Mendonça pede à PF apuração de vandalismo no MEC

O ministro da Educação, Mendonça Filho, pediu, à Polícia Federal que apure aos atos de vandalismo que destruíram o patrimônio do Ministério da Educação, em três andares, no início da noite de ontem. “Um vandalismo como nunca vi na vida”, disse. “Mostrou que a intolerância e a violência têm sido a prática política de alguns grupos radicais, que a gente tem de enquadrar dentro daquilo que estabelece a lei brasileira”.

O ministro ressaltou que vai pedir a punição das entidades ligadas a partidos políticos de esquerda que patrocinaram a invasão pelos seus seguidores. Nesta quarta-feira, 30, de manhã, o ministro fez uma vistoria no prédio atingido pelo vandalismo, conversou com servidores e recebeu peritos da Polícia Federal e os delegados Marcelo Borsio e Osvaldo Gomide.

O MEC repassou à Polícia Federal imagens do circuito interno de TV, vídeos feitos por servidores e fotografias. Servidores vítimas da violência foram liberados para prestar depoimentos à Polícia Federal.

A sede do MEC foi invadida, na noite de terça-feira, por manifestantes mascarados. Alguns deles usavam camisas e portavam bandeiras de entidades como CUT, UNE, DCE UFRJ, Sinasefe e PCdoB, entre outras. Os manifestantes atearam fogo em pneus e em lixo tóxico. No saguão de entrada do prédio, no térreo, quebraram vidraças, câmeras de segurança e caixas eletrônicos. Segundo a Polícia Militar, alguns usavam artefatos como coquetéis molotov. No momento da invasão, alguns servidores foram surpreendidos pelos manifestantes no primeiro e segundo andares e tiveram de deixar o prédio às pressas, num clima de pânico generalizado.

“As entidades e pessoas que foram parte desse processo de vandalismo serão responsabilizadas criminalmente porque isso não pode acontecer”, disse Mendonça Filho. “A destruição foi muito grande na parte externa do prédio e na parte interna do térreo e do primeiro andar. Realmente um vandalismo”.

Terror — Mendonça Filho relatou que centenas de servidores viveram momentos de terror. “Alguns chegaram a perder o controle. Imagine um prédio como esse, com centenas de funcionários trabalhando, sendo invadido por um grupo de mascarados com pedaços de pau, ferro, bancos”, afirmou. “Poderia ter acontecido uma tragédia pior ainda, envolvendo pessoas. Felizmente a tragédia se limitou, nesse aspecto, à questão material, que deve ser cobrada daqueles que têm responsabilidade direta na organização do protesto, sejam pessoas ou entidades por trás dessas pessoas”.

Destruição — Em avaliação preliminar, foi identificada a destruição de 38 placas de vidro da fachada do prédio, cada uma com 5 metros quadrados, espelhos de fachadas e de elevadores, revestimentos de paredes, divisórias de madeira e de vidro, computadores, câmeras de segurança, balcões de vidro da entrada do prédio, televisores, além de cinco caixas eletrônicos. Os manifestantes ainda roubaram extintores de incêndio, cadeiras, bancos e computadores e depredaram um carro oficial.

“Qualquer protesto tem de ser assegurado dentro do espírito democrático”, disse o ministro. “As pessoas podem se posicionar e expressar seu posicionamento sem agredir o outro e sem que isso seja traduzido em atos de violência e depredação do patrimônio público, como ocorreu aqui no MEC”.

Além da fachada externa e do térreo, os manifestantes subiram até o segundo andar do prédio e destruíram instalações da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) e parte da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).

De acordo com o ministro, o MEC vai funcionar normalmente nesta quarta-feira. “Temos de encarar isso como uma etapa negativa que ocorreu, mas não podemos, de forma alguma, nos intimidar”, afirmou. “Vou continuar trabalhando. Trabalhei nesta terça, 29, até 21h no prédio, pedi garantias à Polícia Militar do Distrito Federal, que enviou a tropa de choque para expulsar os invasores, repelir as agressões e garantir o direito ao trabalho dos servidores públicos que estavam aqui. Vamos continuar trabalhando, prestando o nosso serviço à sociedade brasileira”.

Jarbas acompanha apuração em comitê

Convidado pelo candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves, para acompanhar a marcha da apuração em Belo Horizonte, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) agradeceu a gentileza e disse que não poderia sair do Estado porque convidou um grande número de aliados para a apuração do seu comitê, na Avenida Rui Barbosa.

Jarbas está confiante na vitória de Aécio, “Tenho informações de que em São Paulo, Minas, Paraná e Santa Catarina os percentuais de Aécio estão acima do previsto. O Brasil vai virar esta página”, disse Jarbas.

Aécio acompanhará apuração na casa da irmã em BH

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acompanha a apuração dos votos do segundo turno da eleição na residência de sua irmã, no Bairro Mangabeiras, em Belo Horizonte. Após o anúncio do resultado oficial, o presidenciável tucano fará um pronunciamento à imprensa em um hotel no centro da cidade.

Aécio votou pela manhã no colégio Milton Campos, no Bairro de Lurdes, em Belo Horizonte, local onde a adversária petista, Dilma Rousseff, começou sua militância política na juventude. Em entrevista coletiva mais cedo, Aécio disse que, se for eleito, sua primeira missão será unificar o País, que se dividiu entre sua candidatura e a da adversária petista.

O presidenciável tucano agradeceu, mais uma vez, pelo que chamou de “generosidade do povo brasileiro”. “Pude perceber nas ruas do Brasil inteiro um movimento por mudança, pela ética, verdade e respeito na política.” E voltou a dizer que já se sente vitorioso por ter contribuído “para essa redescoberta dos brasileiros decidir o seu futuro”, citando o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate e jamais perdi a fé”. Acrescentou que “quem sairá vencedor hoje (domingo) nas urnas é a democracia”.

Dilma acompanhará a apuração com Lula em Brasília

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mudar a sua estratégia e vai estar ao lado da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) na noite deste domingo (26), quando o País conhecerá o presidente eleito.

Lula votou pela manhã em São Bernardo do Campo e agora segue para Brasília para ficar ao lado de sua afilhada política. Em 2010, quando Dilma venceu as eleições, Lula não participou do discurso da vitória porque não queria ofuscá-la. Na ocasião, ele afirmou: “A festa é dela”.

Apuração de acidente aéreo deve ser concluída em até um ano

Do Diario de Pernambuco

Os peritos norte-americanos que acompanham as investigações sobre o acidente que matou o ex-governador Eduardo Campos na semana passada, em Santos (SP), preveem que o trabalho de apuração levará cerca de um ano para ser concluído. Ontem, três técnicos dos Estados Unidos, integrantes da Federação Americana de Aviação (FAA), e peritos do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos (Cenipa) da Aeronáutica passaram três horas buscando peças do avião no local do desastre. No final da manhã, o grupo foi para a Base Aérea do Guarujá, onde técnicos da Força Aérea Brasileira (FAB) estão remontando partes do avião para apurar as razões da queda.

“Vamos ficar aqui em Santos por uma semana, para colher todos os materiais possíveis. E só depois iniciar os trabalhos de investigação nos Estados Unidos. É muito cedo para falar em qualquer possibilidade ou suposição”, avaliou um dos peritos norte-americanos. Eles conversaram com a imprensa para explicar o trabalho que estão realizando, mas não quiseram fornecer os nomes completos ou gravar entrevistas.

Com o grupo estão representantes da empresa Cessna Aircraft Company, fabricante da aeronave que caiu, e da Pratt & Whitney, fabricante do motor. Na parte da tarde, eles voltaram ao local do acidente e fizeram novas buscas por peças do avião. Os peritos pediram à Polícia Militar que quatro imóveis de um prédio e a academia atingida pela aeronave permaneçam interditados por, pelo menos, mais uma semana.

Ontem, o chefe do Cenipa, brigadeiro Dilton Schuck, afirmou que ainda não é possível confirmar se o avião pegou fogo antes de cair. Várias pessoas que moram próximo ao local do acidente contaram em depoimentos que viram a aeronave em chamas ainda no ar, o que pode indicar falhas mecânicas no avião antes do acidente. “Não podemos confirmar que o avião pegou fogo ainda no ar, porque não há nenhuma evidência disso, só testemunhas leigas. As pessoas são muito sugestionáveis. A gente acha que viu algo que não é o que a gente efetivamente viu”, disse Schuck, que comanda as investigações.

Complexidade
Segundo o brigadeiro, a complexidade do acidente impede a definição de um prazo para a conclusão das investigações. Os diálogos entre os pilotos e a torre de comando, que ajudariam na apuração para identificar o que aconteceu nos momentos que antecederam a queda, já foram descartados da investigação, uma vez que os gravadores não registraram as conversas. “Há acidentes que, de cara, nós, que somos da área, já podemos traçar desde o início as causas plausíveis. Não é o caso. Esse acidente é muito mais complexo, reverstido num clima de mistério”, afirmou Schuck.

Ele mencionou “várias incógnitas” ligadas à queda do jato e explicou que todas as possibilidades continuam sendo investigadas. O desafio será levantar, por meio dos destroços recolhidos no local, até que ponto as condições meteorológicas atrapalharam a manobra após o avião arremeter.

O comando aéreo autorizou o pouso do jato Cessna na Base Aérea de Santos ressaltando que o procedimento fosse feito por meio de instrumentos e não visualmente. A possibilidade de que os pilotos tenham sofrido “desorientação espacial”, o que pode ocorrer quando o avião faz uma curva dentro de nuvens, também está sendo levada em conta, mas Schuck ponderou que os pilotos eram muito experientes.