Mais aumentos de água e de energia nos próximos dois meses

Do JC Online

Os aumentos da energia, combustíveis e da água vão contribuir para a inflação continuar em alta nos próximos meses. Somente a energia elétrica já tem dois reajustes programados. O primeiro será em março e ocorre porque o governo federal decidiu reajustar o valor cobrado pela bandeira tarifária vermelha e definir um percentual que incidirá sobre a conta de luz para compensar o custo mais alto das energias produzidas pelas termelétricas. Em janeiro, a bandeira vermelha significava um acréscimo de R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. A partir de março, esse valor deve ser de R$ 5,50 para cada 100 kWh, enquanto o percentual a ser cobrado sobre o total da conta é estimado em 3,89%. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve definir ambos (o percentual e o valor da bandeira) ainda este mês.

O segundo aumento da energia é o reajuste anual da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) e deve entrar em vigor a partir do dia 29 de abril. Vinte e um dias depois, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) vai reajustar as contas de água e esgoto em 8,35%.

Também devem ocorrer mais reajustes de combustíveis ainda este ano. “A tendência é de que os preços aumentem o ano inteiro. O mercado acredita que o IPCA (um dos índices que mede a inflação) vai chegar a 7,5% em 2015. Se isso for confirmado será a maior inflação dos últimos 11 anos”, resume o economista da Ceplan e professor de Economia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Valdeci Monteiro.

“Este ano não vai ser fácil. O consumidor deve planejar melhor os seus gastos e observar as promoções”, conta Valdeci. Com a alta da inflação deve ocorrer uma retração do consumo e as promoções vão ocorrer em vários setores indo desde o setor de alimentos, passando por eletrodomésticos e chegando até na venda de bens como veículos.

A microempresária Maria das Dores Silva só lamenta a alta dos preços. Ela tem uma pequena mercearia na Várzea e diz que é impossível não repassar a alta dos preços para os seus clientes. “Comprava o fardo de feijão para revender por R$ 1,89 o quilo em setembro do ano passado. Hoje, compro por R$ 4,89 o quilo”, justifica.

“O que a gente ganha não sobe na mesma proporção da inflação. No ano passado, gastei R$ 530 para comprar livros, material escolar e duas fardas para a minha neta. Este ano, essa mesma despesa (incluindo as duas fardas ficou em R$ 1.158,75. Isso é um absurdo”, conta. Ela argumenta que já fez cinco empréstimos consignados para ter capital de giro na movimentação do seu negócio e já está sentindo no bolso e na movimentação da sua venda que “as coisas estão difíceis”.

Alíquotas de PIS e Cofins sobre combustíveis sobem no domingo

O governo publicou hoje (29), no Diário Oficial da União, decreto alterando as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre a gasolina e o óleo diesel. O aumento dos dois tributos, que entra em vigor no próximo domingo (1º), corresponderá a R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel, segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e o óleo diesel terá aumento em 1º de maio. As medidas fazem parte de um pacote de aumento de tributos anunciado na semana passada pelo governo. O governo espera obter R$ 12,2 bilhões com a alta.

O decreto publicado hoje altera duas normas de 2004 que haviam reduzido as alíquotas do PIS e da Cofins incidentes sobre a importação e comercialização de gasolina, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo e querosene de aviação e as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível.