Ciro: Lula se queimou, FHC é traidor e Temer golpista

O ex-ministro Ciro Gomes, possível candidato a presidente em 2018 pelo PDT, afirmou que o PT não está morto, mas “quem está em final de ciclo é o Lula”. Disse que o ex-presidente “brincou de Deus e se queimou”.

Foi após pergunta que citava a possibilidade de Ciro ser apoiado pelo PT em 2018, segundo lideranças do partido, que apontaram porém problemas como sua troca constante de legenda –sete, até o moment o – e o risco de não ter o apoio do próprio PDT.

Durante entrevista pública no Festival Piaui GloboNews de Jornalismo, ele comentou ainda, sobre o presidente do PDT, Carlos Luppi, que “é um amigo”.

Além de Lula, Ciro criticou outros eventuais presidenciáveis como o senador Aécio Neves, o governador Geraldo Alckmin, o ministro José Serra e a ex-ministra Marina Silva.

Chamou o presidente Michel Temer de “golpista salafrário” e voltou a criticar Lula, porque “botou um canalha de vice da Dilma, um picareta”, referências a Temer.

Questionou também o candidato a prefeito do Rio e principal liderança do PSOL, Marcelo Freixo, pelo que chamou de “estreiteza moralista”.

Por fim, chamou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de, entre outras qualificações, “um traidor do Brasil”. (Folha de S.Paulo)

Temer admite que rótulo de golpista contra ele pegou

Michel Temer reconheceu que o rótulo de “golpista” contra ele e os apoiadores do impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff “foi muito bem sucedido”. Apesar disso, ele destacou que a expressão é de natureza politica e não jurídica, além de não ter apoio no texto constitucional.

“A pergunta mais do que razoável é quais são os golpistas? Os representantes do povo que numericamente, expressivamente decretaram o impedimento, sob a presidência do presidente do Supremo Tribunal Federal? Serão todos golpistas no sentido jurídico?”, questionou temer durante uma entrevista à imprensa internacional durante viagem à China, onde está participando de uma reunião de cúpula do G20.

Temer defendeu um golpe é caracterizado pela destruição das normas e do sistema constitucional, que não ocorreu com o afastamento de Dilma Rousseff. Ele afirmou que a Constituiçao, em se artigo 79, deixa claro que o vice-presidente substituirá o presidente em casos de ausência ou impedimento e que o Congresso Nacional é o responsável por acatar eventuais pedidos de impeachment.

Apesar da defesa constitucional, Temer reconheceu que a pecha de golpista imposta pelos opositores ao seu governo funcionou. “Temos o hábito de apadrinhar certos rótulos e este é um rótulo, digamos assim, muito bem sucedido, mas contrário ao texto Constitucional. Na verdade, dá-se golpe quando você tem uma ruptura constitucional”. Justificou.

Golpista, PSDB deve parar de mentir sobre PT e Governo, diz Humberto

Em resposta aos “ataques à normalidade democrática desferidos pelo candidato derrotado nas eleições Aécio Neves, presidente do PSDB, e o pequeno grupo de parlamentares que ainda o segue”, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), leu, no começo da noite desta terça-feira (7), no plenário da Casa, nota da bancada do partido. 
 
A avaliação de Humberto e dos 12 senadores do PT é de que os tucanos querem aplicar um golpe sobre a presidenta democraticamente eleita pelo povo brasileiro, Dilma Rousseff, mas que não irão conseguir porque o “Estado Democrático de Direito não admite o uso cínico, hipócrita e oportunista da moral de ocasião”. O senador Aécio, que estava no plenário durante a leitura da nota do PT, subiu à tribuna para tentar defender seus atos.
 
“A bancada do PT no Senado considera que o PSDB deveria parar de falar mentiras contra o PT e o Governo. E começar a falar verdades sobre si”, afirmou Humberto. Segundo ele, querer criminalizar o partido e o Governo Federal no Tribunal de Contas da União (TCU) por ações contábeis normais que também foram feitas em administrações tucanas é, sim, um golpe.   
 
“Se o PSDB quer criminalizar doações legais e transparentes de campanhas feitas ao PT, quando se sabe que aquele partido oposicionista recebeu, em valores maiores, doações feitas pelas mesmas empresas, isso é golpe, sim”, disse. 
 
Para o senador, o Estado Democrático de Direito não admite a utilização despudorada dos “dois pesos e duas medidas”, como aconteceu no caso do mensalão do PSDB, em que nenhum envolvido até hoje foi punido pela Justiça. 
 
“O PT nunca classificou a imprescindível luta contra a corrupção como golpe. Até mesmo porque foi o PT, e não o PSDB, que criou as condições políticas, jurídicas e administrativas para que a Polícia Federal, o Ministério Público, o TCU e a Controladoria-Geral da União (CGU) pudessem atuar com desembaraço no combate aos desvios”, declarou.
 
Humberto ressaltou ainda que foi o PT, e não o PSDB, que deu transparência à administração pública no Brasil, com a criação do Portal da Transparência e com a sanção da Lei de Acesso à Informação. Segundo ele, os tucanos parecem desconhecer que o país não está mais nos tempos prevaricadores do “engavetador-geral”, quando até mesmo votos em emendas constitucionais podiam ser comprados com a certeza da impunidade.
 
“O presidente do PSDB também desconhece que o Brasil não é mais uma ‘república de bananas’, que dá ensejo a golpes com base em pretextos jurídicos canhestros e no ressentimento dos derrotados nas urnas”, disparou. 
 
O líder do PT acredita que Aécio Neves parece estar cada vez mais inspirado pelo espírito golpista da UDN de Carlos Lacerda e deveria parar de falar mentiras contra o PT e o Governo. “O presidente do PSDB deveria se inspirar mais na figura democrática e visceralmente antigolpista de seu avô, Tancredo Neves”, registrou. 
 
No fim do discurso, Humberto lembrou que Aécio teve razão em um ponto numa fala de hoje: em ato falho significativo, que talvez Freud explique, afirmou que “o PSDB é o maior partido de oposição ao (e não “do”) Brasil”. “Por sua busca frenética no quanto pior melhor, na ingovernabilidade e no golpismo, disse uma grande verdade sobre o seu partido. Aí sim, Aécio tem razão”, finalizou o líder do PT.