e ainda cabe recurso, mas dificilmente o edil terá êxito em Brasília.
Na decisão sobre o recurso RHC 58335/PE que serve também para os demais réus do processo, o STJ traz um fato novo: essa é uma das primeiras, senão a primeira decisão, que usou o artigo 319 CPP para afastar cautelarmente do exercício das funções pessoas detentoras de mandato eletivo. Esse também é o primeiro recurso impetrados pela defesa dos vereadores acusados na Operação Ponto Final que chega em Brasília.
A Operação Ponto Final I deve ter o desfecho nos próximos 60 dias. O processo já chegou às mãos do Ministério Público para as alegações finais há duas semanas e deve ser devolvido nos próximos dias, já que o prazo para devolução é em torno de dez dias. Na seqüência será disponibilizada para a defesa (mais dez dias para alegações finais). Geralmente esses prazos atrasam devido aos feriados e também algumas paralisações do Poder Judiciário, como já correu este ano em algumas ocasiões. O juiz do caso é Francisco de Assis Morais Júnior, titular da IV Vara Criminal. Ele estava de férias e retorna dia dois de maio.
Na Operação Ponto Final 1, um grupo de dez vereadores é acusado de cobrar cerca de R$ 2 milhões para aprovar o projeto do BRT, na época orçado em R$ 250 milhões. Os dez foram presos e afastados de seus cargos por alguns dias. Eles recorreram da decisão, chegaram a retornar à vereança, mas depois tiveram suas liminares cassadas e, atualmente, estão fora da Casa Jornalista José Carlos Florêncio, mas continuam recebendo seus vencimentos.