“Pelé, Zico e Bom Senso FC serão ouvidos na CPI do Futebol”, diz Humberto

Humberto Costa(4)

 

A CPI do Futebol aprovou nesta terça-feira (11) plano de trabalho que inclui o depoimento dos ex-craques Pelé e Zico a fim de contribuir com sugestões para a reestruturação do futebol brasileiro. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), membro da CPI, avalia que a programação do colegiado está praticamente completa e deverá trazer elementos para que os parlamentares destrinchem os problemas do esporte mais praticado do país e tentem encontrar soluções.

Segundo o senador, o objetivo original da CPI de investigar eventuais irregularidades em contratos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 (COL) está mantido, mas que a ideia é avançar ainda mais.

“Vamos muito além disso. A ideia é discutirmos aqui todos os pontos relacionados ao futebol, ouvindo os envolvidos com o esporte e nos debruçando, inclusive, sobre os documentos decorrentes de investigações já em curso feitas por órgãos competentes do Brasil e do exterior”, afirma Humberto.

De acordo com o plano de trabalho, os jornalistas Juca Kfouri, José Cruz, Sérgio Rangel e Jamil Chade, todos repórteres de esporte de grandes veículos de comunicação do país, serão os primeiros a falarem na CPI. Eles irão à CPI, já na próxima semana, na condição de testemunhas.

Além deles, os parlamentares irão ouvir presidentes de federações de futebol de vários estados; presidentes de grandes clubes, como Flamengo, São Paulo, Grêmio e Atlético-MG; os próprios jogadores, representados pelo Bom Senso Futebol Clube; e ex-atletas como Cafu e Roque Júnior.

O plano de trabalho inclui ainda a vinda dos técnicos Felipão, Carlos Alberto Parreira e Dunga, assim como o depoimento do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira.

“O nosso objetivo é realizar as oitivas para analisar a situação do esporte como um todo: o calendário de jogos, a situação financeira dos clubes e das federações, as condições de trabalho dos atletas e árbitros, assim como a gestão da CBF”, explica Humberto.

Os integrantes da CPI também aprovaram, na sessão de hoje, requerimentos que solicitam autorização da Procuradoria Geral da República para o compartilhamento de informações sobre o caso Fifa, investigado originalmente pelo FBI, e autorização para a ida de um grupo de trabalho formado pelos senadores aos Estados Unidos em busca da documentação.

A ideia dos senadores é apresentar o relatório final da CPI no dia 24 de novembro e discuti-lo e votá-lo no dia 8 de dezembro.

CPI do BNDES deve ouvir Luciano Coutinho nesta quinta-feira

bndes

Da Agência Brasil

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, deve ser ouvido nesta quinta-feira (13) na comissão parlamentar de inquérito (CPI) criada para investigar denúncias de irregularidades em contratos de financiamento da instituição. A informação foi confirmada hoje (11) pelo relator da comissão, deputado José Rocha (PR-BA).

O convite a Coutinho, apresentado como uma das estratégias do plano de trabalho do relator, foi aprovado pelo colegiado por 19 votos a 1, para que Coutinho explique denúncias sobre empréstimos investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Segundo parlamentares, há suspeitas de que os recursos foram concedidos tanto a empresas de fachada quanto a empreiteiras investigadas na operação que apura irregularidades na Petrobras.

Em ofício lido no início da reunião de hoje, Luciano Coutinho se antecipou e manifestou interesse em esclarecer qualquer dúvida da CPI.

Na apresentação do plano de trabalho, o relator José Rocha propôs que sejam ouvidos também o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e o engenheiro e economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que presidiu o BNDES de 1995 a 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Outros ex-presidentes do banco que o relator pretende convidar são Demian Fiocca (2006-2007), Guido Mantega (2004-2006), Carlos Lessa (2003-2004) e Eleazar de Carvalho (2002-2003), além do atual vice-presidente, Wagner Bittencourt, e de direitores como Roberto Zurli (Infraestrutura e Insumos Básicos), Luciene Machado (Internacional) e João Carlos Ferraz (Planejamento e Pesquisa).

Rocha informou que vai pedir cópia de documentos relativos às operações do BNDES no período investigado pela CPI e fará diligências para ouvir tomadores de crédito do banco, como dirigentes de empresas no Brasil e no exterior, e outras com dirigentes e empregados do próprio banco e de empresas de auditoria que avaliaram operações da instituição.

Integrantes da CPI também pretendem se debruçar sobre os empréstimos classificados de secretos, concedidos a países como Angola e Cuba. Proposta de acordo aprovada pelo colegiado definiu que as reuniões ocorram, preferencialmente, às terças-feiras (14h) e quintas-feiras (9h30).

Os requerimentos ainda incluem pedidos como os apresentados pelo deputado Raul Jungmann que defende a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu filho Fábio Luís Lula da Silva.

A CPI ainda vai decidir sobre a convocação do empresário Eike Batista (Grupo EBX), do ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, do vice-presidente e diretores do BNDES, do secretario executo do Ministério de Desenvolvimento, de Ivan Ramalho, e do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, para explicar suas atividades de consultoria no BNDES.

Outros requerimentos pedem cópia de documentos e informações sobre o financiamento do BNDESco para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e sobre processos relativos a análises e investigações sobre operações da instituição entre 2003 e 2015 e sobre atas das reuniões dos Conselhos de Administração do BNDES, da BNDESpar – sociedade criada para capitalização de empreendimentos controlados por grupos privados – e da Finame, linha de financiamento para produção e aquisição de máquinas, equipamentos e bens de informática e automação, feitas entre janeiro de 2003 e julho de 2015.

Pedido de acareação de Cunha e Júlio Camargo é protocolado em CPI

O pedido de acareação que pode colocar, frente a frente, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo foi protocolado hoje (20) na secretaria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. O colegiado pode decidir a qualquer momento se acata ou não o requerimento da deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) já que, pelo Regimento Interno da Casa, a CPI pode funcionar normalmente durante o recesso parlamentar que só termina em 1o de agosto.

De acordo com assessores, o presidente da CPI Hugo Motta (PMDB-PB) pode convocar sessão para votar o requerimento mas, para a votação ocorrer, é necessária a presença de quorum mínimo de 14 deputados. Para evitar desgastes com risco de reunião esvaziada, a medida depende de levantamento para identificar quantos dos 27 parlamentares que integram o colegiado estariam dispostos a se reunir ainda em julho.

Um dos delatores do esquema de corrupção na estatal, Júlio Camargo disse, na última semana, que Cunha pediu US$ 5 milhões para viabilizar contrato de navios-sonda da Petrobras e exigiu pagamento de propina ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. O depoimento à Justiça Federal do Paraná agravou as relações de Cunha com o Planalto.

O parlamentar negou as informações prestadas por Júlio Camargo de que não tinha feito a denúncia nos depoimentos anteriores e disse que o empresário foi pressionado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, segundo ele, “atua à serviço do governo” em troca de sua recondução ao cargo. O mandato de Janot na Procuradoria-Geral da República acaba em 17 de setembro e ele pode ser reconduzido ao cargo pela presidenta Dilma Rousseff por mais dois anos, mas precisa passar por nova sabatina no Senado.

Na volta do recesso, a CPI ouve, no dia 4, o presidente da Mitsui, Shinji Tsuchiya, e, no dia 5 de agosto, o presidente da Samsung no Brasil, J. W. Kim. Os dois não compareceram à sessão do último dia 15 quando deveriam prestar depoimento para falar sobre o pagamento de propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e ao PMDB, em um contrato de aluguel de sondas celebrado com a Petrobras. Cunha negou que tenha sido o destinatário do dinheiro.

A denúncia foi feita pelo doleiro Alberto Youssef que também será ouvido pelos parlamentares da comissão, durante acareação com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, marcada para o dia 6 de agosto.

CPI da Petrobras ouvirá ministro da Justiça na quarta-feira

O depoimento do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras foi marcado para quarta-feira (15). O requerimento de convocação foi aprovado há dois dias pelos deputados que querem explicações sobre as escutas clandestinas encontradas ano passado na cela do doleiro Alberto Youssef, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba.

O agente da Polícia Federal, Dalmey Fernando Werlan, que depôs na CPI em uma sessão reservada, confirmou que instalou a escuta na cela em uma área usada como fumódromo pelos presos. Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), Werlan disse que o pedido foi feito pelo superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco, e pelos delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo.

A expectativa é que o depoimento se confirme porque, ao saber da decisão dos deputados, o ministro da Justiça disse não ter se surpreendido com a convocação e afirmou que é dever, tanto de ministros quanto de agentes públicos, prestar esclarecimentos sobre assuntos de interesse público ao Congresso.

Os deputados da CPI ainda esperam ouvir esta semana Stael Fernanda Janene, viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR). O depoimento ocorreria na semana passada mas, por um erro na comunicação feita pela comissão, acabou sendo remarcado para o dia 14. Convidada como testemunha, Stael, que tem habeas corpus, pode ficar calada e não responder aos deputados sobre o possível relacionamento do ex-parlamentar, morto em 2010, com o doleiro Alberto Youssef.

Youssef acusa José Janene de ser o mentor do esquema de cobrança de propina na Petrobras. Aos parlamentares da CPI que foram para Curitiba no último mês, o doleiro negou que tinha conta conjunta com o ex-deputado ou com a viúva e disse que não recebeu qualquer procuração para operar recursos do casal no exterior.

Stael Janene também será questionada sobre dúvidas sobre a morte do ex-deputado. Denúncias que chegaram à CPI de que ele estaria vivo levaram a comissão a estudar a possibilidade de pedir exumação do corpo. A família protestou, e o pedido ficou suspenso até o depoimento da viúva.

Na quinta-feira (16), a comissão espera ouvir o advogado-geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, e o ministro Valdir Moysés Simão, da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre acordos de leniência com empresas acusadas pela Operação Lava Jato.

No plenário, os deputados devem concluir esta semana o projeto de lei da minirreforma eleitoral, votando os destaques e emendas sobre o texto que cria limites de doações para campanhas, dos gastos de campanha, da prestação de contas e da quantidade de candidatos. Nas sessões ainda pode ocorrer a votação, em segundo turno, da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma política. Os destaques feitos ao texto propõem, inclusive, a retirada de pontos aprovados em primeiro turno como as doações de empresas para o financiamento de campanha.

Com o recesso parlamentar, que começa no dia 18, se os deputados concluírem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2016), não deve avançar este semestre a PEC da Maioridade Penal que também precisa passar por um segundo turno de votação antes de ser encaminhada ao Senado. Parlamentares não estão otimistas com a votação da LDO, que deve ser dificultada ainda pela sessão do Congresso marcada para a manhã de quarta-feira para análise de 12 vetos presidenciais a matérias aprovadas pelos parlamentares, como a que trata da fidelidade partidária. Isso porque, com votações em plenário em andamento – a Ordem do Dia –, as comissões são obrigadas a suspender suas deliberações.

Da Agência Brasil

CPI da Petrobras ouvirá ministro da Justiça na quarta-feira

Da Agência Brasil

O depoimento do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras foi marcado para quarta-feira (15). O requerimento de convocação foi aprovado há dois dias pelos deputados que querem explicações sobre as escutas clandestinas encontradas ano passado na cela do doleiro Alberto Youssef, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba.

O agente da Polícia Federal, Dalmey Fernando Werlan, que depôs na CPI em uma sessão reservada, confirmou que instalou a escuta na cela em uma área usada como fumódromo pelos presos. Segundo o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), Werlan disse que o pedido foi feito pelo superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco, e pelos delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo.

A expectativa é que o depoimento se confirme porque, ao saber da decisão dos deputados, o ministro da Justiça disse não ter se surpreendido com a convocação e afirmou que é dever, tanto de ministros quanto de agentes públicos, prestar esclarecimentos sobre assuntos de interesse público ao Congresso.

Os deputados da CPI ainda esperam ouvir esta semana Stael Fernanda Janene, viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR). O depoimento ocorreria na semana passada mas, por um erro na comunicação feita pela comissão, acabou sendo marcado para o dia 14. Convidada como testemunha, Stael, que tem habeas corpus, pode ficar calada e não responder aos deputados sobre o possível relacionamento do ex-parlamentar, morto em 2010, com o doleiro Alberto Youssef.

Youssef acusa José Janene de ser o mentor do esquema de cobrança de propina na Petrobras. Aos parlamentares da CPI que foram para Curitiba no último mês, o doleiro negou que tinha conta conjunta com o ex-deputado ou com a viúva e disse que não recebeu qualquer procuração para operar recursos do casal no exterior.

Stael Janene também será questionada sobre dúvidas em torno da morte do ex-deputado. Denúncias que chegaram à CPI de que ele estaria vivo levaram a comissão a estudar a possibilidade de pedir exumação do corpo. A família protestou e o pedido ficou suspenso até o depoimento da viúva.

Na quinta-feira (16), a comissão espera ouvir o advogado-geral da União (AGU), Luiz Inácio Adams, e o ministro Valdir Moysés Simão, da Controladoria Geral da União (CGU) sobre acordos de leniência com empresas acusadas pela Operação Lava Jato.

No plenário, os deputados devem concluir esta semana o projeto de lei da minirreforma eleitoral, votando os destaques e emendas sobre o texto que cria limites de doações para campanhas, dos gastos de campanha, da prestação de contas e da quantidade de candidatos. Nas sessões ainda pode ocorrer a votação, em segundo turno, da proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma política. Os destaques feitos ao texto propõem, inclusive, a retirada de pontos aprovados em primeiro turno como as doações de empresas para o financiamento de campanha.

Com o recesso parlamentar, que começa no dia 18, se os deputados concluírem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2016), não deve avançar este semestre a PEC da maioridade penal que também precisa passar por um segundo turno de votação antes de ser encaminhada para o Senado. Parlamentares não estão otimistas com a votação da LDO, que deve ser dificultada ainda pela sessão do Congresso marcada para a manhã de quarta-feira para análise de 12 vetos presidenciais a matérias aprovadas pelos parlamentares, como a que trata da fidelidade partidária. Isto porque, com votações em plenário em andamento – a Ordem do Dia – as comissões são obrigadas a suspender suas deliberações.

Petrobras e reforma política devem movimentar Câmara nesta semana

Da Agência Brasil

Após uma semana tumultuada e marcada pela aprovação, em primeiro turno, da proposta de emenda à Constituição que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos, a Câmara dos Deputados vai retomar esta semana as votações em segundo turno da reforma política.

A votação em primeiro turno começou no fim de maio e foi concluída no dia 17 de junho. Agora, os deputados deverão retomar as votações dos temas aprovados em primeiro turno. Entre eles estão o fim da reeleição, os cinco anos de mandato para os ocupantes de todos os cargos eletivos, o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e TV apenas para legendas com, pelo menos, um deputado eleito.

Estará em discussão também o financiamento privado de campanhas, com doações de empresas a partidos políticos. Sobre esse último ponto, os deputados precisam alterar a legislação ordinária para disciplinar as doações. Como se trata de matéria que altera a Constituição, as votações têm que ocorrer em dois turnos, antes de serem encaminhadas para o Senado.

“Nosso objetivo primordial é concluir o segundo turno da reforma política e o projeto infraconstitucional da mudança da Lei Eleitoral. Isso é fundamental, porque tem que ser enviado ao Senado para que a gente possa ter isso valendo para as eleições de 2016”, disse o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Ao lado da votação da reforma política, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras deve movimentar a semana na Câmara dos Deputados, com os depoimentos do ex-ministro chefe da Controladoria Geral da União Jorge Hage, para falar sobre o caso da SBM Off Shore.

Haverá depoimento do presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Carlos Barreto, e da viúva do ex-deputado José Janene. Ocorrerão também as acareações entre o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-gerente de Serviços e Engenharia da estatal Pedro Barusco, e de Barusco com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

A Câmara deve votar na terça-feira a Medida Provisória 671/15, que trata do refinanciamento das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol profissional e das normas de responsabilidade fiscal e gestão. O relatório do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ) fixa em até 240 meses o prazo de parcelamento das dívidas dos clubes, sejam de futebol ou não, além de prever parcelas menores nos 60 primeiros meses.

O deputado propõe a criação de uma nova loteria federal instantânea, na forma de raspadinha, em parceria com a Caixa Econômica Federal. Parte dos recursos arrecadados com a loteria deverá ser destinada aos clubes, com a condição de que eles usem a verba para investir nas categorias de base e subsidiar ingressos a preços populares

O plenário poderá votar o Projeto de Lei 1358/15, que muda o índice de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, cuja urgência foi aprovada na última terça-feira (30). Pela proposta, os depósitos feito0s a partir de 1º de janeiro de 2016 serão corrigidos pela TR mais 0,5% ao mês, quando a taxa Selic for superior a 8,5% (atualmente a taxa está em 13,75%).

Quando os juros forem inferiores a 8,5%, a correção será TR acrescida de 70% da taxa Selic. É o mesmo cálculo aplicado hoje às cadernetas de poupança. Atualmente a correção é feita com base na taxa referencial (TR), em torno de 0,1% ao mês, mais juros de 3% ao ano.

Vereadores envolvidos na Operação Ponto Final 2 são condenados

O juiz da IV Vara Criminal, José Francisco Morais Júnior, condenou os cinco vereadores envolvidos na Operação Ponto Final 2 pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva. Eles foram acusados pelo Ministério Público de pagar e receber propina para aprovar a CPI da CGU, que investigaria irregularidades na administração de José Queiroz (PDT). Os legisladores pegaram penas diferentes e, de acordo com a sentença, alguns tiveram mais culpabilidade, como foi o caso de Evandro Silva (PMDB), que pegou pena superior a oito anos.

Na época, em meados de 2013, um relatório da Controladoria-Geral da União havia apontado possíveis irregularidades na aplicação de verbas do Fundeb pela prefeitura. Segundo a Polícia Civil, Val das Rendeiras e Pastor Jadiel (ambos do Pros) receberam R$ 30 mil para aprovar a referida CPI. O dinheiro, segundo as investigações, foi pago pelo então líder da oposição, Val (DEM), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB), este último também autor da propositura que criou a comissão.

A sentença foi divulgada no final da tarde desta sexta-feira (19). Veja abaixo a pena dos cinco parlamentares condenados – todos vão poder recorrer em liberdade:

Evandro Silva – condenado a oito anos, seis meses e 20 dias de reclusão e 233 dias-multa (o valor gira em torno de R$ 33 mil).

Val – condenado a sete anos, nove meses e dez dias de reclusão e 185 dias-multa.

Neto – condenado a sete anos, nove meses e dez dias de reclusão, além de 185 dias-multa.

Pastor Jadiel – condenado a seis anos, oito meses e 160 dias-multa (cerca de R$ 20 mil).

Val das Rendeiras – condenado a sete anos e quatro meses, além de 200 dias-multa.

Presidente do Instituto Lula irá depor em CPI

A CPI da Petrobras aprovou em bloco os 140 requerimentos de convocação de depoentes que estavam na pauta da sessão desta quinta-feira (11). Entre eles, estão a convocação de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula; e a quebra dos sigilos bancários, telefônicos e fiscais do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e da empresa dele, a JD Assessoria e Consultoria Ltda.

Laudos da Polícia Federal anexados nos autos da Operação Lava Jato apontam que a Camargo Corrêa, investigada por desvios de recursos na Petrobras, repassou R$ 3 milhões para o Instituto Lula e mais R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras Eventos e Publicidade. Os pagamentos ocorreram entre os anos de 2011 e 2013. É a primeira vez que a força-tarefa da Lava Jato identifica uma ligação entre o petista e as empresas suspeitas de participação no esquema de corrupção da Petrobras. Apesar disso, Lula ainda não é alvo da apuração policial.

Além disso, extratos bancários obtidos junto a investigados da força-tarefa da Lava Jato revelaram que a JD Consultoria, empresa de Dirceu, faturou R$ 29,2 milhões com a prestação de serviços de prospecção de negócios fora do país, principalmente em países como Cuba e Peru, onde o governo mantém parcerias e grandes negócios. Somente em 2013, quando Dirceu já estava cumprindo pena em regime semiaberto no Complexo Penitenciário da Papula, como sentenciado do mensalão, a JD Consultoria faturou R$ 4,1 milhões. Na lista de clientes dele estão empresas como OAS, UTC, Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, todas alvos da operação.

Também foram aprovados os pedidos de acareação entre o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco e o ex-diretor de Serviços Renato Duque; Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e Vaccari; Vaccari, Barusco e Duque; Barusco, Vaccari e o doleiro Alberto Youssef e entre o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Paulo Roberto Costa.

A votação em bloco dos 140 requerimentos de convocação e acareações de suspeitos pela CPI da Petrobras causou protestos. O deputado Ivan Valente (Psol-SP) defendia a votação de requerimentos que não foram incluídos na pauta da sessão de votação e acusou a CPI de estar “blindando” alguns investigados.

Valente apresentou requerimentos de convocação do empresário Júlio Camargo, do policial civil Jayme de Oliveira e da ex-deputada Solange Almeida. Os pedidos não foram votados em função do início da Ordem do Dia do Plenário da Câmara. “A Ordem do Dia começou e nossos requerimentos, novamente, não serão votados. Aqui existe um grande acordo para não votar e excluir algumas pessoas. Júlio Camargo foi mencionado 300 vezes na CPI e está sendo blindado porque atinge o presidente da Casa”, disse Valente.

A bancada do PT na comissão protestou contra a aprovação dos requerimentos em bloco e os contrários ao Instituto Lula e Dirceu. “Não dá pra transformar essa CPI em tiro ao alvo no PT visando às eleições de 2016 e 2018, no dia da abertura do nosso congresso”, disse o deputado Afonso Florence (PT-BA). O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) rebateu a crítica. “É uma vergonha o comportamento da bancada do PT hoje”, disse.

Do Congresso em Foco

Câmara aprova prorrogação dos trabalhos da CPI da Petrobras por 60 dias

A Câmara dos Deputados aprovou ontem (28) requerimento prorrogando por amis 60 dias os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. O requerimento foi aprovado simbolicamente pelo plenário da Câmara. Inicialmente, os trabalhos da comissão deveriam encerrar nos primeiros dias de junho, mas com a prorrogação o encerramento passa para o inicio de agosto.

O requerimento para a prorrogação dos trabalhos da CPI foi apresentado ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelo presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), com a justificativa de que a comissão precisa de mais tempo para concluir seus trabalhos de investigação.

Corrupção move o Brasil, diz doleira em CPI

A doleira Nelma Kodama, considerada braço direito de Alberto Youssef pelas investigações da Operação Lava Jato, disse que o Brasil “é movido pela corrupção”. Uma mostra disso, segundo ela, é que o país entrou em crise econômica assim que os esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro da estatal foram descobertos. ”Quando parou a corrupção [na Petrobras], o Brasil parou”, declarou.

Primeira depoente ouvida nesta terça-feira (12) pela CPI da Petrobras, Nelma admitiu à comissão que praticou evasão de divisas mediante operações fictícias de importação. A doleira contou que não teve dificuldade para praticar esse tipo de crime porque a legislação brasileira que regula o mercado financeiro é falha. De acordo com ela, a evasão de divisas conta com a participação de instituições financeiras e do Banco Central.

A declaração foi dada após questionamento do deputado Izalci (PSDB-DF) sobre a existência de brechas no sistema financeiro que permitem operações irregulares de câmbio. O tucano também a indagou sobre a origem do dinheiro utilizado nas operações. “Das próprias instituições financeiras, dos bancos. Do Banco do Brasil, por exemplo, na agência de Rio Branco”, respondeu.

No depoimento, Nelma ainda mencionou o nome de um ex-gerente geral do Banco do Brasil, que, segundo ela, tinha negócios com o doleiro Raul Srour, também réu por crime financeiro na Operação Lava Jato. “Eu tenho documentos que provam que os bancos, os gerentes gerais, estão envolvidos”, disse.

Condenada a 18 anos de prisão por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, a doleira afirmou que os operadores de câmbio das instituições financeiras têm conhecimento das brechas do sistema. Ela disse que pretende esclarecer isso em sua delação premiada, ainda em fase de negociação.

Além dos depoimentos polêmicos, a doleira também resolveu soltar a voz. Ela foi repreendida pelo presidente da CPI, Hugo Motta, após cantar trecho da música “Amada amante”, de Roberto Carlos. A palhinha foi dada por Nelma ao responder se era amante de Alberto Youssef. “Senhora Nelma, não estamos em um teatro”, repreendeu Motta.

Nelma ficou conhecida no ano passado ao ser presa no aeroporto de Guarulhos com 200 mil euros não declarados. A história contada é de que carregava as notas dentro da calcinha. “Duzentos mil euros são dois pacotinhos, eles não estavam na calcinha, estavam no bolso detrás da calça”, desmentiu ela.

Do Congresso em Foco