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Governo Temer/PSDB destruiria programas sociais, alerta Humberto
O líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), declarou nesta terça-feira (29) que um eventual governo de Michel Temer (PMDB), em parceria com a oposição, especialmente o PSDB – caso a presidenta Dilma Rousseff (PT) seja destituída por um golpe – destruiria todas as políticas públicas implantadas ao longo da última década.
Para o senador, programas como o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família e o Brasil sem Miséria – que salvaram mais de 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza, elevaram mais de 42 milhões à classe média, tiraram o Brasil do mapa da fome e deram a milhões de brasileiros a oportunidade de ter uma casa própria – serão desmantelados por um “acordão” para tirar o PT do poder e aplicar ao Brasil um programa neoliberal que porá em risco todas as conquistas alcançadas.
“O documento intitulado ‘Uma ponte para o futuro’ – que o vice-presidente Michel Temer toma como programa de um governo que sonha comandar… e vai continuar sonhando – é um negócio que parece obra da vilania do PSDB, se é que já não tem tinta dos tucanos nesse petardo contra a população”, afirmou. Humberto analisou o plano, ponto a ponto, e chegou à conclusão que vários pilares das políticas instituídas na última década poderão ser derrubados e milhões de brasileiros, prejudicados.
De acordo com o líder do Governo, o documento acaba com a sustentação da política industrial brasileira, o que levaria ao fechamento em massa de indústrias no país; destrói o financiamento habitacional de programas como o Minha Casa, Minha Vida, que deu a milhões de brasileiros o direito de ter um imóvel próprio e reduziu o déficit habitacional do Brasil em mais de 10%; e produz um desemprego devastador na indústria da construção civil.
Além disso, segundo Humberto, o plano privatiza o ensino médio, esvaziando as escolas públicas em favor das instituições privadas; desmantela o Pronatec, que já profissionalizou mais de 9 milhões de jovens em todo o país; limita as concessões de empréstimos estudantis pelo FIES, deixando milhões de jovens sem acesso às universidades; e propõe que o SUS, o Sistema Único de Saúde, passe a ser pago pelos brasileiros.
“Para encerrar aqui esse saco de maldades que os golpistas estão ávidos para implantar no Brasil – esse documento quer ainda reduzir o número de pessoas inscritas em programas sociais fundamentais, como o Bolsa Família, cortando os benefícios hoje destinados a garantir o sustento de milhões de brasileiros”, acusou Humberto.
O congressista avalia que, em suma, o “Ponte para o Futuro” é, na verdade, o “De Volta para o Passado”, obra de terror para que o Brasil seja devolvido à década de 90. “Felizmente, não será adotado. Ficará como uma peça menor para o acervo do Museu do Golpe que Não Houve, uma instituição com muitos patronos e curadores frustrados”, criticou.
O líder do Governo fez questão de chamar a atenção de que todas essas “tenebrosas transações, que passam ainda por salvar Eduardo Cunha e tentar enterrar a Operação Lava Jato, vêm sendo arquitetadas à revelia do povo brasileiro”.
“A população jamais seria chamada a participar dessa festa porque esse golpe é um convescote que vem sendo armado apenas para a confraternização do andar de cima”, comentou.
No fim do discurso, na tribuna do Senado, Humberto declarou que o Palácio do Planalto deve ser ocupado por quem tem voto e entrou lá pela porta da frente, como no caso de Dilma, e não onde se põe um boneco para ser operado remotamente por ventríloquos interesseiros. “A faixa presidencial é algo sério demais para servir de adorno ao peito de golpistas”, concluiu.