Opinião: A busca da democracia liberal cristã

Por Alexei Esteves

A construção político-ideológica neoliberal, que vê o mercado capitalista como o fim da história, apresenta a globalização do capital, e suas consequências, como tendo uma força avassaladora, quase que como fenômenos da natureza, inevitáveis e incontroláveis, dando a falsa impressão da existência de um caminho único e inexorável para a humanidade.

Com isso, aquilo que é produto da ação política e das decisões de sujeitos definidos (os governos das grandes potências econômicas, as grandes corporações produtivas-financeiras transnacionais e as instituições econômicas multilaterais sob domínio do capital financeiro) transfigura-se num processo autônomo, acima da vontade e da ação dos indivíduos e dos sujeitos coletivos.

A consequência prática dessa hegemonia ideológica, ao longo das duas últimas décadas do século passado, foi a difusão, para toda a sociedade, de um sentimento de impotência, reforçado diariamente pelos meios de comunicação, que se expressava numa tendência à aceitação passiva de uma única direção, à qual todos deviam se adaptar, ou perecer.

No entanto, no Brasil, como em todo o mundo, a chegada do novo milênio coincidiu com a crise do projeto econômico-político neoliberal.Os seus resultados econômicos e sociais, para os países periféricos e para as classes trabalhadoras, falaram mais alto do que o discurso neoliberal sobre a eficiência dos mercados.

O caráter regressivo e anti-social do projeto foi desnudado. E mais ainda, a chamada 3a via, expressão da capitulação da social-democracia à política e à ideologia neoliberais, também entrou em crise. Os exemplos de vários países europeus e do próprio Estados Unidos, mas especialmente o da França, não deixam dúvidas.

No Brasil, os efeitos desastrosos do modelo neoliberal, apesar de todo o controle e manipulação da informação pelos monopólios da comunicação, são hoje evidentes. Por outro lado, e talvez por isso mesmo, observa-se uma retomada dos movimentos sociais e da ação política das esquerdas.

O Brasil deseja democracia de verdade e ética Cristã, para retirar o vazio existencial, juntamente com uma transformação na vida econômica e educacional,par somente a partir daí se projetar no cenário internacional. No entanto,além de uma união mística,que é aquela que Deus junto com Filho elegeu para o conselho de redenção para transformação da pessoa humana,um país necessita de união social em busca da causa comum.

Opinião: Direção pedagógica liberal, no processo democrático

Por Alexei Esteves

Desde o início do século XXI, a aceleração dos avanços tecnológicos, a globalização do capital e as transformações nas relações de trabalho, como a perda dos direitos sociais, trouxeram mudanças para as políticas e gestão e de regulação da Educação no Brasil. Tais mudanças interferem na organização da escola e nos papéis dos diversos atores sociais que constroem seu cotidiano.

Para a Gestão democrática deve haver compreensão da administração escolar como atividade meio e reunião de esforços coletivos para complemento dos fins da educação, assim como a compreensão e aceitação do princípio de que a educação é um processo de emancipação humana; que o Projeto Político pedagógico (PPP) deve ser elaborado através de construção coletiva e que além da formação deve haver o fortalecimento do Conselho Escolar

Os gestores devem também possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional. O Gestor deve estar ciente que a qualidade da escola é global, devido à interação dos indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento.

A comunidade escolar repensa constantemente o seu papel pedagógico e sua função social, para tanto, se faz necessário refletir sobre a escola que tem, se voltada para os interesses políticos, se discriminadora e produtora de mecanismos de controle que impedem que os estudantes consigam enfrentar em condições de igualdade ou como melhor enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Essencialmente aos alunos dos cursos de extensão onde muitos são os problemas que dificultam a aprendizagem dos discentes.

O presente documento que teve como objetivo maior mostrar que mesmo diante de tantas exigências e dificuldades encontradas no contesto escolar e possível estruturar um espaço de convivências e conquistas democráticas apresenta também o caminho percorrido para se chegar as conclusões de que a educação é um processo que se constitui em longo prazo, é uma ação solidária onde a percepção, a troca, a experiência, a reciprocidade, constituem sua essência.É válido reconhecer que a figura do diretor não representa apenas a autoridade da escola, nem o administrador eficaz, como se deseja para o sucesso de uma empresa.

O diretor tem que dar conta da qualidade de ensino em sua escola e tudo o que for condição para alcançá-la. Manter um diálogo aberto com professores, funcionários, alunos e pais, garantir o direcionamento do projeto pedagógico na escola, a homogeneidade de conteúdos programáticos e a heterogeneidades entre as turmas, ter bom trânsito nas coordenações de curso.

Oferecer um ensino de qualidade e possibilitar o acesso e permanência do aluno com sucesso, na escola o que só é possível quando o trabalho é realizado de forma eficiente, sobretudo transparente, nunca deixando de respeitar os direitos e interesses da comunidade que a Instituição está inserida.

Acompanhar, monitorando e intervindo no trabalho prático de sala de aulas de modo que o coordenador pedagógico possa se tornar um parceiro no trabalho junto ao trabalho do professor e não só um verificador de suas ações.

A pedagogia,deverá sempre está enfatizando sempre a valorização humana, sendo o aluno, sempre o centro das atenções e a oferta das modalidades de ensino oportuniza aos discentes, condições de serem participativos no contexto acadêmico,valorizando-os e tornando-os através da educação, cidadãos conscientes e preparados para interagir na sociedade.

Artigo: Condições de trabalho e vida do docente

Por Alexei Esteves

Estamos vivenciando uma economia globalizada, onde algumas profissões estão no auge do sucesso, outras, estão principiando esse sucesso. No Brasil é notória a desvalorização da profissão docente, uma das profissões mais importante, que serve de alicerce para as demais.

Apesar da qualidade do ensino não depender apenas do professor, as instituições exigem dos docentes um maior esforço em sala de aula para melhorar a qualidade de ensino, porém, esse esforço não é reconhecido pelos seus clientes e muito menos pelo salário que recebem. Outro aspecto é que a remuneração do professor é diferenciada de acordo com cada estado e região, agravando ainda mais essa situação que já é bastante crítica.

O salário do professor é iníquo, pois mesmo realizando o mesmo trabalho, as remunerações são diferentes. Questionam também que a remuneração é arbitrária, não há uma relação entre o esforço do trabalhador e o pagamento pelo esforço. Diante disso, afirmam ser impossível identificar entre os docentes um padrão de renda e consumo homogêneo, há professores em status sociais muito distintos entre si.

Devido há esta distinção no salário e também das condições que hoje o professor enfrenta no âmbito educacional, essa profissão está quase escassa, pois muitos cursos de licenciatura estão perdendo sua clientela, ou seja, o sonho de seguir a carreira de professor está desaparecendo.Pois, por causa dessa instabilidade na remuneração e as condições de trabalho do professor que se deteriora abruptamente, torna cada vez mais a carreira de professor desinteressante.

Podemos dizer que os professores dedicam a maior parte do tempo ao trabalho, deixando de lado a família, e até se descuidando dos relacionamentos conjugais.No entanto, a isso, quando há o conflito entre trabalho e família, o trabalhador se sente roubado de um tempo que poderia ter dedicado a família, e acaba tendo uma exaustão emocional e de despersonalização. Além desse tempo roubado, outro fator que corrobora para a exaustão e despersonalização do professor, é a questão da estabilidade (ou instabilidade?) financeira que trataremos posteriormente.

Um dos pontos principais que causa o conflito familiar é a instabilidade financeira, pois o docente muitas vezes trabalha em dois ou três turnos, para dar conta de sustentar a família e viver pelo menos em melhores condições.

Viajar sempre que posso e isso é algo que todos deveriam fazer. Tirar um momento de lazer. Porque o tempo quem faz somos nós mesmos”. Portanto,o trabalho docente muitas vezes pode ocasionar um problema de stress no professor, por se tratar de uma função que exige dedicação, atenção, concentração para realizar o trabalho de forma significativa. Nesse sentido é de suma importância que o professor organize seu tempo de forma a obter um momento de lazer, prazer e tranquilidade

Este trabalho teve como objetivo conhecer a dimensão da pessoa do professor, no que tange a qualidade de vida do mesmo. Ficou evidente que a qualidade de vida é comprometida pela desvalorização profissional e o baixo salário. Os impactos da baixa qualidade de vida são decorrentes da necessidade de fazer dupla ou tripla jornada de trabalho para garantir o sustento, ocasionando assim, pouco tempo para a família, para o lazer e para cuidarem da própria saúde.

Alexei Esteves é professor doutor educação

 

 

Artigo: Anomia no mundo moderno

Por Alexei Esteves

A  palavra anomia significa um sentimento de falta de objetivos ou de desespero, provocado pela vida social moderna. Foi com esse entendimento que Durkheim usou a palavra pela primeira vez, em seu famoso estudo sobre a divisão do trabalho social, num esforço para explicar certos fenômenos que ocorrem na sociedade.

Os controles e os padrões morais tradicionais, que costumavam ser fornecidos pela religião, são largamente derrubados pelo desenvolvimento social moderno, e isso deixa muitos indivíduos em sociedades modernas sentindo que suas vidas cotidianas carecem de significado no quadro social de uma subcultura delinquente podem perfeitamente existir normas de condutas dotadas de particular intensidade, embora divergentes das normas de cultura dominante ou com elas conflitantes. Assim sendo, pode-se afirmar que a anomia indica desvio de comportamento, que pode ocorrer por ausência de lei, conflito de normas, ou ainda desorganização pessoal.

Os processos de mudança no mundo moderno são tão rápidos e intensos que originam dificuldades sociais, podendo ter efeitos aniquiladores em estilos de vida tradicionais, em crenças morais, religiosas, e em padrões cotidianos sem fornecer novos valores claros. Havendo mais espaço para a escolha individual no mundo moderno, é inevitável que haja algum tipo de não-conformidade.

Conhecendo limites óbvios, porém, em termos objetivos, não é possível definir nem limitar o quanto de bem-estar, conforto e luxo a que um ser humano pode legitimamente aspirar. Tais desejos são insaciáveis e a insaciabilidade é um sintoma de morbidez. Sendo que a única força que pode controlar esses desejos e vazios existenciais é a ética Cristã e a  moral oferecidas pela sociedade e pela opinião pública.

Compreendem a estrutura cultural da sociedade, as finalidades e os objetivos históricos constantes que determinam a conduta dos indivíduos socializados e que valem praticamente igual para todos (ascensão social, sucesso econômico). A especialização, entretanto, limita a visão social do individuo, fazendo-o perder o panorama global ou de conjunto da atividade social.

Com essa perda de visão da obra comum e do seu sentido, ocorre também o enfraquecimento do sentimento de solidariedade grupal. O indivíduo se isola dentro do grupo, e se junta a outros indivíduos de sua especialidade,  ao passo que numa grande cidade ninguém sabe de ninguém, e cada qual corre atrás de seus próprios interesses. Somos capazes de morar muitos anos em um mesmo prédio e não conhecermos o vizinho que mora ao lado ou de cima.

Alexei Esteves é professor doutor em educação

Artigo: O saber do professor

Por Alexei Esteves

A ação de formadora de professores sempre faz  parte  trajetória profissional e considerada como elemento marcante no meu contínuo desenvolvimento. Mas há algum tempo a atitude de pesquisadora vem me desafiando e me impulsionando para novas práticas formadoras.

A questão do conhecimento do professor há mais de duas décadas vem despertando um grande interesse na comunidade científica internacional e dominando a literatura produzida nas ciências da educação.

As pesquisas brasileiras orientadas pela literatura internacional têm possibilitado o avanço da reflexão sobre os saberes docentes contribuindo para a valorização dos mesmos e facilitado a construção de um referencial específico de pesquisa. Os professores são considerados como profissionais que adquirem e desenvolvem conhecimentos a partir da prática e no confronto com as condições de trabalho.

A forma como se constituiu e evoluiu esse novo campo de estudos na formação de professores, deixaram clara a diversidade teórica e metodológica existente. Essas questões dos saberes docentes têm sido discutidas no campo da formação de professores e é também objeto de estudo tanto no campo da didática, como no campo do currículo.

Mas a formação valoriza ainda uma abordagem disciplinar no tratamento dos diferentes saberes na proposição de cursos voltados tanta na formação inicial quanto na formação continuada de conhecimentos estanques referentes à disciplina, ao currículo e à formação pedagógica.

Por outro lado uma educação, para que possa ser considerada formadora de pessoas, deve contribuir para o desenvolvimento total da mesma: espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal. É nesse sentido que desenvolvemos nossas considerações sobre os saberes docentes.

Trabalhar com pessoas é trabalhar com sentimentos, paradoxos, conflitos, ambiguidades e antagonismos, portanto, com a diversidade e a multiplicidade dos aspectos dessa totalidade humana, produto de um saber local e universal. Essas categorias universais inclusive a mudança são próprias do ser humano e fazem parte do seu desenvolvimento.

Os aspectos humanos importantes na formação dessa totalidade humana do professor passa pelas questões que são próprias da natureza humana e dizem respeito à interioridade, à subjetividade de cada ser humano e poderão contribuir na formação da dimensão do saber ser.

Mas essa cultura de valorização da subjetividade e dos processos de autoconhecimento encontra na cultura tradicional da escola fortes resistências e preocupações com uma possível despolitização da ação pedagógica.

Cultura e autoconhecimento permitirão que cheguemos à condição de seres humanos, à consciência de ser. Portanto a ideia de autoconhecimento está presente nas diversas tradições culturais da humanidade.

Os primeiros pensadores já alertavam para essa relação entre conhecer e reconhecer, pois nem sempre reconhecemos que o que reconhecemos no outro só pode ser reconhecido por existir igualmente em nós. Isso ocorre conosco por termos a dificuldade em reconhecer em nós mesmos o que nos parece similar a um “erro”.

Nos tempos modernos, os rumos tomados por nossa tradição cultural valorizam a busca do conhecimento científico voltado aos aspectos externos da vida e do mundo desqualificando o conhecimento subjetivo, isto é, o autoconhecimento. Esse fato nos distanciou de nossa interioridade tornando- nos desconhecidos a nós mesmos e prejudicando- nos na nossa relação com o outro.

Quando a temos bem desenvolvida e harmonizada podemos trabalhar a inteligência interpessoal que refere-se às habilidades de relacionamento com outras pessoas. É pois uma consequência natural da outra. Podemos assim nos solidarizarmos e compreendermos os sentimentos dos outros, lidando bem com as emoções nos relacionamentos e utilizando as habilidades de liderança, solucionando os conflitos e estabelecendo vínculos de cooperação e trabalho em equipe.

Como seres incompletos e inconclusos vivemos em contínua transformação, num processo permanente, muitas vezes inconsciente, de construção e autoconstrução.

A formação teve entrada tardia na reflexão educativa substituindo progressivamente o ensino, a instrução e a educação. Deve ser vista de forma ampla, transcendendo o processo de formação inicial e continuada, como uma ação ou efeito de formar, de constituir caráter, de desenvolver- se numa busca permanente de completude, de sentido e significação e “função da evolução humana”

Considera- se assim que a autoformação da pessoa é entendida pois como a construção de um sistema de relações pessoais com os diferentes espaços criando uma unidade funcional indivíduo- meio ambiente. Na maioria dos espaços de formação continuada privilegia- se ainda a heteroformação ao passo que a autoformação ainda está em fase inicial de discussão e contestada por muitos.

Fica claro portanto que “a atitude de contextualizar e globalizar é um qualidade fundamental do espírito humano que o torna um sujeito construtor de vida social.Pois,a educação torna-se algo de extrema importância para formação do caráter do indivíduo.

OPINIÃO: Globalização e a desvalorização docente

Por ALEXEI ESTEVES*

Sabe- se que a globalização é um processo por meio da qual todo o planeta está interligado, ou seja, nenhum país consegue viver, atualmente, sem que mantenha relações com outros países, portanto é a partir disso que o presente artigo vem mostrar de forma bem clara e sucinta de que forma se deu o processo de globalização no Brasil,ou seja, a partir de qual momento o Brasil permitiu que outras nações do globo terrestre pudessem entrar em seu território com o intuito de melhorar as relações comerciais entre os mesmos e, como ele se desenvolveu ao longo dos anos. É sabido, também, que o Brasil é um país de diferentes culturas, então, este trabalho vem mostrar também de que forma se da a relação do Brasil com os outros países do globo terrestre, e, de que forma a cultura desses países acabam influenciando o Brasil na formação da sua identidade educacional, como também de que forma a globalização afeta a economia brasileira, pois, com a chegada de grandes multinacionais cresce o número de pessoas que poderão adentrar ao mercado de trabalho, como também muitas outras pessoas correm o risco de serem demitidas, isso se dá porque, com o avanço da tecnologia muitas pessoas não estarão preparadas para um mercado de trabalho que cada vez mais necessita de pessoas capacitadas para desempenhar determinadas funções.

Analisar os limites de uma possível ampliação da introdução de novas tecnologias no ambiente escolar, tanto no que diz respeito à sua gestão como às práticas especificamente educativas, sobretudo tendo em consideração as possibilidades contraditórias de essas mesmas tecnologias poderem agravar ou atenuar as desigualdades educacionais.Pois,é necessário valorizar o salário do professor de forma global,para que este venha a ter condições humanas de construir uma aula melhor.No entanto,sem patrimônio material,que é um redimento justo,não se pode criar um patrimônio imaterial,que é o conhecimento.Portanto o sistema econômico para fazer justiça ao que diz,terá em sua missão iniciar como processo transformador,supervalorizar o trabalho docente.

Estamos vivendo um momento ímpar: a vitória do capitalismo em termos mundiais e o consequente aprofundamento das graves contradições que o acompanham. O contraponto fornecido pelo socialismo real desapareceu e liberou o capitalismo para atuar soberanamente. Marx referindo-se à capacidade criadora da humanidade mantida sob o comando do capital, afirma ser a tecnologia potencialmente muito mais destrutiva na época do capitalismo tardio (a nossa época). Isso se justifica pelo fato de a potência técnica da própria humanidade já estar mais desenvolvida.A previsão de Marx: “Dependendo de quais forças sociais predominem, essa potência técnica expandida pode ser colocada a serviço da liberdade (com a abolição do trabalho físico, cansativo, mecânico e alienado) ou da destruição (com a escalada do desemprego e da guerra)”.

Não é possível avaliar objetivamente o quanto nos damos conta deste dilema e das implicações dele em um mundo que virtualizou de forma sem precedentes o próprio processo de acumulação de riqueza. Estaríamos diante de uma realização cabal das possibilidades capitalistas que anunciariam seu esgotamento ou sua superação? Que opções devem ser construídas diante dos supostos impasses (ou do esgotamento) da modernidade e das propostas pós-modernas? Qual o papel das tecnologias da informação neste contexto? Quais demandas têm sido apresentadas à educação escolar pela reestruturação produtiva, pelas estratégias da política neoliberal e como essas demandas têm se manifestado na profissão docente em meio às crises econômicas (recessão, desemprego, pobreza ampliada, abandono da proteção social etc.)? Estaríamos diante de uma maior intensificação e precarização do trabalho docente? Quais as consequências para a formação do professor e para a sala de aula? Enfim, como podemos pensar o futuro do trabalho docente sem perder a dimensão do momento crucial que estamos vivendo?

Coloca-se à disposição do leitor um conjunto de reflexões que ajudarão a analisar e interpretar a realidade do trabalho docente hoje. Esta é uma tarefa urgente. Não é solução para nossos problemas olharmos para trás e cobrarmos nossos clássicos por não terem se referido ao nosso presente. Eles fizeram a interpretação do seu tempo. Cumpriram sua tarefa. Agora compete a nós (e não a eles) a permanente atualização das categorias, a produção do novo, a interpretação das novas realidades e a luta pela sua transformação.

*Alexei Esteves é professor doutor em educação

Artigo: A angústia do professor frente ao fracasso escolar: Uma abordagem psicanalítica

Por Alexei Esteves

Fala-se muito nos dias de hoje, que a profissão do professor, é uma das mais belas que existem. Muitas pessoas se referem dizendo que sem o professor, não existiria médicos, advogados, juízes etc. Outros mais ousados aferiram que para ser até coveiro ou gari, precisa ter passada pela mão de um professor.

Realmente, um povo sem a educação é um povo fadado a extinção, porem um povo para ser educado faz-se necessário a presença de um professor. E mesmo uma pena que esse profissional não seja tão bem valorizado: coisa que em décadas passadas, isso era apenas uma utopia. 0 professor era realmente um representante dos pais na escola. A autoridade que lhe era devida provinha das mãos não só das autoridades, do sistema quanto da própria família.

A sociedade era bem mais estruturada, o povo bem mais educado e o professor bem mais valorizado. Havia mais justiça entre os cidadãos. Mas, infelizmente, essa época passou e o que vemos hoje em dia são os professores desmotivados, muitas vezes desmoralizados tanto por agressões sofridas por parte dos alunos quanto dos próprios pais.

Podemos dizer que existem vários tipos de professores: aqueles que fingem ser professor e fingem que ensinam, mas também existem aqueles que não deixam se abater em meio a situação. 0 verdadeiro professor, não se abater diante das adversidades, em seus sonhos esta a realização do sonho de alguém, nesse caso o sonho do seu aluno, de uma sociedade mais justa, esclarecida e organizada.

Dentro dele ainda é alimentado a esperança de um mundo melhor, onde ele é cooperador assíduo para que essa mudança aconteça. Este e outros inúmeros motivos, como um futuro reconhecimento, um salário mais digno e a garantia de uma aposentadoria mais sossegada, tem levado esse profissional a correr de uma escola para a outra, de sala em sala ocupando seu tempo e sacrificando seus finais de semana e feriados para se planejar melhor, para atuar melhor, para ver um aprendizado melhor por parte dos seus alunos.

Mas, e quando isso não acontece? Por mais que ele se dedique, a impressão é de estar remando contra a maré. O que aconteceu afinal? Como entender e achar uma saída para essas situações que só alimentam uma situação de angustia quando diante de um insucesso escolar? É necessário mais do que mudar um planejamento e a didática aplicada.

As formações continuadas trazendo novas metodologias a fim de facilitar o trabalho do professor e os cursos de especialização estão lotados por professores que buscam uma valorização e aprendizagem que parecem estar sempre em dias futuros que se afastam cada vez mais do tempo presente. Mesmo que a luta faça parte do seu dia-a-dia, mesmo que a angústia aumente cada vez mais, é necessário um entendimento maior frente processo de ensino aprendizagem do aluno. Quem sabe assim, o professor não diminui mais a sua angústia e aprende novos caminhos a serem trilhados com o apoio da psicanálise.

Compreendendo o conceito de angústia na psicanálise palavra angustia também pode ser citada como ansiedade ou medo. .Há registros dessas três palavras nos idiomas: francês, alemão, português e inglês. Ainda que existam palavras diferentes para definir angustia e ansiedade, elas são e podem ser usadas como sinónimas.

De acordo com o dicionário de Psicanálise Larousse (Artes Medicas), angústia está assim definida: angústia (neurose de) (alem.: Angstneurose; fr.: nevrose d’angoisse; ing.: anxiety neuroses).Neurose caracterizada clinicamente por um estado geral de excitabilidade e de expectativa ansiosa, por acessos de angústia com manifestações somáticas e neurovegetativas, bem como por fobias.

Numa abordagem neurológica, mostra através dos seus estudos sobre neurotransmissores, como o inconsciente pode funcionar como amplificador das emoções. Estudos recentes desenvolveu-se uma pesquisa com voluntários e através dos preenchimentos dos questionários, passava a medir o seu nível de ansiedade.

O estudo da comprovação neurocientífica de uma teoria central da psicanálise: a interpretação inconsciente de coisas negativas é a fonte de muitas das aflições humanas.

A neurose da angustia, numa visão psicanalítica, teria sua etiologia na má utilização ou na não utilização da energia da libido, que se acumula e se transforma angústia.

Numa visão mais enigmática e profunda diríamos que a angústia é um símbolo da experiência do nada e que através da angústia, nos é revelado uma espécie de sombra que se destaca do ser e o envolve com sensações enigmáticas. 

É através da angústia que o homem se encontra com seus limites confrontando-se com o problema do nada. Pois, o educador brasileiro necessita de mais apoio e reconhecimento dos poderes legislativo, executivo e judiciário no que se refere a condições de trabalho e valorização salarial. No entanto, um profissional da área de educação jamais poderá produzir e transformar a sua realidade social, e levar uma boa reflexão na ministração das aulas a seus alunos sem ter condições físicas e mentais saldáveis.

Portanto, fica bem claro, que a produção do patrimônio imaterial do nosso país que é o conhecimento está numa involução, bem como, havendo também o insucesso no ensino básico e superior.

Alexei Esteves é Professor, Doutor em Educação

Artigo: A importância do ensino da arte

Por Alexei Esteves

No ensino Tradicional, o ensino e aprendizagem de Arte visavam apenas à transmissão de conteúdos reprodutivistas, de caráter essencialista, e universalista, completamente desvinculados da realidade social e cultural. Havia uma verdade absoluta a defender, geralmente vinculada a arte do homem branco, ocidental e erudito.

Muitas das práticas artísticas desenvolvidas nas escolas hoje são herdadas da tendência pedagógica da Escola Nova. É comum hoje dizer que não podemos mais reduzir o ensino de arte ao desenvolvimento de meras atividades artísticas, e que o ensino da arte tem conteúdos específicos, porque arte é conhecimento.

No entanto, na década de 70, mais especificamente a partir de 1973, quando as primeiras Licenciaturas de Educação Artística foram implantadas no Brasil para atender as demandas da recém instituída disciplina escolar, os professores destes cursos ensinavam principalmente a desenvolver técnicas artísticas. Os estudantes destes cursos de graduação aprendiam também que era necessário respeitar a liberdade de expressão das crianças e adolescente.

Na Pedagogia Tecnicista o aluno e o professor assumem uma posição secundária na construção do conhecimento escolar. O papel principal é delegado ao sistema técnico de organização escolar. De acordo com esta tendência pedagógica, o uso de recursos audiovisuais e tecnológicos na escola, assinalavam para uma suposta modernização do ensino. Acreditava-se que desta forma a escola atenderia melhor a finalidade de preparar o estudante para o moderno mundo do trabalho, centrado agora cada vez no uso das tecnologia

Essas novas maneiras de abordar o ensino da Arte estão diretamente relacionadas às finalidades do ensino hoje. Nas tendências contemporâneas do ensino de Artes Visuais as finalidades da educação vão além do desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade, da percepção, do senso estético ou das habilidades técnicas para o mundo do trabalho (como quer a arte e a Educação Moderna). Nas tendências pedagógicas contemporâneas em Arte e Educação as finalidades do ensino tornam-se mais complexas e mais alinhadas com os objetivos de toda a educação escolar.

A principal meta do ensino de Arte hoje é ajudar os estudantes que passam pela escola a entender criticamente a sociedade e a cultura. Arte/educadores contemporâneos defendem também a idéia de que o ensino da Arte é um poderoso instrumento para a ciência crítica da educação propõe aos professores que construam suas práticas sociais voltadas à reflexão e a racionalidade, tendo uma posição articulada, pois a prática educativa é uma forma de poder, onde os professores podem exercer mudanças e por isso devem estar atentos às novas posturas contemporâneas da Teoria Social Crítica, que aponta os erros que foram cometidos ao longo da história da educação e fornece soluções possíveis para os problemas na educação em Arte.Esgatar a auto-estima, fortalece a identidade, ao mesmo tempo em que pode contribuir e propiciar a inclusão social e a educação para a cidadania e a democracia.

A ciência crítica da educação propõe aos professores que construam suas práticas sociais voltadas à reflexão e a racionalidade, tendo uma posição articulada, pois a prática educativa é uma forma de poder, onde os professores podem exercer mudanças e por isso devem estar atentos às novas posturas contemporâneas da Teoria Social Crítica, que aponta os erros que foram cometidos ao longo da história da educação e fornece soluções possíveis para os problemas na educação em Arte.

A Pedagogia Crítica pode ser um caminho possível para se engajar na luta por uma sociedade melhor. Esta abordagem pedagógica pode levar o estudante a uma visão mais crítica e mais holística da realidade, “deixando de perder-se nos esquemas estreitos das visões parciais da realidade, das visões focalistas da realidade e se fixe na compreensão da totalidade.

 Alexei Esteves, é professor doutor.