A inflação mediana prevista pelos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes permaneceu estável pelo terceiro mês consecutivo, ao fechar outubro em 10%. O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores deste mês foi divulgado ontem (23), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
O resultado manteve o indicador no nível recorde da série iniciada em setembro de 2005, mas confirmou a interrupção de uma sequência de sete altas consecutivas ao longo deste ano.
Segundo o economista da FGV Pedro Costa Ferreira, o resultado indica “uma certa rigidez” do consumidor em reverter suas expectativas para um cenário mais otimista, ou mais próximo do cenário desenhado pelo governo, com relação à inflação futura. “Parece também que o fator que mais está contribuindo para a expectativa de inflação futura é a inflação atual. Este é um cenário que merece atenção, na medida em que os consumidores a utilizarão para negociar contratos e formar preços.”
Em relação à frequência dos valores mais citados pelos consumidores ao prever a inflação futura, as previsões na faixa entre 9% e 10% mantiveram-se, pelo quarto mês consecutivo, como as mais citadas: 39,1% deles dosseram que a inflação futura deve ficar nessa faixa, contra 33,2% das previsões de setembro. Já os valores entre 10% e 12% de variação da inflação para os próximos 12 meses tiveram aumento moderado: de 18,1%, em setembro, para 20,4% em outubro.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é um índice mensal, elaborado com dados obtidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor. O indicador apresenta estatísticas sobre a inflação prevista pela população nos 12 meses seguintes da data de coleta sobre a tendência de inflação para o mesmo período.