Lava Jato: Odebrecht vai delatar presidentes estrangeiros

O Globo

A Odebrecht se comprometeu na negociação de sua delação a entregar as situações em que pagou propina para conquistar obras no exterior.

Vai, inclusive, dar o nome aos bois, ou seja, quem foram os políticos estrangeiros que receberam por fora.

Um integrante da família do presidente do Peru, Ollanta Humala, por exemplo, é citado em uma situação de pagamento de suborno.

A Odebrecht foi escolhida para construir hidrelétricas no Peru, além da Rodovia Interoceânica Sul, que liga o país ao Brasil, e o Gasoduto do Sul, ainda em construção.

Também será detalhada na próxima fase da delação, de depoimentos, uma situação em que a propina foi negociada diretamente com Ricardo Martinelli, o ex-presidente do Panamá, país onde a Odebrecht tocou, entre outras obras, o metrô da capital e uma hidrelétrica.

Os anexos internacionais da delação da Odebrecht valem ouro para os investigadores da Lava-Jato. Primeiro, porque interessa a eles ter informações para compartilhar com os países que vêm colaborando com o Brasil na operação.

E, assim, o Brasil escapa do mico que seria topar uma colaboração premiada fechando os olhos sobre crimes cometidos lá fora.

Gastos de estrangeiros crescem 4,2% no acumulado do ano

Os estrangeiros que estiveram no Brasil nos últimos 11 meses gastaram 6,39 bilhões de dólares nos destinos turísticos de todo o país, um recorde da série histórica para esse período.  A receita cambial cresceu 4,22% na comparação com o acumulado de janeiro a novembro do ano passado, que foi de US$ 6,1 bilhões, segundo o Ministério do Turismo.

“O período da Copa do Mundo, quando tivemos entrada recorde de divisas no turismo, contribuiu para esse resultado positivo”, explica o ministro do Turismo, Vinicius Lages. Dados do Banco Central mostram que em junho e julho, meses nos quais o Mundial foi realizado, os visitantes internacionais gastaram US$ 1,5 bilhão no país, valor recorde que representou um aumento de 60% na comparação com igual período de 2013.

No mês de novembro, no entanto, os gastos dos turistas internacionais somaram US$ 475 milhões, o equivalente a uma redução de 14,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Para a apuração da receita cambial são considerados gastos com cartão de crédito e operações oficiais de câmbio.

Ouça aqui comentário de José Francisco Lopes, diretor de Estudos do MTur, sobre o gasto de estrangeiros no país e benefícios da exposição do Brasil com a Copa.