Diálogo é a chave para lidar com mudanças na governança corporativa, aponta estudo

Submeter-se ao comando de um investidor ativista é tarefa difícil para os executivos. E não é para menos. De acordo com estudo realizado pela consultoria global Bain & Company, mais de 75% das intervenções de investidores acontecem por questões de governança corporativa, como substituir ou nomear um CEO ou diretor, por exemplo.

Entretanto, a participação de uma figura externa na liderança não significa necessariamente que o clima de guerra está instaurado na empresa. Segundo a pesquisa realizada pela Bain, a melhor estratégia para se lidar com esse cenário é o diálogo – “Bons líderes começam ouvindo calmamente quais são as preocupações do ativista e procuram manter a conversa em particular sempre que possível”, aponta o estudo.

O material ainda exemplifica citando o caso da Heinz, a empresa alimentícia famosa pelo Ketchup; “Quando Nelson Peltz e a Trian Fund Management receberam uma posição no comando da Heinz, a gerência inicialmente foi contra. Ao término do conflito, Peltz já fazia parte do corpo de diretores, prestou suporte durante uma reestruturação e passou a contar com William Johnson, CEO da empresa na época, como seu homem de confiança”.

Todavia, a pesquisa leva em conta também os casos nos quais os ativistas não são tão amistosos. Nessas situações, a consultoria orienta a elaborar uma resposta detalhada entre 30 e 90 dias. Esta, por sua vez, deve ser nos mesmos termos, conter análises e ser bem embasada. Não apenas uma defesa com pontos gerais e não aprofundados. Por mais óbvio que esses pontos pareçam, de acordo com a Bain & Company muitas empresas não dão a devida atenção a eles e perdem a chance de agregar valor e minimizar possíveis danos à gestão.

Professores dão dicas para última semana de estudo antes do Enem

Da Agência Brasil

A poucos dias das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não é hora de aprender novos conteúdos, mas sim de revisar aquilo que já se domina. Essa é a dica do professor de química Paulo Santos. “Neste momento, o estudante tem que priorizar aquilo que tem algum tipo de domínio e fazer aquele ajuste final”, orienta ele, que leciona num cursinho preparatório para o Enem e o Programa de Avaliação Seriada (PAS), em Brasília.

No próximo fim de semana, nos dias 24 e 25, estudantes de todo o país farão as provas do Enem. Mais de 7,7 milhões de candidatos se inscreveram. A Agência Brasil e o Portal EBC conversaram com professores para saber o que os alunos devem priorizar nos últimos dias de estudo e que temas têm mais chances de aparecer nas questões.

Além da revisão, a dica de Santos é que os alunos resolvam provas de anos anteriores como forma de treino, pois muitos temas são recorrentes. “É a melhor estratégia de todas. O aluno vai se habituando à linguagem e vai aprendendo os processos cognitivos que o Enem desenvolve dentro daquele assunto”, disse. Ele lembra também outros aspectos que os estudantes podem encontrar na prova de química. “Em química, aparecem muitas questões sobre equilíbrio químico, reconhecimento de funções orgânicas”. Santos destaca também que as questões sociais são bastante abordadas. “Até na ciência da natureza esse aspecto nunca é deixado de lado. A relação do homem com o meio, como pode modificar o seu meio em prol econômico, ambiental e social.”

REFAZER PROVAS

Coordenador de um curso pré-vestibular em Brasília, Paulo Perez concorda com a estratégia. “Fazer provas anteriores é o melhor caminho para a preparação. O [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] Inep disponibiliza todas as provas no site dele, com os gabaritos. O aluno pode fazer a prova e ver o que errou. [Pode] procurar, nesta última hora, caso um assunto se repita com frequência, ir atrás do assunto para treinar.”

Perez destaca também que a prova exige que os alunos coloquem em prática o conteúdo que aprenderam dentro de sala de aula e, por isso, as conhecidas “decorebas” acabam não ajudando tanto. “É uma prova de leitura, de saber ler e interpretar. É uma prova muito mais de saber resolver os problemas com as ferramentas que ele aprendeu no ensino médio do que de decoreba e conteudista”.

Outra dica importante dos professores é ter uma estratégia para responder às questões e ganhar tempo. “Uma dica que serve para qualquer prova: leia antes o enunciado. Primeiro comece pelo comando, pela situação problema. Depois de ler o enunciado você vai fazer uma leitura do texto com mais foco, mais objetivo. Tempo no Enem é crucial”, acrescenta Perez.

Ele lembra ainda que em português, questões que tratam de figuras de linguagem e gêneros textuais têm sido frequentes. Já em matemática o estudante deve deparar com porcentagens, probabilidade, conversão de medidas e leitura de gráficos, por exemplo. Em física, temas relacionados com energia estão entre as apostas. “Em história, com certeza [as questões vão abordar] história do Brasil, Era Vargas, escravidão, os direitos civis e políticos, as novas conquistas, as conquistas das mulheres. Na geografia, a geografia da agricultura, a estrutura fundiária, os conflitos sociais, fontes de energia, e água”, completa Perez.

BIOLOGIA

Mas quais são os temas que podem cair na prova e merecem a atenção dos candidatos? O professor de biologia Guga, também de Brasília, aposta que a ecologia será uma das temáticas. Ele participou da websérie Fica a Dica Enem veiculada pelo portal da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e destacou os problemas ambientais como possíveis temas.

“Sugiro que [o aluno] dê uma atenção especial à ecologia e sobretudo estude bastante os desequilíbrios ambientais”, disse ao ressaltar a eutrofização e as ilhas de calor. Segundo o professor, outros temas são recorrentes nas provas. “Depois vem biologia celular, fisiologia e genética. São as quatro frentes de biologia que você vai ter em maior número de questões na sua prova.”

Os professores lembram que a prova já está pronta há algum tempo e, por isso, temas que vêm sendo destaque somente nas últimas semanas provavelmente não serão abordados.

Para ajudar os candidatos a se preparar para o Enem, a EBC preparou o aplicativo Questões Enem que reúne todas as questões desde a edição de 2009. No sistema, é possível escolher as áreas do conhecimento que se quer estudar. O acesso é gratuito.

Nordeste tem a maior taxa de homicídios do país, mostra estudo

Da Agência Brasil

A região com a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes do país é o Nordeste (33,76), seguida da Região Norte (31,09) e do Centro-Oeste (26,26). As regiões Sudeste e Sul apresentam taxas menores, 16,91 e 14,36, respectivamente. No Nordeste, o estado com a maior taxa por grupo de 100 mil habitantes é o Ceará, com 46,9 homicídios, equivalente a 4.144 mortes, seguido de Sergipe (45 assassinatos por 100 mil habitantes).

Os dados, de 2014, estão no relatório Diagnóstico dos Homicídios no Brasil: Subsídios para o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios, divulgado hoje (15) pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.

No estado do Ceará, as maiores taxas de homicídios dolosos são registradas nas cidades de Fortaleza (72,7), Maracanaú (73,7) e Caucaia (65,8), na região metropolitana.

Em números absolutos, o estado que registrou o maior número de assassinatos em 2014 foi a Bahia, com 5.450 (36 por 100 mil habitantes). Em seguida, estão Rio de Janeiro (4.610) e São Paulo (4.294), com taxas de 28 e 9,8 por grupos de 100 mil habitantes. No ranking absoluto, o Ceará aparece em quarto lugar. Santa Catarina, com 587 mortes, registra a menor taxa do país (8,7 homicídios por 100 mil habitantes).

“Para se ter uma noção comparativa no âmbito internacional sobre essa taxa, países com históricos de guerra civil, como o Congo (30,8), e com altas taxas de homicídio associadas ao narcotráfico, como a Colômbia (33,4), possuem taxas menores que as do Nordeste brasileiro”, informa o relatório.

METODOLOGIA

De acordo com o Ministério da Justiça, o diagnóstico fez um recorte com 80 municípios, localizados nas 26 unidades da Federação e a região administrativa de Ceilândia, no Distrito Federal, somando 81 localidades prioritárias de ação, agregando 22.569 registros de homicídios dolosos em 2014, o que representa, aproximadamente, 50% do total de assassinatos registrados no Brasil.

A intenção do ministério é que o estudo sirva de ferramenta de gestão para os estados no enfrentamento da criminalidade, observando as coincidências entre as altas taxas de homicídio e outros problemas sociais, econômicos e culturais. Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) de 2014.

Veja o número de homicídios por unidades da Federação:

tabela_homicidios_nos_estados

Rede vai avaliar se apoia pedido de afastamento de Dilma e Cunha, diz Marina

marina-silva-580x387

 

Do Estadão Conteúdo

A ex-senadora Marina Silva, à frente do mais novo partido político, a Rede Sustentabilidade, disse ontem (8), durante lançamento oficial da bancada do partido no Congresso, que a sigla ainda avaliará, no decorrer do processo, se apoiará ou não pedidos de afastamento da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Temos de ter muita responsabilidade com os destinos da nação. Temos uma situação inédita: a presidente da República tendo suas contas não aprovadas, a abertura de processo no TSE quanto às denúncias de irregularidades em sua campanha, e os dois presidentes das duas casas legislativas(Cunha e Renan Senado/PMDB-AL, presidente do Senado) denunciados por envolvimento nas investigações da Lava Jato.”

Marina disse que vem alertando desde a campanha presidencial de 2010 sobre os riscos de o País perder a estabilidade econômica, os programas de inclusão social e até mesmo quanto à fragilidade da democracia por causa “do atraso na política”. “O Brasil não pode continuar numa situação de baixo crescimento, inflação e perda de emprego por causa da crise política que está acontecendo”, concluiu a ex-senadora.

Marina reforçou que o novo partido vai se pronunciar sobre as pedaladas fiscais nas contas do governo de 2014 no mérito e que vai aguardar a análise do processo no Congresso. Ela destacou também que este não é o momento para se produzir frases de efeito, mas sim de olhar com senso de responsabilidade” as denúncias envolvendo Dilma, Cunha e o presidente do senado, Renan Calheiros, também investigado na Operação Lava Jato. “Não vamos ter dois pesos e duas medidas”.

 

Consumidores da América Latina estão menos fiéis às marcas

Os consumidores América Latina estão menos fiéis às marcas do que em 2012. De acordo com estudo bienal realizado pela consultoria global Bain & Company, 68% dos executivos entrevistados durante 2014 acredita que seus consumidores não se atêm mais a uma determinada marca na hora da escolha. O número subiu em relação aos 63% registrados há dois anos.

Ao todo, o estudo “Management Tools & Trends 2015” da Bain & Company ouviu 1.067 executivos do mundo todo, incluindo Brasil e México, para saber quais as maiores preocupações atuais dos gestores e oferecer sugestões de ação de acordo com as dificuldades.

No Brasil, em especial, o dado apurado pelo estudo ajuda a constituir um cenário desafiador para as marcas. Por conta da crise, muitos consumidores, principalmente na classe C, estão desacelerando seus gastos, tendendo a dar preferência ao preço do que ao nome nas etiquetas. “Em épocas de consumo mais retraído, ‘provocar’ o cliente passa a ser mais importante”, comenta Alfredo Pinto, sócio da Bain & Company. O especialista ainda reitera que, mesmo com o período turbulento, a estratégia deve ser sempre focada em crescimento. “Deve-se sempre pensar: estou maximizando as vendas ao máximo? O que mais posso fazer? Crescer precisa ser prioridade”, afirma.

Dilma recebe estudo reduzindo dez ministérios

Por ILIMAR FRANCO
De O Globo

A presidente Dilma deve receber amanhã um estudo para acabar com 10 ministérios. Um integrante do governo, que é petista, revela que uma dessas sugestões dá mais poder à Casa Civil, que assumiria a Secretaria de Relações Institucionais. Pelo menos essa proposta é polêmica, porque fortalecer o ministro Aloizio Mercadante implica demitir o vice Michel Temer da coordenação política.

MINISTÉRIOS TEMÁTICOS NA MIRA

A Casa Civil fazia a coordenação política e administrativa no início do primeiro governo Lula. Isso mudou quando o poderoso José Dirceu foi abatido no mensalão. Mas essa mudança, depois da recente conversa entra a presidente Dilma e seu vice, Michel Temer, virou manobra arriscada. O estudo prevê tirar status de ministério das pastas: Pesca, Portos, Aviação Civil, Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial, Micro/Pequena Empresa e Assuntos Estratégicos. Além disso, perderiam o status o Gabinete de Segurança Institucional e o BC. O estudo é visto com ceticismo. Teria o aval da opinião pública, mas geraria conflitos na base.

Jucepe fará estudo econômico em Caruaru

Visando ter um raio-x econômico das empresas constituídas em Caruaru que o Núcleo Regional da Jucepe fará um levantamento relacionando as atividades econômicas mais praticadas na cidade e a divisão numérica dessas empresas. Em Caruaru são abertas mais de trezentas empresas por mês, sendo o maior número do interior do estado.

Segundo o Chefe do Núcleo Regional da Jucepe em Caruaru, Raffiê Dellon, o levantamento ajudará a ter um mapa econômico do município: “Será mais uma ação onde comprova que a Junta Comercial não tem apenas um papel cartorial. Esse raio-x econômico nos dará uma ótica bastante abrangente sobre as atividades econômicas desempenhas em nosso município, a vocação econômica de Caruaru é uma temática de grande evidência”. Comentou Raffiê.

Ajuda a terceiros deixa 15 milhões de consumidores inadimplentes

Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz traçou o perfil de consumidores que ficaram inadimplentes por terem emprestado seu nome para outras pessoas comprarem produtos e serviços ou tomar empréstimos. Segundo a pesquisa, 15 milhões de consumidores ficaram ou ainda estão com o nome sujo por essa razão, principalmente por emprestar o cartão de crédito (74%) e o cartão de loja (64%). O processo de quitação da dívida feita por terceiros é longo: 53% dos atuais inadimplentes estão nessa situação há mais de três anos.

De acordo com os dados, menos da metade dos entrevistados (39%) sabia o valor da compra ou empréstimo feito por outros em seu nome, e o seu valor médio chega a quase quatro mil reais, sendo que quase 5 parcelas deixaram de ser pagas. No momento que descobriram estar com o nome sujo, quatro em cada dez consumidores (38%) disseram não ter tomado nenhuma atitude – número que aumenta para 56% entre quem ainda está inadimplente.

“O consumidor que ficou inadimplente acha que a dívida não é dele, e muitas vezes adia ou renega o pagamento”, diz Roque Pellizzaro, presidente do SPC Brasil. “Mas, ainda que ele não tenha de fato contraído a dívida, tem responsabilidade em ter emprestado o nome e a única maneira de sair dessa situação pode ser ele mesmo pagando o valor”, explica.

Estudo faz avaliação ruim de Dilma entre líderes

Apesar de a situação macroeconômica brasileira não ser nada animadora, as perspectivas de mudança em 2015 não trazem nenhum alívio, segundo aponta um estudo da consultoria britânica Trusted Sources, especializada em mercados emergentes.

Em um ranking sobre o ímpeto reformista de sete líderes de países emergentes, a presidente Dilma Rousseff aparece em quinto lugar, melhor apenas do que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e do que o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

A consultoria atribuiu nota para os chefes de governo, variando de +2 a -2, e vai atualizar essas avaliações a cada dois meses. Nessa primeira etapa, Dilma obteve nota -1,5. “A presidente reeleita precisa se comprometer com uma reformulação das políticas econômicas, em meio a crescentes problemas econômicos e um grande escândalo de corrupção”, diz a Trusted Sources, se referindo às denúncias envolvendo a Petrobras.

O capítulo sobre o Brasil, intitulado “A verdadeira Dilma poderia por favor se levantar?”, afirma que as políticas econômicas heterodoxas da presidente, juntamente com condições externas adversas, levaram o País para a recessão. A mensagem da candidata durante a campanha presidencial foi clara: as políticas ortodoxas da oposição resultariam em aumento do desemprego e colocariam em risco as conquistas sociais dos governos do PT. “Porém, pouco após a eleição, ela começou a indicar que poderia abandonar seu modelo ‘Dilmanomics’ e adotar um caminho mais ortodoxo”, afirma o texto, assinado pela pesquisadora Elizabeth Johnson.

87% dos brasileiros pretendem presentear neste Natal, revela estudo do SPC Brasil

Uma pesquisa nacional encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela um cenário positivo para o comércio varejista: neste ano, mais brasileiros devem ir às compras e gastar mais com os presentes de Natal em relação ao ano passado. De acordo com o levantamento, 87% dos consumidores entrevistados têm a intenção de comprar pelo menos um presente este ano, o que representa um aumento de 20 pontos percentuais na comparação com 2013 (67%). Apenas 3% disseram que não vão comprar nada para dar de presente e outros 10% ainda estão na dúvida ou não souberam responder. Além disso, o valor médio gasto com cada presente deve saltar de R$ 86,59 no Natal passado para R$122,40 em 2014, o que significa um aumento real superior a 30%.

O estudo do SPC Brasil constata ainda que, em média, cada consumidor deverá comprar quatro presentes neste fim de ano – mesma quantidade observada no Natal de 2013. Apesar de demonstrarem a intenção de adquirir o mesmo número de presentes que no ano passado e o ticket médio ser superior para este ano, parcela significativa dos entrevistados afirma querer gastar menos com os presentes de Natal. Se em 2013 o percentual dos que queriam diminuir os gastos com os presentes era de 13%, em 2014, eles passam a corresponder a 33% dos entrevistados. Outros 40% pretendem gastar a mesma quantia que no ano passado e apenas 27% dos consumidores ouvidos estão dispostos a desembolsar mais neste ano do que no Natal de 2013.

“Esses números podem indicar que os entrevistados estão receosos com as despesas de Natal, em virtude da queda da confiança do consumidor, que é consequência direta da piora na geração de empregos, do menor crescimento dos rendimentos dos trabalhadores, além da atividade econômica mais fraca. O consumidor quer presentear, mas sabe que o momento é de cautela e os gastos devem ser mais bem pensados”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Entre aqueles que pretendem gastar mais neste fim de ano do que em 2013, sobressai a intenção de dar um presente melhor ou mais presentes (29%) – sobretudo entre as mulheres (34%) e entrevistados de 18 a 24 anos (45%). Outros motivos citados foram o aumento da renda  (20%) e o recebimento do 13º salário (16%). Já entre os que querem diminuir as despesas com presentes de Natal, 35% alegaram estar endividados, 18% disseram estar desempregados e 17% pretendem economizar para outras finalidades.

Preços mais elevados

Mais da metade dos entrevistados (51%) relata a impressão de que os preços estão mais caros este ano. Entre aqueles que consideram ter havido alta de preços em relação ao ano passado, a sensação de inflação elevada é o principal motivo apontado pelos entrevistados (70%). Essa percepção é ainda mais disseminada entre os consumidores das classes C, D e E (78%).

Para seis em cada dez (63%) consumidores, o preço é o fator determinante no momento de escolher o local onde os presentes serão comprados. A localização (36%), as promoções (36%), a diversidade de produtos (33%) e a segurança do local (22%) também influenciam na decisão sobre o estabelecimento. A maioria (86%) dos consumidores revela disposição para pesquisar melhores condições de pagamento e valores mais em conta.

Quatro em cada dez (45%) entrevistados disseram que planejam fazer algum bico ou trabalho extra para comprar presentes de Natal. Ainda assim, mais da metade dos entrevistados (59%) afirmaram à pesquisa que sua vida financeira melhorou nos últimos 12 meses, principalmente por conta do aumento da renda ou porque se sentem mais seguros no emprego atual.

“Mesmo diante de um cenário mais adverso para o comércio varejista, os dados comprovam que o Natal exerce uma forte influência no estímulo ao consumo, principalmente pelo significado que a data representa nas relações sociais e emocionais dos brasileiros”, explica a economista Marcela Kawauti.

De acordo com o levantamento, razões culturais e de ordem subjetiva despontam entre os argumentos que justificam a vontade de celebrar o Natal com presentes. O prazer em presentear é citado por 67% dos entrevistados e a importância dada ao hábito de trocar presentes, por outros 66%. Dentre as mulheres, destaque para as que presenteiam porque gostam do presenteado (73%), ao passo que a força do hábito (77%) é a resposta mais citada pelos homens. Além disso, mais da metade dos entrevistados (56%) afirma a intenção de participar de “amigo secreto/oculto”.

Lista de presentes e perfil do presenteado

A lista de preferência dos consumidores considerando os itens a serem comprados traz as roupas na primeira posição, com 77%, seguidas dos calçados (50%) e perfumes/cosméticos(45%). Na comparação entre 2013 e 2014, percebe-se o crescimento do interesse em produtos como calçados (de 38% para 50%), perfumes e outros cosméticos (de 33% para 45%) e smartphones (de 12% para 20%). Há uma predominância maior de mulheres que presenteiam calçados (55%) e de homens que presenteiam smarthphones (24%). Quem decide presentear alguém leva em conta, principalmente, o perfil do presenteado (47%), o desejo de quem ganha (20%) e o preço do presente (11%).

A pesquisa identificou que as mães aparecem em primeiro lugar na relação dos mais presenteados (56%), seguidos pelos filhos/filhas (53%), cônjuges (52%), pai (36%), amigos (22%) e namorados/namoradas (20%).

Forma de pagamento e local da compra

As formas de pagamento mais utilizadas nas lojas brasileiras, segundo os entrevistados, serão o dinheiro (50%), o cartão de crédito parcelado (27%) e o cartão de crédito à vista (10%). Para quem vai parcelar os presentes, a média é de cinco prestações por compra. Houve um crescimento significativo de consumidores que pretendem parcelas as compras no cartão. No Natal do ano passado o percentual era de 16% e subiu para 27% neste ano.

Já os locais preferidos para as compras devem ser os shopping centers (62%), seguidos pelas lojas virtuais (40%) e pelas lojas de rua (39%). De todos os presentes que serão vendidos no Natal deste ano, cerca de 20% serão provenientes da internet. “A preferência pelos shoppings deve-se à facilidade de estacionamento e à segurança que estes locais oferecem.

Além disso, esses estabelecimentos concentram uma grande variedade de lojas em um único lugar. Já a significativa presença das vendas online deve-se muito à praticidade da rede, que acaba atraindo o interesse das pessoas. Mas é preciso ter cuidado. O ideal é fazer os pedidos com alguma antecedência para que os presentes cheguem a tempo das festas. O atraso na entrega de encomendas é um problema que os consumidores costumam enfrentar nesta época do ano”, alerta Marcela Kawauti.

Metodologia

O SPC Brasil entrevistou 624 consumidores de ambos os sexos e de todas as idades e classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de no máximo 3,7 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. Isso significa que em 100 levantamentos com a mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões.

O objetivo da pesquisa foi avaliar a intenção de compras no Natal de 2014, mapeando as preferencias e percepções dos consumidores em relação aos produtos, preços, forma de pagamentos e locais de compra.