CBF celebra a aprovação da MP do Futebol na Câmara dos Deputados

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Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) emitiu um comunicado na manhã de ontem destacando a importância da aprovação da MP do Futebol pelo Plenário da Câmara dos Deputados, em sessão realizada na noite da última terça-feira. Segundo o texto, a Medida Provisória representa uma grande vitória do futebol brasileiro, permitindo que os clubes parcelem as suas dívidas com a União. A nota ressalta que todas as contrapartidas previstas são viáveis e necessárias para a evolução do esporte, beneficiando todos os profissionais do futebol e respeitando os ideias democráticos da Constituição Federal. Apesar do avanço, o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, acredita que alguns pontos ainda terão de ser debatidos como as Certidões Negativas de Débito (CND´s).

– Acho que foi um avanço a medida provisória, alguns pontos terão de ser rediscutidos ainda, depois que passar pela Presidência, como as CND’s. Mas o importante era sair da casa legislativa, porque o prazo para ser apreciada é até 17 de julho. Foi um avanço, teve muito debate, parlamentares, clubes, bom senso, imprensa, e o Brasil conheceu a opiniões dos clubes. Alguns pontos não me agradaram, é claro. Agora, isso a gente tem que ver na prática como vai ocorrer. Mas já é um grande avanço para o futebol brasileiro.

A MP do Futebol refinancia as dívidas dos clubes de futebol com a União –  estimadas em cerca de R$ 4 bilhões – em troca de novas regras de gestão, incluindo o chamado “fair play” financeiro, que prevê o rebaixamento de inadimplentes. Transformado em Projeto de Lei de Conversão (PLV 10/2015), o relatório do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) foi a base do texto. Porém, sofreu alterações por conta de uma emenda aglutinativa, articulada por parlamentares ligados a clubes e CBF. A MP segue agora para apreciação no Plenário do Senado. Caso seja feita alguma alteração de mérito pelos senadores, terá que voltar ao Plenário da Câmara. Por ser derivado de uma Medida Provisória, que tem prazo de 120 dias para tramitação no Congresso, o agora PLV precisa ser totalmente aprovado até o dia 17 de julho para ser remetido à sanção da presidente Dilma Rousseff e se transformar definitivamente em lei. Do contrário, perderá a validade.

Ponto que gerou bastante polêmica nos últimos dias, a alteração nos colégios eleitorais das federações estaduais, que daria mais poder aos clubes grandes, também foi retirada. Em contrapartida, ficou mantida a inclusão dos clubes da Série B no colégio eleitoral da CBF – atualmente, votam apenas clubes da Série A e das federações.

Do Globo Esporte

Estados Unidos já investigam Del Nero e pagamentos feitos pela empresa Traffic

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O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, é alvo de uma investigação por parte da Justiça americana. Fontes próximas à investigação informaram à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo com exclusividade que a apuração já está em curso em Nova York.

Por se tratar ainda de uma investigação, nenhum detalhe será revelado até que existam provas suficientes para um pedido de indiciamento por parte dos americanos.

Pessoas próximas ao caso dizem que, se forem comprovadas suspeitas contra Del Nero, pode ocorrer um pedido de prisão e até mesmo de extradição do brasileiro – o que seria difícil ocorrer enquanto ele não sair do Brasil.

Del Nero não viajou ao Chile para a Copa América e seu próximo compromisso no exterior seria no dia 20, em Zurique, para uma reunião da Fifa. Por enquanto, um dos principais focos do trabalho dos investigadores é traçar a origem e o destino de alguns depósitos feitos para dirigentes da CBF.

A apuração se debruça sobre pagamentos feitos por José Hawilla, dono da Traffic. A Justiça aponta como o empresário brasileiro foi obrigado a compartilhar um contrato que tinha com a CBF para os direitos da Copa do Brasil com a Klefer a partir de 2011.

Para o período entre 2015 e 2022, a Klefer pagaria à CBF R$ 128 milhões pelo torneio, minando a posição privilegiada que Hawilla tinha desde 1989.

Para evitar uma guerra comercial, Hawilla e a Klefer entraram em entendimento. Mas só neste momento é que a Klefer informou que havia prometido o pagamento de uma propina anual a um cartola da CBF, cujo nome não foi revelado.

Essa mesma propina teria de ser elevada a partir de 2012, quando dois outros membros da CBF entrariam em cena. Um deles é José Maria Marin, preso na Suíça e aguardando o processo de extradição aos Estados Unidos. O outro nome está sendo alvo de investigação.

Respota da CBF  

Procurada pela reportagem, a CBF enviou por e-mail a seguinte resposta: “O presidente da CBF desconhece qualquer procedimento investigativo envolvendo seu nome. Sua posição, em relação a questionamentos de toda natureza, é e será sempre de completa e irrestrita colaboração, sempre em conformidade com a lei e com a apresentação de fatos e dados objetivos que irão apenas corroborar a lisura de suas ações nas funções que ocupa ou ocupou. Se houver de fato uma investigação, ela vai concluir que o dirigente não teve qualquer envolvimento com propinas ou quaisquer irregularidades”.

Do Estadão Conteúdo

Artigo: CBF, uma instituição defasada, vergonha do povo brasileiro

Por Hérlon Cavalcanti

Futebol uma paixão nacional um amor que se torna eterno através dos clubes que escolhemos e da nossa seleção. Já dizia o nosso jornalista, escritor e dramaturgo  Recifense Nelson Rodrigues “o Brasil é a pátria de chuteiras”, de fato, aqui o povo vibra, sente, se emociona, lamenta, chora e sonha com tudo que acontece dentro e fora do campo.

A Copa do mundo no Brasil em 2014, um grande exemplo disso, sucesso de público, organização, alegria do nosso povo e uma infinidade de problemas que vão desde os gastos que ultrapassaram a 33 bilhões de reais com construção e reformas de estádios até os problemas de ordem estruturadora do nosso futebol, seus organizadores, cartolas e dirigentes futebolísticos são verdadeiros “morcegos” mercenários.

O movimento Bom Senso Futebol Clube, formado por jogadores entregou a presidente do Brasil Dilma Rousseff um relatório apontando vários problemas de ordem emergencial, ela se comprometeu em fazer de fato uma ampla reforma. Espero que não fique só no discurso ou nas promessas de campanha politica.

Nessa direção do tempo, a CBF(Confederação Brasileira de Futebol) órgão responsável pela organização do nosso futebol tornou-se uma instituição mafiosa, lucrativa, falida sem princípios éticos e morais e com uma postura capitalista visando lucros, benefícios e beneficiados  e muita politicagem rasteira com quase todos os seus dirigentes, associados, patrocinadores e organizadores.

A data de 08 de julho de 2014 ficou marcada pra sempre no coração de todos os brasileiros. Durante 100 anos de Copa do Mundo, a seleção Brasileira penta campeã mundial, nunca tinha perdido com um placar tão elástico, 7×1 para a toda poderosa Alemanha. O que aconteceu em campo é reflexo da desorganização futebolística Brasileira durante décadas de existência. Foi a CBF que deu o comando da seleção a uma comissão formada por Felipão, Parreira e cia, um grupo de pessoas viciadas no poder  com a finalidade de retribuir aos dirigentes ,lucros, benefícios e bajulagens em todas as esferas.

Felipão é um ultrapassado no campo da renovação, como herança deixou o time do Palmeiras na segunda divisão do campeonato Brasileiro da serie A, além de todos os problemas extra-campo, é gente arrogante, preconceituoso, cabeça dura e fora do prumo, escalou mal nosso time e ainda disse na coletiva de imprensa após o jogo, que fez o melhor para o país.

Nossos jogadores, não podem e essa geração não tem culpa nenhuma desse desastre, o esquema tático a que obedeceram foi presa fácil para uma seleção derrotada. Todos nós sabíamos que a seleção da Alemanha era forte, mais não tivemos nenhum poder de reação, apontar erros nesse momento é fácil, agora esquecer essa vergonha mundial vai ser tarefa quase impossível.

O que fica de fato de aprendizado com essa derrota? O que precisamos fazer para não repetir esse vexame? O que de fato é preciso acontecer daqui pra frente? Tantas perguntas ainda precisam ser feitas em um universo de respostas que ao longo do tempo, vão ficar soltas no ar, procurando culpados e soluções.

Mais vamos lá, vou tentar de forma prática e objetiva apontar alguns caminhos que apontem uma direção rumo ao futuro. Depois da derrota para Alemanha muita coisa começa a ganhar fôlego, muitas criticas vindas de todos os lados, porém observando alguns analistas esportivos do nosso país, fui construindo esse texto que tem por objetivo abrir um debate no campo das ideias e das proposituras futuras.

Pra começar é preciso fazer uma revolução em todos os sentidos. É preciso investir na base do nosso futebol, é preciso questionar esse modelo de gestão que a CBF conduz, uma vergonha nacional a céu aberto.

O todo poderoso e mafioso José Maria Marin que já pegou o comando da instituição depois da renuncia de desvio de verbas do “rei da mafiagem” Ricardo Teixeira elegeu para presidente da CBF seu sucessor Marco Polo Del Nero para gestão 2015 a 2019 com o apoio das federações, cartolas, empresários de jogadores e dos dirigentes de clubes Brasileiros que participam apenas em um grande jogo de interesses pessoais. Marin será um dos vices presidentes ao lado de Fernando Sarney filho do ex-presidente da república José Sarney, pense num time de “primeira”.

O Brasil precisa começar do zero, e pensar seu modelo de gestão futura, o futebol não é só a serie A e sua mídia com seu poder de compra na exibição dos campeonatos em horários nobres que ditam as regras dos jogos para os canais abertos ou fechados, é preciso fortalecer as series B,C, D  e dos campeonatos regionais do nosso país, melhorar os estádios, valorização da prata da casa, trazer uma politica clara focada na valorização dos nossos garotos lá na base, nossos futuros craques.

Valorizar e incentivar cursos específicos de novos técnicos de futebol com outros olhares e posturas. O nosso futebol está perdendo o brilho e o encanto, a prova real dessa situação é o fato de não termos nenhum time Brasileiro nas quartas de finais da Taça Libertadores das Américas nesse ano.

Precisamos aprender com a própria seleção da Alemanha que na derrota para o Brasil na COPA em 2002, observou que tudo tinha que mudar de fato. Por lá começou um grande movimento na organização e na troca dos comandantes e da comissão técnica, sangue novo no comando com moral para puder colocar seu modelo de gestão, sem politicagem, novas ideias e muita clareza do que se queria chegar.

Foi extinto o monopólio das grandes empresas de comunicação. Financiamentos para os clubes de futebol de todas as series com critérios e metas a ser cumprida, foi concebidos incentivos aos torcedores, alteração nos horários e espetáculos de futebol, reformas emergenciais em todos os estádios com a participação ativa nas decisões com a população.

O resultado foi ganhando fôlego e aos poucos tudo foi se modificando. Hoje os campeonatos da Alemanha em todas as series são super-valorizados com grandes números de torcedores em todos os jogos, uma paixão nacional que se tornou exemplo para o mundo em um novo modelo de gerência e organização dentro e fora dos estádios de futebol.

Que venha um tempo em que lutaremos com garra, força e perseverança e que os resultados sejam os melhores  vencendo ou perdendo que faz parte do jogo e que possamos ter daqui pra frente posturas e coragem pra reagir e lutar.

Chega CBF é tempo de renovação.

Hérlon Cavalcanti é Jornalista.