ARTIGO — “Uma lei para combater a violência das torcidas”

Por Antonio Carbonari Netto

Os lamentáveis episódios de violência envolvendo torcidas organizadas do Corinthians e do Palmeiras, antes e depois do clássico disputado no domingo, dia 3 de abril, mostram ser urgente a edição de lei eficaz para combater o problema. Nesse sentindo, é importante o projeto nº 3.083/2015, do deputado federal Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS), que proíbe nos jogos a entrada de indivíduos com histórico de brigas, agressões e atitudes desabonadoras relacionadas ao esporte.

Somente terá acesso aos estádios com capacidade superior a 15 mil pessoas quem tiver registro em Cadastro Único organizado e mantido pelo Ministério dos Esportes e for portador da Carteira Nacional de Identificação de Torcedor (CNIT). O documento, emitido pela Pasta ou, por delegação desta, pelos clubes, federações ou confederação, não será concedido aos que tiverem ilícitos penais dentro dos estádios de futebol ou relacionados a evento esportivo.

Infelizmente, há gangues e indivíduos violentos infiltrados em torcidas uniformizadas, que agendam brigas, pela internet, em estações de trens, metrô e terminais de ônibus, como acaba de ocorrer em São Paulo, inclusive com a morte de uma pessoa inocente. Além disso, agridem torcedores ordeiros. Também há processos, já qualificados, contra indivíduos autuados como traficantes de drogas, por ocasião de jogos. Esse crime ajuda a alterar o comportamento das massas, inclusive com a ocorrência de homicídios. Segundo o projeto de Danrlei, os acessos aos estádios serão equipados com catracas ou instrumentos capazes de reconhecer nominalmente o torcedor, que apresentará, além da CNIT, a cédula de identidade.

Torcedores e cidadãos aplaudem o projeto, de Danrlei, que foi um grande goleiro no Grêmio de Porto Alegre e agora faz uma importante defesa em favor da paz no esporte.

*Antonio Carbonari Netto, matemático pela PUC-Campinas, mestre em Administração, Educação e Comunicação pela Universidade São Marcos, com MBA em Gestão Universitária pela Universidade São Francisco, é membro da Academia Brasileira de Ciências da Administração e vice-presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior do Estado de São Paulo.

 

ARTIGO — “Inflação e desgoverno”

Por Reginaldo Gonçalves

O cenário econômico continua apresentando aceleração da inflação, que, em março, foi de 0,97% pelo IPC da FIPE. Trata-se de forte indicativo de que a taxa acumulada no ano ficará acima do topo da meta estabelecido pelo Banco Central, de 6,5%. A maior incidência de aumentos está relacionada a alimentos (1,87%) e despesas pessoais (1,17%). Embora a mensuração da inflação acima citada refira-se a famílias com renda de um a 10 salários mínimos na Região Metropolitana de São Paulo, já existe a premissa de que o IPCA, índice oficial da inflação, possa sinalizar uma aceleração. Apesar disso, o governo insiste que será de apenas um dígito.

Um dos fatores que pressionarão os preços é a autorização dada pelo governo para o aumento de 8,6% nas contas de energia elétrica no interior de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A situação somente não é pior porque, depois do excesso de chuvas, as autoridades perceberam que não se justificava a manutenção do sistema de bandeiras, utilizado quando foi necessário acionar as termoelétricas para suprir o abastecimento. Porém, a suspensão da bandeira tarifária representará menor arrecadação para as concessionárias elétricas, que, de imediato, pleitearam aumento de preços, aceito pela Aneel (Agência Nacional da Energia Elétrica).

A questão energética é mais um elemento que coloca em xeque a credibilidade do governo. Há rumores de que o ex-presidente Lula influencia cada vez mais as decisões administrativas, despachando medidas durante reuniões em hotéis, conforme amplamente divulgado pela imprensa. Tudo isso acirra o ceticismo dos empresários de todos os setores, incluindo os investidores estrangeiros. Tal desconfiança agrava a recessão e o desemprego. Com menos dinheiro girando no mercado e o aumento dos juros, é inevitável o impacto nos preços de produtos e serviços. Estamos num círculo vicioso!

A realidade é clara: está sendo muito mal visto o leilão de cargos nos ministérios e órgãos estatais, promovido pelo governo para recompor a base aliada no Congresso Nacional, após a debandada do PMDB. Isso se reflete diretamente nos investimentos. Ninguém quer pôr dinheiro num Brasil permeado por uma crise política gravíssima, fisiologismo, escândalos e incertezas de toda ordem. Assim, projetos de logística, transportes e geração de energia, que poderiam auxiliar na redução dos custos de produção, vêm sendo adiados indefinidamente. Há limites para riscos no capitalismo. Quando não há perspectivas no horizonte para o retorno do aporte de capital, tudo fica estagnado.

Não há transparência no governo e sequer um plano sério de contingenciamento dos gastos. Por isso, o déficit orçamentário da União pode chegar a R$ 100 bilhões. Sem superávit primário, o dinheiro fica mais caro e as fontes de fomento cobrarão juros cada vez mais elevados. O mais grave é que o governo está paralisado, com todo o seu foco dirigido às manobras para evitar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Há muita discussão e polêmica entre os poderes constituídos. O Brasil espera o desfecho político para caminhar. Quem governará o País? Dilma continuará? Temer assumirá? Ambos serão afastados e haverá novas eleições em 90 dias?

O Brasil espera essas respostas para que seja possível restabelecer a governabilidade e a gestão pública. A prioridade é o equilíbrio financeiro, que não pode vir do aumento da carga tributária e tampouco de novos financiamentos, mas sim do corte de gastos desnecessários. A máquina governamental está muito pesada. Por isso, os brasileiros estão assumindo a responsabilidade pela incompetência no trato dos recursos públicos, além de arcarem com todas as consequências que a crise está acarretando aos cidadãos e à sociedade.

 

ARTIGO — Bye Bye Brasil

Maurício Assuero

O estrago é enorme. O país sucumbiu aos interesses privados dos seus governantes, ou melhor, dos seus representantes. Ninguém está interessado em resolver problemas econômicos, em reverter a alta do desemprego, tanto é assim que Lula chegou a declarar que o problema econômico pode ser resolvido depois e o importante, agora, é evitar o “golpe”. É uma pena que seja assim. É uma pena que o trabalhador brasileiro fique à mercê de uma questão política cujo desfecho a gente tem quase certeza de como vai acabar: impeachment! O problema é que, mesmo ocorrendo o impedimento de Dilma, não temos muitas razões para comemorar. É inconcebível que Dilma perca o mandato pela votação de pessoas que respondem, também, a processos por improbidade administrativa. Por esta razão, este impeachment não me causa qualquer sintoma de alegria.

Em adição, reconhecendo que precisamos dar um rumo ao país, externo a preocupação do “dia seguinte”. Notadamente temos tudo para viver um palco de guerra, com a ação dos movimentos sociais que ameaçam – esta é a palavra – o funcionamento das instituições. O Brasil está dividido e armado. Então, é possível que em meados de abril estejamos vivenciando um cenário de horror cuja responsabilidade deve recair sobre nossos governantes, sobre nossos representantes. A questão crucial, já dissemos, é que o PMDB tem agido nos últimos anos como um partido de apoio, que se pendura no governo, ocupa cargos, mas não apresenta soluções. Agora se fala de um pacto para salvar o país, caso Temer assuma, que incluiria um mandato tampão sem direito a reeleição. Esta ideia traria credibilidade ao mercado.

Por outro lado, o resgate político através da recuperação econômica está sendo, tardiamente, tratado pelo governo e, ainda, de forma errada. No início da semana passada o ministro Nelson Barbosa propôs algumas medidas de contingenciamento que afetam, diretamente, os funcionários públicos, por exemplo, porque congelam aumento real de salário. O governo não consegue enxergar que o problema não requer, apenas, a contenção dos gastos e que é preciso tratar do controle do endividamento.

Em 2008, quando os sintomas de crise transformaram-se em patologias econômicas, o Brasil adotou uma política econômica expansionista que foi insuficiente para salvar a economia do colapso. Em 2010, com as eleições à porta, o governo abriu o caixa, fato que se repetiu na eleição seguinte. O interessante é lembrar que o governo preferiu manter programas sociais, mesmo sem dinheiro repassado do Tesouro Nacional, gerando as chamadas pedaladas fiscais que se formaram como argumento principal do pedido de impeachment de Dilma. No fundo, Dilma tem suas responsabilidades, agora não adianta jogar nos seus ombros essa cruz porque há outros culpados. O seu partido político, por exemplo, tem uma responsabilidade bem maior do que ela. Erros foram cometidos no partido e ela engoliu por razões diversas, entre as quais, salvar Lula da guilhotina.

ARTIGO — A energia como moeda empresarial

Por Tadeu Longo

Atualmente, os CFOs e CEOs enfrentam encargos crescentes de despesas com energia, que podem representar até 80% dos gastos operacionais e de manutenção. Mas não é só isso, os regulamentos de conformidade mais estritos sobre as emissões de gases do efeito estufa, resíduos e água também entram na lista de preocupações das empresas, que têm buscado reforçar o resultado financeiro ao identificar as ineficiências energéticas e buscar formas de melhorar a eficiência operacional. O que leva a necessidade de entender melhor as demandas de energia, capacidades de conservação, e a desenvolver uma estratégia abrangente de sustentabilidade.

Até pouco tempo, muitas empresas gerenciavam a energia de forma muito fragmentada. Hoje, para determinar as causas do gasto e do desperdício de energia e aprovar programas com o objetivo de reduzir e prevenir gastos em excesso, as organizações precisam de procedimentos sistêmicos para determinar o uso de energia em seus recursos operacionais como parte integrante do gerenciamento diário dos seus ativos.

Os EUA, por exemplo, perdem dois terços de cada quilowatt de energia que é produzido, o que chega 20% do desperdiçado no mundo todo. Reduzir a demanda e melhorar a eficiência operacional para uma ampla gama de equipamentos usados na operação das instalações e processos de manufatura são formas diretas e econômicas de economizar energia. Essa abordagem também é adequada para resolver questões ambientais pelos próximos 40 anos, até que haja um avanço mundial em termos de energia limpa, confiável e escalável.

A energia desperdiçada muda de forma quando não é usada para a finalidade pretendida e acrescenta um custo igualmente importante. Os custos ambientais para gerar a energia necessária – seja desperdiçada ou não – e o impacto ambiental da energia recém-transformada (calor, vibração, maior utilização de energia pelos recursos) contribuem para aumentar a pegada de carbono da empresa. Mas esse valor não é medido em dólares, e sim em moeda de gases do efeito estufa e no potencial de mudança climática.

Antes, as empresas tinham a visão de que a energia representava um custo fixo para os negócios, mas isso tem mudado. Hoje, as organizações perceberam que o uso da energia é baseado em recursos, e que é a eficiência individual que determina o custo final. Desse modo, olhar para o estoque excessivo, tempo de inatividade e outros fatores materiais que visam reduzir o desperdício total sem integrar o desempenho energético não tem sido suficiente, e as organizações que deixam de abordar sua eficiência energética correm um grande risco econômico.

Uma abordagem de boas práticas para o gerenciamento de recursos, chamada de sustentabilidade global de recursos, tem ajudado empresas a gerenciar os recursos e determinar se eles consomem mais energia que o esperado, o que ajuda a otimizar o desempenho e impulsionar os resultados financeiros. Ao usar uma tecnologia avançada de gerenciamento de recursos empresariais (EAM), as empresas podem projetar essa importante tarefa de forma mais rápida e eficaz. E com muitos dados gerados sobre o uso de energia dos processos comerciais de ponta a ponta, os sistemas avançados de EAM também podem ajudar a reunir, documentar e analisar sistematicamente essas informações, além de identificar não conformidades, comunicar e contabilizar os dados usando métodos precisos, reproduzíveis e oportunos para atender necessidades pontuais nas organizações.

É importante reunir dados quantitativos e qualitativos sobre o uso de energia, pois dados quantitativos representam uma visão “após o fato” do resultado financeiro do uso de energia, mas a informação qualitativa abrange informações de recursos individuais e a sustentabilidade de cada recurso para atingir as expectativas projetadas de ciclo de vida. Por isso, o uso de energia tem um impacto dramático no resultado financeiro e na lucratividade da empresa.

ARTIGO — O fundo do poço

Por Maurício Assuero

Semana passada pedimos, de uma forma ampla, pela salvação da economia. Agora, constato de que não tem a quem pedir. O país chegou ao fundo do poço e as razões são tantas que fica até difícil escolher uma. Ninguém fala mais sobre o problema econômico e é fácil entender: a proximidade do impeachment de Dilma (prevista para a primeira quinzena de abril) levam a negociações muito dispares do cenário econômico. As negociações atuais no Congresso tratam da contabilização dos votos para garantir o impedimento e se isso acontecer o imbróglio será maior do que se imagina. Primeiro, os petistas que ocupam cargos não irão permanecer no governo, alguns perderão o foro privilegiado e irão se abraçar com a primeira instância (leia-se: Sérgio Moro).
O ministro Barbosa faz pose de sábio, mas desde que arquitetou a queda de Levy, não conseguiu implementar nenhuma política econômica, em nenhuma área, mesmo porque tudo depende de ajustes que o Congresso não está interessado em votar.

Ocorrendo o afastamento de Dilma, será instalado um novo governo com o Michel Temer, no entanto, tramita no Tribunal Superior Eleitoral uma ação que pode cassar a chapa e com isso, Temer também estaria fora. Cairemos, assim, nas mãos salvadoras de Eduardo Cunha. Presidente do Brasil pelo período de 90 dias suficiente para convocar uma nova eleição. No entanto, se prosperar a ação contra ele no STF, então ele poderá ser preso e com isso, o presidente do Congresso, Renan Calheiros, será presidente. Se levarmos em conta que contra ele pesa também graves denúncias e que ele corre o risco de ser preso a qualquer momento, então, salve-nos Ricardo Lewandowski.

Este é o cenário de terror que a economia brasileira vive na atualidade e eu duvido que se encontre outro momento no qual haja registro de algo tão tenebroso. A década de 1980 ficou conhecida como a “Década Perdida”. Era fim do governo militar, o presidente João Figueiredo mesmo internado não permitia que o vice (Aureliano Chaves, civil) comandasse o país, havia emissão desenfreada de moeda elevando o nível de inflação para patamares absurdos. Em 1986 e até 1990, foram implantados 6 planos de estabilidade econômica e nenhum deles se sustentou. Na prática era como se este período, simplesmente, não existisse.

O Plano Real estabilizou a moeda, fez a economia crescer e foi sustentação para os ganhos sociais implementados no governo Lula. Houve migração entre classes sociais e estas pessoas que conseguiram aumentar o poder aquisitivo, agora estão voltando, como grandes devedores, com emprego ameaçado. Sofrerão este ano e ano que vem. Se tudo correr bem, talvez em 2020 voltemos a falar em crescimento econômico.

ARTIGO — Um raio-x dos profissionais de vendas

Por Erik Penna

Outro dia assisti ao filme “O Lobo de Wall Street”, com 3 horas de duração, estrelado por Leonardo Di Caprio no papel de Jordan Belfort. Na trama, Belfort um rapaz pobre, começa a trabalhar como corretor imobiliário, ganha dinheiro, abre sua própria corretora e, vendendo cada vez mais, fica milionário. Algumas perguntas surgem muito pertinentes relacionadas ao filme e ao mundo das vendas: Para vender muito, vale tudo? Convencer o cliente a qualquer custo é válido? Será que valeu a pena tudo o que ele fez e a forma como agiu?

É interessante assistir ao filme e cabe também fazer uma analogia entre o vendedor dinossauro e o vendedor moderno:

– O vendedor dinossauro é aquele que oferece o produto ou serviço e até pode conseguir vender, mas o foco dele é a comissão, pois pensa no dinheiro após cada venda fechada. Não se preocupa se o item será de fato útil ou vantajoso para o comprador, se o cliente está satisfeito com a aquisição ou se precisa de algo mais após a efetivação do negócio.

– O vendedor contemporâneo não pensa apenas no fechamento da venda, apesar de precisar sim da comissão, mas ele sabe que isso é consequência de um excelente trabalho.

Este profissional moderno atenta-se para pelo menos 3 outros quesitos fundamentais no mundo atual:

1- ANTES – A arte da Escutatória: Consultoria

Campeão de vendas é aquele vendedor que escuta as palavras que o cliente não diz. O vendedor antigo acha que precisa falar, falar e falar. Pensa que resolve tudo na lábia e, às vezes, acaba tendo que fazer rodeios para fechar um negócio.

Aliás, já reparou quantos cursos de oratória existem? Toda semana eu recebo divulgação de algum treinamento que ensina a falar bem. Agora reflita: você participou de algum curso de escutatória? Pois é, somos treinados para falar, mas não para escutar e, a partir daí, adotar novas e mais acertadas soluções para o cliente. Muito tem se falado sobre venda consultiva, mas a maioria dos vendedores não consegue atuar como um consultor. Sem escutar, não entendem tudo o que cerca o mundo, as necessidades dos clientes e, sem estas informações, fica quase impossível fazer a venda certa para a pessoa certa.

2) DURANTE – A era da Experiência: Sensorial

Mais do que comprar, as pessoas desejam vivenciar momentos especiais e exclusivos. O cliente desta geração quer protagonizar um momento diferente, especial e marcante ao ter contato com a sua marca, produto ou serviço. É necessário alguma coisa mais sensorial, que mexa com os 5 sentidos dele e o remeta a algo agradável que traga satisfação, bem estar, alegria, prazer.

É preciso inovar nas práticas para conquistar os consumidores e adotar novos diferenciais para surpreendê-los. Surpreender é conseguir fazer mais do que ele espera. É tornar uma simples visita, numa grande experiência. A venda? Será uma consequência.

3) DEPOIS – Pós-venda

Quem viu o filme “O Lobo de Wall Street”, se lembra quantas vezes o corretor ligou para conversar com o cliente após o contrato ser firmado? Todo vendedor sabe ou deveria saber, que o pós-venda é hoje fundamental para a manutenção da relação com o cliente. Quando bem aplicado, se torna uma grande vantagem competitiva, pois muitos sabem, mas poucos aplicam.

Portanto, vale a pergunta: O que você faz para seu cliente depois que ele compra e paga. Nada? Algum contato pessoal com ele, por telefone ou email? Nenhum? Se a pessoa responder nada e nenhum, cuidado, um dinossauro pode estar bem próximo.
Mais do que vender, é preciso ter uma visão ampliada do processo de vendas, estudar o antes, agir no durante e se relacionar no depois.

ARTIGO — Salvem a Economia

Por Maurício Assuero

São dois anos após a segunda eleição de Dilma e o Brasil entrou em queda livre. É pouco provável que nos lembremos qual foi a última ação do governo em benefício da economia. Tudo que tem sido feito é no sentido de salvar o cargo. Na última sexta (11/03) Dilma foi taxativa ao dizer em entrevista coletiva que não tinha cara de renúncia e que as pessoas estão erradas quando querem lhe tirar do poder. Ela chegou lá, democraticamente, pela escolha do voto. Agora, a outra ponta do icerberg é que ela foi eleita para governar, para todos os brasileiros, e isso ela não está fazendo.

O governo acabou. Dilma não tem condições políticas para propor qualquer ação ou implantar qualquer pacote que tire a economia do buraco. Considerando que, se tudo continuar igual, ela sairá em 2018 então não é difícil entender que até lá o Brasil vai chegar num patamar de estagnação que não será modificado nos quatro anos de um novo governo seja ele quem for. Se sair agora, quem irá comandar as ações? Deposita-se tudo no PMDB, mas a convenção do PMDB foi um dos piores balões de ensaios já vistos: o partido teve a capacidade de proibir que filiados assumam cargos no governo, ou seja, quem está fica, mas nenhum outro cargo deve ser assumido por filiados ao PMDB!

Enquanto as pessoas discutem o pós-Dilma, cabe lembrar que tivemos uma retratação no PIB, que a inflação está acima dos dois dígitos, que a taxa de desemprego está subindo e que isto vai ficar mais complicado com o desenho do cenário econômico para as empresas envolvidas nos desvios de recursos públicos. Uma delas já entrou com pedido de recuperação judicial. Na prática, vai sair muito menor do que era porque não vai poder contratar operações com o setor público e por ser empresa de engenharia pesada dificilmente encontrará espaço para atuar na iniciativa privada.

A manutenção da taxa de juros, em 14,25% ao ano é uma ação impactante do crescimento econômico. É difícil convencer um empresário a implantar um investimento com o custo do dinheiro neste patamar, visto que investimento só se torna viável se a taxa de retorno for superior a taxa de atratividade e neste nível é difícil ter um segmento que responda bem. O setor de serviços, por exemplo, que e mais flexível a formação de custos está enfrentando grandes dificuldades para se manter. Não adianta botar Lula como ministro. Pediram a saída de Levy, agora acham que Barbosa não tem condições. Sinceramente, o único ministro capaz de mudar este quadro chama-se Jesus Cristo.

 

ARTIGO — Caruaru precisa fazer um museu para o cantor Azulão

Por Herlon Cavalcanti

Quem nunca ouviu essa música, CARUARU DO PASSADO “Caruaru do meu Bom Jesus do Monte, pra quem vive tão distante por força do destino, ai Caruaru do meu tempo de menino” quem nunca cantarolou essa música na voz do nosso Francisco Bezerra de Lima (o Azulão).

Nosso pequeno grande artista Azulão, é sem dúvidas nossa maior referência musical de todos os tempos em Caruaru. Sua história de vida foi construída por muitos sacrifícios e sonhos. Ele nasceu no dia 25 junho de 1942 no Brejo da Taquara. Nascido em uma família simples, desde criança em suas brincadeiras, o pequeno Chiquinho, gostava de cantar imitando Luiz Gonzaga. Seu amor pela cultura nordestina só aumentava.

O tempo foi passando, o menino virou rapaz. Caruaru na década de 1560 a grande sensação era os programas de auditório da rádio difusora de Caruaru. Por lá, tantos bons programas eram apresentados reunindo as famílias e toda a sociedade. Em uma certa manhã surge a figura de um rapazinho vendedor de picolé todo trajada de azul querendo se apresentar, foi então que o radialista Arlindo Silva em tom bem auto gritou: “Chama esse Azulão pra vim cantar”? Pronto, dali começou sua carreira de sucesso, o pequeno Chiquinho virou Azulão de Caruaru.

Depois o Maestro Camarão que criou a primeira banda de forró do Brasil Banda do Camarão, chama Azulão pra fazer parte do conjunto. Foi um sucesso sua participação. Azulão passou um período mais por ter luz própria começou a seguir sua carreira solo. Surgiram muitos bons compositores que a toda hora lhe entregava verdadeiras perolas que se transformaram imortalizadas em sua voz músicas como: Dona Tereza, Mané Gostoso, Caçote, Caruaru do passado, Trupê de cavalo, afogando a minha dor, nega buliçosa, eu não socorro não, a Rua Preta entre tantas outras.

Esses grandes sucessos levaram o nosso azulão aos grandes palcos do cenário cultural. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro conheceram a força desse grande guerreiro que a todo ano batia recordes de vendagens de discos, sendo aplaudido e reconhecido por Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Genival Lacerda, Jacson do Pandeiro, Jacinto Silva, Ary Lobo, Walmir Silva etc.

O grande Mestre Azulão se tornou uma figura querida, folclórica em nossa cidade, se tornou nossa maior referência cultural.

Sua história merece ser preservada e repassada para as novas gerações. Azulão precisa de um espaço digno, um lugar sagrado, um museu de alta qualidade para mostrar suas histórias. Quem sabe um dia o poder público possa enxergar isso. Tem que fazer por azulão em vida, depois que morre, vira nome de rua, Avenida, praça sei lá o quê mais. Isso é importante sim, mais não suficiente. Preservar e valorizar nossa cultura e seus artistas é tarefa de todos.

ARTIGO — Um confronto que não vale a pena

Maurício Assuero

Os últimos movimentos da Lava Jato incendiaram os ânimos das pessoas. Algumas acusando a ação de truculenta e incabível com Lula e atribuindo seu envolvimento a uma conspiração para acabar com o mito. O mais estranho é que Lula está sendo envolvido pelas pessoas que o cercaram ao longo desses oitos anos (Pedro Correa, Ricardo Pessoa, Bumlai, Delcídio do Amaral, Léo Pinheiro, etc.). Empreiteiros com negócios vultuosos junto ao governo, aqui e fora do país, envolvidos em desvios de recursos públicos, devidamente apurado pela polícia federal e que está sendo condenados (Marcelo Odebrecht condenado a 19 anos e ainda tem processos em andamento) e eles estão entregando todo mundo para reduzir a pena.

Como pode ser isso uma ação truculenta ou uma conspiração das elites? Diante disso se levanta uma multidão para pedir o fim da corrupção e marca do próximo domingo para um protesto. O mais sensato seria que as pessoas que discordam disso ficassem em casa, não se envolvessem, mas aí o exército pró-Lula vai para rua e o confronto com cenas de violência ajudará a afundar cada vez mais a imagem desse país.

A Lava Jato tem um custo econômico altíssimo, mas não é a responsável pela crise econômica. Eu conheço muitos economistas que defendem Lula, mas são críticos quanto a situação econômica. Nós precisamos entender que estas empresas envolvidas na corrupção estão apresentando dificuldades financeiras. A Mendes Júnior, por exemplo, já entrou com um pedido de recuperação judicial. Sobre quem vai recair isso? Sobre aquele mestre de obras, aquele pintor, pedreiro que ganha pouco e que não sabia o que seu chefe fazia no gabinete do poder. Isso vai ser um efeito em cascata. As empresas estão com dificuldade de obter crédito e manter seus contratos, então o caminho mais rápido é demitir, reduzir custos, etc. Fato que só agrava mais a situação do Brasil.

Na outra ponta volta a questão do impeachment de Dilma. Se ocorrer, assume Michel Temer. Ele tem algum projeto para o Brasil? Provavelmente não, porque o PMDB governista se mantém na periferia, optando por ministérios e cargos com orçamentos expressivos. Se não for impeachment tem a denúncia de que houve dinheiro da corrupção na eleição de Dilma e aí a chapa Dilma-Temer é caçada e o governo ficará nas mãos de Eduardo Cunha! Serão 90 dias para convocar novas eleições, mas ele será o presidente do país. O Brasil sempre foi um país de futuro e me parece que não há nada mais assustador do que esse futuro. Então sejamos sensatos e vamos parar de criar conspirações para justificar os erros dos novos governantes. O que não podemos é deixar qualquer ameaçar pairar sobre as instituições.

ARTIGO — E agora, qual profissão escolher?

Por Maurício Sampaio

Para muitos estudantes, 2016 será “o ano”. Provavelmente o mais importante de suas – ainda curtas – vidas. Tudo em razão de ser o ano de vestibular. É o momento de uma complexa decisão, que envolve a escolha da futura profissão e da universidade.

As dúvidas vêm aos montes: qual rumo profissional seguir? Qual profissão escolher? A dos meus sonhos ou a que meus pais querem? Será que vou ganhar dinheiro?

E esses dilemas são compreensíveis, especialmente nos dias de hoje. Isso porque tradicionais profissões agora dividem espaço com novas opções, novos caminhos.

A chegada em massa da tecnologia não só transformou processos como criou eficazes canais de oportunidades. Surge, a cada dia, uma série de cursos, em diferentes modalidades. São mais de 200 tipos, entre bacharelado, licenciatura, tecnólogo, sequencial e à distância. Isso resulta em milhares de opções de profissionais.

Outros “complicadores” também aparecem na hora da grande decisão e causam desconforto, como escolher entre prazer e satisfação pessoal ou resultado financeiro.

Aliás, muitos jovens que atendo estão escolhendo e buscando sucesso profissional, com base no resultado financeiro. Um grave erro! O dinheiro não passa de uma atividade meio, ou seja, ele virá desde que você se esforce em concretizar seus objetivos finais, cumprindo metas, sendo perseverante no seu sonho.

A influência dos pais também é um grande obstáculo, pois alguns projetam em seus filhos suas realizações profissionais. Em alguns casos, isso se torna natural e sadio, mas, em outros, pode ser uma verdadeira catástrofe.

Tão ou mais importante que escolher uma profissão, um curso superior, é saber preparar um plano de vida, uma espécie de “plano de voo”, analisando suas possibilidades internas e externas. Para isso, gaste mais tempo olhando para o seu interior e descubra seus talentos, suas habilidades, sua vocação. Analise cada mudança em sua volta. Só então você será capaz de escolher o rumo certo de uma feliz e apaixonante profissão.