O deputado Tony Gel (PMDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta (12), para condenar os movimentos pró-ditadura que surgiram após a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). O parlamentar classificou como “desinformadas” as pessoas que estão indo às ruas para pedir a volta do regime de exceção, lembrando que elas “não têm a menor ideia do que é viver num país sem liberdade plena”.
Tony Gel relembrou sua trajetória no movimento estudantil e na luta pela redemocratização do Brasil. Ele disse que foi presidente de diretório e diretor da União dos Estudantes de Pernambuco na clandestinidade, tendo lutado para que a entidade fosse legalizada. “Por não haver espaço na minha área de atuação do ponto de vista ideológico, acabei filiado a um partido liberal, sem nunca ter sido liberal na essência do termo. Sempre fui um social democrata. Entretanto, em minha cidade, o meu lado estava ocupado e tive que ficar do outro lado para fazer política partidária”, justificou.
O ex-prefeito de Caruaru disse que a democracia é o melhor regime de governo que conhece e foi enfático ao citar que se os brasileiros não puderem resolver os problemas do país de forma democrática, não conseguirão através da força. “Toda ditadura é corrupta, sendo ela de esquerda, de direita, civil ou militar. E nenhuma ditadura se estabelece para o benefício do povo. Pelo contrário, beneficia uma minoria e o povo fica sempre à margem, sem direito ao contraditório”, argumentou.
Tony Gel comentou ainda que a vontade demonstrada por pequenos grupos não é o que a maioria deseja para o Brasil. “O atual governo deve transparência ao povo brasileiro. Mas, se não concordamos com o governo, vamos fazer oposição, cobrar e denunciar, jamais querer mudar o resultado das urnas através da força e fora da lei”, ressaltou.
O parlamentar também repercutiu na Casa discurso pronunciado ontem (11), pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), no Senado Federal, condenando as movimentações de “grupelhos” que defendem a volta da ditadura. Lembrando ter combatido por 20 anos o regime militar, Jarbas classificou o período como ”um dos momentos mais sinistros e aterrorizantes da História do nosso País”.