Por ALEXANDRE BARBOSA MACIEL
Uma reportagem recentemente veiculada no Diario de Pernambuco revela a disparidade entre os preços dos imóveis praticados no Estado se comparados aos praticados em Miami, por exemplo. A matéria aponta que pernambucanos têm preferido investir em imóveis nos EUA, onde o preço do m2 tem girado em torno dos R$ 3.700,00, do que em cidades como Recife, onde imóveis em lançamento atingem a marca de R$ 13.000,00 o m2 em áreas valorizadas como Boa Viagem.
Outro índice que tem demonstrado o fôlego dos preços dos imóveis no Recife é o FipeZap, que apontou a capital pernambucana como a segunda do Brasil em aumento dos preços dos imóveis nos últimos 12 meses. Desde que passou a ser monitorado pelo índice, em junho de 2010, os preços dos imóveis no Recife oscilaram positivamente 93%, enquanto o IGP-M (FGV) variou apenas 29,1% no mesmo período. Já o INCC variou apenas 28,5% nesse período.
Só este ano o índice já variou 2,6% na capital pernambucana. Se considerados os últimos 12 meses, o preço dos imóveis no Recife variou 17%, índice que representa mais do que o dobro da inflação medida pelo IGP-M, que no mesmo período variou apenas 7,30%. O preço do m2, segundo o índice, está em torno dos R$ 6.000,00 em bairros como Boa Viagem. A variação positiva no primeiro trimestre do ano coincide com a realização do primeiro evento do mercado imobiliário pernambucano, o Salão Imobiliário da Ademi, entidade que congrega as principais construtoras da capital, que, segundo informações extraoficiais, obteve resultados abaixo do esperado.
Voltando ao comparativo dos valores praticados aqui e em outras cidades do mundo, Recife e outros municípios da região metropolitana apresentam uma grande valorização, principalmente em Goiana e Cabo de Santo Agostinho, cidades que têm recebido investimentos em infraestrutura e em indústrias. No interior, Caruaru se destaca com um mercado forte, com preços interessantes se comparados aos da capital. O preço dos residenciais em Caruaru tem oscilado em torno dos R$ 4.200,00 o m2 para os imóveis novos. A perspectiva de crescimento e a chegada de novos moradores têm gerado uma expectativa de que ainda temos margens positivas de valorização.
Alexandre Barbosa Maciel, advogado, é corretor de imóveis, conselheiro suplente do Creci-PE e diretor da Imobiliária ABM. Escreve todas as terças-feiras para o blog