Artigo: CBF, uma instituição defasada, vergonha do povo brasileiro

Por Hérlon Cavalcanti

Futebol uma paixão nacional um amor que se torna eterno através dos clubes que escolhemos e da nossa seleção. Já dizia o nosso jornalista, escritor e dramaturgo  Recifense Nelson Rodrigues “o Brasil é a pátria de chuteiras”, de fato, aqui o povo vibra, sente, se emociona, lamenta, chora e sonha com tudo que acontece dentro e fora do campo.

A Copa do mundo no Brasil em 2014, um grande exemplo disso, sucesso de público, organização, alegria do nosso povo e uma infinidade de problemas que vão desde os gastos que ultrapassaram a 33 bilhões de reais com construção e reformas de estádios até os problemas de ordem estruturadora do nosso futebol, seus organizadores, cartolas e dirigentes futebolísticos são verdadeiros “morcegos” mercenários.

O movimento Bom Senso Futebol Clube, formado por jogadores entregou a presidente do Brasil Dilma Rousseff um relatório apontando vários problemas de ordem emergencial, ela se comprometeu em fazer de fato uma ampla reforma. Espero que não fique só no discurso ou nas promessas de campanha politica.

Nessa direção do tempo, a CBF(Confederação Brasileira de Futebol) órgão responsável pela organização do nosso futebol tornou-se uma instituição mafiosa, lucrativa, falida sem princípios éticos e morais e com uma postura capitalista visando lucros, benefícios e beneficiados  e muita politicagem rasteira com quase todos os seus dirigentes, associados, patrocinadores e organizadores.

A data de 08 de julho de 2014 ficou marcada pra sempre no coração de todos os brasileiros. Durante 100 anos de Copa do Mundo, a seleção Brasileira penta campeã mundial, nunca tinha perdido com um placar tão elástico, 7×1 para a toda poderosa Alemanha. O que aconteceu em campo é reflexo da desorganização futebolística Brasileira durante décadas de existência. Foi a CBF que deu o comando da seleção a uma comissão formada por Felipão, Parreira e cia, um grupo de pessoas viciadas no poder  com a finalidade de retribuir aos dirigentes ,lucros, benefícios e bajulagens em todas as esferas.

Felipão é um ultrapassado no campo da renovação, como herança deixou o time do Palmeiras na segunda divisão do campeonato Brasileiro da serie A, além de todos os problemas extra-campo, é gente arrogante, preconceituoso, cabeça dura e fora do prumo, escalou mal nosso time e ainda disse na coletiva de imprensa após o jogo, que fez o melhor para o país.

Nossos jogadores, não podem e essa geração não tem culpa nenhuma desse desastre, o esquema tático a que obedeceram foi presa fácil para uma seleção derrotada. Todos nós sabíamos que a seleção da Alemanha era forte, mais não tivemos nenhum poder de reação, apontar erros nesse momento é fácil, agora esquecer essa vergonha mundial vai ser tarefa quase impossível.

O que fica de fato de aprendizado com essa derrota? O que precisamos fazer para não repetir esse vexame? O que de fato é preciso acontecer daqui pra frente? Tantas perguntas ainda precisam ser feitas em um universo de respostas que ao longo do tempo, vão ficar soltas no ar, procurando culpados e soluções.

Mais vamos lá, vou tentar de forma prática e objetiva apontar alguns caminhos que apontem uma direção rumo ao futuro. Depois da derrota para Alemanha muita coisa começa a ganhar fôlego, muitas criticas vindas de todos os lados, porém observando alguns analistas esportivos do nosso país, fui construindo esse texto que tem por objetivo abrir um debate no campo das ideias e das proposituras futuras.

Pra começar é preciso fazer uma revolução em todos os sentidos. É preciso investir na base do nosso futebol, é preciso questionar esse modelo de gestão que a CBF conduz, uma vergonha nacional a céu aberto.

O todo poderoso e mafioso José Maria Marin que já pegou o comando da instituição depois da renuncia de desvio de verbas do “rei da mafiagem” Ricardo Teixeira elegeu para presidente da CBF seu sucessor Marco Polo Del Nero para gestão 2015 a 2019 com o apoio das federações, cartolas, empresários de jogadores e dos dirigentes de clubes Brasileiros que participam apenas em um grande jogo de interesses pessoais. Marin será um dos vices presidentes ao lado de Fernando Sarney filho do ex-presidente da república José Sarney, pense num time de “primeira”.

O Brasil precisa começar do zero, e pensar seu modelo de gestão futura, o futebol não é só a serie A e sua mídia com seu poder de compra na exibição dos campeonatos em horários nobres que ditam as regras dos jogos para os canais abertos ou fechados, é preciso fortalecer as series B,C, D  e dos campeonatos regionais do nosso país, melhorar os estádios, valorização da prata da casa, trazer uma politica clara focada na valorização dos nossos garotos lá na base, nossos futuros craques.

Valorizar e incentivar cursos específicos de novos técnicos de futebol com outros olhares e posturas. O nosso futebol está perdendo o brilho e o encanto, a prova real dessa situação é o fato de não termos nenhum time Brasileiro nas quartas de finais da Taça Libertadores das Américas nesse ano.

Precisamos aprender com a própria seleção da Alemanha que na derrota para o Brasil na COPA em 2002, observou que tudo tinha que mudar de fato. Por lá começou um grande movimento na organização e na troca dos comandantes e da comissão técnica, sangue novo no comando com moral para puder colocar seu modelo de gestão, sem politicagem, novas ideias e muita clareza do que se queria chegar.

Foi extinto o monopólio das grandes empresas de comunicação. Financiamentos para os clubes de futebol de todas as series com critérios e metas a ser cumprida, foi concebidos incentivos aos torcedores, alteração nos horários e espetáculos de futebol, reformas emergenciais em todos os estádios com a participação ativa nas decisões com a população.

O resultado foi ganhando fôlego e aos poucos tudo foi se modificando. Hoje os campeonatos da Alemanha em todas as series são super-valorizados com grandes números de torcedores em todos os jogos, uma paixão nacional que se tornou exemplo para o mundo em um novo modelo de gerência e organização dentro e fora dos estádios de futebol.

Que venha um tempo em que lutaremos com garra, força e perseverança e que os resultados sejam os melhores  vencendo ou perdendo que faz parte do jogo e que possamos ter daqui pra frente posturas e coragem pra reagir e lutar.

Chega CBF é tempo de renovação.

Hérlon Cavalcanti é Jornalista.

Opinião: A morte do país de Caruaru

Durante o fato acontecido da derrubada do Relógio, fiquei pesquisando o que foi circulando nas diversas falas tais como: Dr. Emanuel Leite, os memoristas da cidade, os historiadores, os analistas políticos, os jornalistas, os que foram se colocando contra ou a favor, os órgãos responsáveis pelo poder público municipal, e por ai fui.

Confesso que fazer uma análise dos discursos nesse momento é tarefa quase impossível. São muitas arbitrariedades, falta de respeito com o cidadão de 73 anos, que foi empurrado, detido e humilhado. São muitas versões, defesas e ataques. Quero afirmar que respeito todas as falas e opiniões, porém não concordo com muitas versões e por isso trago a minha.

Mundialmente a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) é o órgão responsável pela definição e regras de proteção e patrimônio. No Brasil existe o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), atuando na proteção e preservação cultural. Duas entidades que poderiam ter sido consultadas nesse caso.

Vale aqui trazer uma definição da palavra Patrimônio “Patrimônio Histórico pode ser definido como um bem material, natural ou imóvel que possui significado e importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética para a sociedade, tudo que tem um vinculo afetivo, histórico é considerado patrimônio”.  Será que o nosso relógio não é contemplado nessa definição?

A “estória” que o poder público, tenta, passar para sociedade é que o relógio era feio, velho, que não correspondia aos padrões de renovação ou modernidade; que ele causava poluição visual; que o relógio era um equipamento publicitário, utilizando o espaço público no privado; que a requalificação do espaço precisa se adaptar ao novo conceito mundial.

Essas respostas estão sem critério e sem musculatura nenhuma a meu ver, até porque em nossa cidade, alguns, espaços públicos são utilizados para o privado, basta apenas citar os estacionamentos da feira de artesanato, da sulanca, do parque 18 de maio, da Rua 15 de novembro, o espaço da estação ferroviária, as campanhas em período natalino quando as empresas “adotam um poste” e colocam suas marcas, além da propaganda na ponte ‘Irmã Gerônima’, entre tantas outras, e aqui nada contra as marcas, as empresas e seus empresários, estamos refletindo Espaços Públicos!

O relógio da Rua da Matriz, ponto tradicional da cidade, existia desde 1969. O relógio não era apenas uma máquina e sim um monumento que marcava o tempo, um equipamento para além do simples ato de saber da hora. Significava ponto de referência, orientando e marcando o tempo e seus desafios. A concepção de melhor aproveitar aquele espaço e que com o relógio precisava de outros olhares, concordo plenamente. O próprio Dr. Emanuel Leite já estava convencido disso. Mas, a forma que foi “PENSADA” e “EXECUTADA” a demolição fere, agride, humilha e nos desafia o sentimento de indignação humana e política.

Em Caruaru o desrespeito com a memória e a política de demolir os bens públicos vem se apresentando como uma prática “normal”! Na década de 1960 foi demolido o Museu de Arte Popular para se fazer o prédio da Prefeitura, na mesma época a derrubada da Igreja de Nossa Senhora das Dores(Igreja da Matriz), construída em 1848, no mesmo tempo foi retirado o espaço de convivência do jardim Siqueira Campos. Para os mais saudosistas o 1° grupo escolar Joaquim Nabuco de 1895 que funcionava na Rua Sergio Loreto(Praça do Rosário) também foi demolido,  depois veio abaixo o Curtume Souza Irmãos na Rua Preta, A Casa dos Maquinistas, onde hoje funciona um posto de gasolina. Depois veio ao chão a casa que nasceu os Condés, na Rua da Matriz, dando espaço a uma farmácia; o antigo mercado de carne perdeu a sua referência; em 1993 o pavilhão Central da Caruá foi demolido; entre tantos outros espaços.

Recentemente assistimos o trator da tirania e da demolição passar em nossa frente com a retirada do Muro da Estação Ferroviária, depois em 2011 a derrubada da Vila do Forró, a derrubada da mansão onde funcionou a Prefeitura, a Faculdade de Direito de Caruaru e a Clínica Psiquiátrica de Dr. Veloso, dando espaço para um estacionamento privado para uma rede de supermercado. E agora na calada da noite a derrubada do Relógio na Rua da Matriz.

Assim, fico a me perguntar, cadê a participação popular nessas discussões? Cadê o poder legislativo que não propõe abrir o debate na elaboração das leis ou chamar para audiência pública sobre preservação e patrimônio? Cadê os representantes dos clubes sociais como: Rotary, Lions entre outras entidades que não são ouvidas e não se posicionam? Temos em Caruaru entidades e pessoas responsáveis que precisam ser ouvidas, tais como; Instituto Histórico, ACACCIL, Sindicatos e associações que merecem participar do processo de construção, preservação, e não se procura ninguém? Algo está fora de prumo não é!

Lembro-me que na construção do Shopping Difusora no começo dos anos 2000, existia a idéia de derrubar o prédio. Ai entre em campo a força tarefa dos artistas em manter viva a história da primeira rádio AM em Caruaru. Depois de muito debate e participação popular, foi determinado pelo proprietário da área Luciano da AVIL, que faria a construção do shopping, mas preservaria o espaço, uma realidade entre o novo e a tradição, convivendo lado a lado sem perder a estética, a beleza e a cultura.

Ainda temos alguns espaços e prédios para se preservar e que merece toda atenção tais como; o prédio do Hospital São Sebastião, o prédio da FAFICA, da ASCES, algumas casas históricas na Rua da Matriz e na Rua 15 de Novembro, o prédio do Convento dos Capuchinhos, algumas fachadas de casas com arquiteturas européias históricas que ainda permanecem de pé vigiando o tempo e seus desafios.  Se for antigo porque não tem mais valor ou porque é velho, será que é preciso derrubar esses prédios? Ou preservar e adaptar as novas formas de instalações e conceitos?

Outra contradição da atual gestão, no que se diz respeito à derrubada e a não preservação do nosso patrimônio, foi na reinauguração da Praça do Rosário. A prefeitura deixou uma ‘Bomba de gasolina’, simbolizando que naquele lugar funcionou um posto! Sim um posto de gasolina? E ai será que o nosso relógio na Rua da Matriz, não merecia ser retirado e ter sido levado para outro espaço de melhor convivência? Essa não seria uma das tantas alternativas e talvez mais viável?

Eita! Ainda há quem pense que o “País de Caruaru”, como bem disse o escritor Nelson Barbalho, está se transformando em vila, depois lugarejo e no final, rodeados de casas.

E só para trazer mais uma reflexão, na Europa se preserva o passado em todos os aspectos, é política real. Até os cemitérios por lá são motivos de visitação e espaços turísticos. Aqui não se respeita os vivos quem dirá os mortos.

 

Hérlon Cavalcanti é jornalista e escritor.

Hérlon Cavalcanti se desfilia do PT

Segue abaixo a carta de desfiliação do secretário de comunicação do PT, Hérlon Cavalcanti.

A triste realidade de uma estrela que se apaga..

É com muita tristeza e pesar que trago ao público nesta data, uma das decisões mais difíceis de toda a minha vida, a desfiliação do PT em todas as suas instâncias partidárias. Partido que em 1989 me apaixonei e fui aos poucos, com meus sonhos de jovem, militando e alimentando desejos atrelados a grandes utopias na direção de uma sociedade que gritava, gemia e desejava um Brasil com nova cara e forma de fazer política.

Foi assim que, aos poucos, fui entendendo o meu papel nesse cenário e o PT daquela época foi essa escola que me abriu as portas do destino em busca de novos vôos. Lembro-me que nos primeiros encontros com alguns companheiros, foi passada uma relação de três livros para que eu fizesse algumas leituras; “O desafio Educacional do Professor Florestan Fernandes, História Econômica do Brasil do professor e comunista do PCB Caio Prado Júnior e o livro Sociologia Crítica alternativas de Mudanças do Professor Pedrinho Guareschi”. Durante três meses mergulhei no estudo dessas obras e, aos poucos, fui entendendo que país é esse? Logo em seguida, fui convidado para discutir sobre aquelas leituras, um momento marcante da minha juventude, minha formação política, Marxista e socialista, nascia ali.

O tempo foi passando e em cada campanha política um desafio para conquistar. Sempre dei o melhor de mim e não me arrependo. Conseguimos avançar e aos poucos foram surgindo os primeiros parlamentares eleitos pelo PT em todo país. Vivíamos em uma sociedade aprisionada por falsos discursos e moralistas, práticas distorcidas. Apesar desse contexto tivemos as primeiras vitórias

Sei também que não posso negar, jamais, os avanços em muitos setores da sociedade que o PT alcançou durante esses 12 anos a frente do governo Federal, mas, também, não posso negar o fato de que a população na investida de melhorar o poder aquisitivo vem cada vez mais se endividando; os bancos privados e públicos batendo recordes de lucros e o governo que acaba sucateando e privatizando o patrimônio público com gastos e despesas exuberante com metas precárias e planejamento estratégico produtivista, mas a favor de quem e o PIB ficando cada vez menor.

O que de fato me levou a tomar a decisão de sair do Partido dos Trabalhadores e das trabalhadoras? Maturei, pensei muito, conversei, pedi conselhos, reuni o nosso movimento ‘Semeando Estrelas’, escutei as vozes das ruas, voltei a ler os livros citados lá atrás. Nesse contexto, cheguei as tantas reflexões e indagações que me fez encarar, de frente, que eu não caberia nesse espaço/lugar. Abaixo socializo em pontos algumas dessas indignações partidárias:

1° ponto:

A maldita “Governabilidade” em busca de novos aliados levou o PT Nacional a esquecer as suas bandeiras de lutas, nomes como: José Sarney, Fernando Collor de Melo, Romeu Tuma Júnior, Renan Calheiros, Paulo Maluf, Marcos Valério, figuras tarimbadas na política, direitistas de carteirinhas, subiram nos palanques eleitorais e se apresentavam no grupo de “aliados” na febre do “Lulismo” que se espalhou em todo Brasil. Maus exemplos, contaminando os estados e os municípios por onde o PT governava ou era aliado, uma varredura e falta de coerência, ética e compromisso social, substituído pela busca de lucros e poder. O resultado disso, governos fascistas, desfiliações em massa, mortes de alguns militantes e o escândalo do mensalão.

2° ponto:
O PT esqueceu as suas bandeiras de lutas com os trabalhadores/trabalhadoras e fortaleceu a distância entre a prática e a teoria. Uma leitura que se apresenta notória nos exemplos e questionamentos que são feitos sobre o que é ser de esquerda ao invés de estar na luta se refugiar em gabinetes e dizer que senta em mesas de negociação que faz comunicados e apresenta crescimento em nome do achatamento da dignidade do ser humano trabalhador, colocando a camada popular na lógica do consumo e não do direito. Gestões que oferecem serviços que custam caro a uma ética e identidade política eleitoral, partidária e social. Pergunto-me, isso não tem cheiro de uma lógica capitalista e neoliberal?

3° ponto:

A falta de diálogo de muitos dirigentes com os/as filiados/filiadas, promovendo mais um afastamento das suas bases com os sindicatos, associações de bairros, ou quando se aproxima é no viés da domesticação e arrebatamento em meros tempos de processo eleitoral; a falta de formação política em seus diretórios, a entrada maciça de milhares de “filiados/filiadas” no estrelismos midiático, levou a falência do socialismo de verdade. Imaginemos o tamanho do que essa situação demandou as esperanças de um horizonte político diferente.

4° ponto:

O clientelismo e a busca insensata por cargos fizeram o PT se igualar, perante a sociedade, como um partido qualquer, um partido ‘partido em pedaços’ e em nome da governabilidade tudo. Parece até grito de torcida organizada e não palavras de ordem que me remetem a bons tempos de lutas sociais, onde as palavras, as frases tinham peso de mobilização numa outra perspectiva.

5° ponto:

O modelo econômico neoliberal, visando lucros e esquecendo o desenvolvimento humano, social e justo se revela no discurso de aquecer a economia no desejo da superação das injustiças como prato principal e, no entanto fazer o cozimento no forno do capital. Para mim isso significa não reconhecer que o gosto vai sair impregnado de outro sabor.

6° ponto:

O pragmatismo político. As vozes das ruas disseram: Chega PT, Acorda PT, queremos modelo FIFA em todos os setores. Isso dói, isso machuca e nos coloca frente a frente com um modelo perverso de fazer e pensar política. Até porque, podemos fazer uma diferenciação entre ter recursos públicos para muitas coisas e os seus destinos e os seus fins. A questão não é o padrão Fifa e sim o que temos como gestão pública para uso dos recursos e a ética de sua aplicabilidade e em nome de quem.

7° Ponto:

A briga interna das suas correntes, tendências ou coletivos, em busca de “espaços” e interesses pessoais, uma “liderança” que não aceita opiniões e sim balançadores de cabeças, uma dura realidade que se alastra em todo país, e sem pisar no freio, atropelando seu maior patrimônio: os militantes e filiados.

8° Ponto:

O PT adotou um discurso nacional de comparar governos, quem faz mais ou menos, qual o governo que teve mais corrupção, isso não cabe mais a uma sociedade pensante, é preciso fazer sempre o melhor. E querer nivelar quem pensa pelo nível dos grandes intelectuais tem sido feito na lógica do discurso competente. Negando ou sonegando a capacidade de pensar e resolver suas demandas a partir do conhecimento popular. Colocando os conhecimentos em rivalidades e que o povo precisa estar na lógica do refém de quem pensa e não de quem deseja ampliar seu potencial de sujeito histórico e de cultura.

9° ponto:

Uma grande contradição do discurso do PT é a reeleição da presidente Dilma. Para seus dirigentes (ou donos do PT). O que remete a lógica do poderio e isso a outras lógicas não é mesmo? Não está em jogo à prioridade do compromisso com os eleitores, os acordos para chegar ao poder é o PODER? Existe preocupação com as alianças em todos os níveis, com dirigentes dos partidos de (direita, centro direita ou “esquerda”) que pensam qual o pedaço do bolo que vão comer?

10° ponto:

A ganância do poder pelo poder levou a um processo de esgotamento político, de domesticação de militância e de pensar a bases pela lógica do cooptação. Práticas que vem ganhando como saldo uma sociedade que não acredita mais em partidos políticos, nem em figuras políticas a não ser na lógica do que terá em troca. O povo vem sendo conduzido a não acreditar na luta, mas na conveniência das lógicas políticas. Estão competentes sim, mas na sofisticação do capital.

11° Ponto:

O PT NÃO comparecer nos atos públicos da cidade, ou alguns integrantes irem mascarado para não mostrar seus rostos com medo, porque está vinculado a governo (A ou B),e pior pra prestar-se ao papel do ato de vigiar para perseguir é inaceitável pra mim e pra qualquer petista de verdade. O partido nasceu dessas bandeiras de lutas e podemos observar nas ruas em dezenas de passeatas, já ocorridas em defesa dos trabalhadores/trabalhadoras, que hoje a presença do PT é sentida pela Ausência.

13° Ponto:

Chego à conclusão que após 25 anos de militância não posso mais me posicionar no PT e sua instância partidária com o desejo da mudança na forma de pensar e governar. Muito petistas abandonaram o estatuto do partido, esquecendo regras e principalmente que a base de tudo está na diferença, no diálogo e nas idéias. Urge retomar a compreensão de diálogo, pois a primeira prática que o fere é sentar é fazer comunicados, discursos unilaterais, e orientações unidirecionais, mediar interesses. Os que temos, na sua grande maioria, são burgueses e pequenos burgueses, usando as vestes de socialistas e com práticas que fragilizam o processo humano político-social.

Pra finalizar, saio do PT pela porta da frente, pois se alguém pensava que eu estava no PT e me desfilaria por que ocupava um cargo no Governo do Estado na Secretaria Estadual de Cultura, pensou errado, se enganou, quebrou a cara!

Falei por diversas vezes na imprensa que só iria me posicionar sobre esse caso, quando recebesse um comunicado oficial do PT Estadual. O partido tem todos os meus contatos e sabe onde me encontrar. Não iria jamais ser desligado de um cargo político por tabela ou mesmo por interesses de muitos. Pois bem! Recebi esse comunicado dia 14/02/2014, uma sexta feira pelas mãos do Presidente Municipal Adilson Lira, praticamente às 22h. Na segunda feira dia 17/02/2014 encaminhei, pela manhã, minha CARTA SOLOCITANDO EXONERAÇÃO do cargo de Assessor de Articulação dos Agrestes, faltando agora, apenas, os tramites da secretaria e a publicação no diário oficial do Estado. No dia 21/02/2014 em reunião, a noite, com o presidente do PT municipal Adilson Lira, entreguei minha CARTA DE DESFILIAÇÃO do PT, que vai ser apresentada oficialmente na próxima reunião do diretório no PT local.

Vou continuar sempre construindo novos caminhos, e participando ativamente das lutas dos/das trabalhadores/trabalhadoras, pois isso é o que me inspira e que me faz viver enquanto sujeito político.

Termino com um pensamento do nobre poeta Gonzaguinha em sua música ‘Nunca pare de sonhar’ (…)Nunca se entregue nasça sempre com as manhãs, deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar, fé na vida,fé no homem fé no que virá(…).

Hérlon Cavalcanti faz ‘tour’ cultural pelo Agreste

O articulador da Secretaria Estadual de Cultura e presidente do PT de Caruaru, Hérlon Cavalcanti, inicia nesta quarta-feira (31), em Gravatá, um verdadeiro “tour” pelo Agreste. Até o dia 9 de agosto, ele acompanhará várias conferências municipais de cultura na região.

Além de Gravatá, estão no roteiro do petista os municípios de Limoeiro (dia 2 de agosto), Lajedo (dia 3), Iati (dia 4), Belo Jardim (dia 6), Bezerros (dia 7), Lagoa dos Gatos (dia 8) e Sairé (dia 9). “Vamos acompanhar esses encontros de perto e fazer intervenções técnicas e profissionais”, explicou.

Hérlon também foi um dos escolhidos para representar a Secretaria Estadual de Cultura como palestrante. “Farei uma discussão sobre ‘Políticas públicas de cultura: desenvolvimento cultural e sustentabilidade da cultura pernambucana’”, completou.

O prazo estabelecido pelo Ministério da Cultura para as realizações das conferências termina no dia 11 de agosto.

Para Hérlon, Dilma ainda tem tempo para recuperar popularidade

Ao analisar a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas, o presidente do PT Caruaru, Hérlon Cavalcanti, disse não encontrar motivos para desespero. Para ele, a petista ainda tem tempo para se recuperar.

“O Brasil está vivendo um momento difícil, com a população indo às ruas. Mas ela (Dilma) tem tempo para se recuperar. O governo federal vem trabalhando bastante e ampliando os programas sociais e os investimentos em infraestrutura. Ela vai voltar a crescer nas pesquisas no momento certo”, opinou.

“Dilma está ouvindo o sentimento das ruas. Os ministros e a presidente estão se reunindo com os movimentos sociais. Tenho certeza que nós vamos avançar nessas relações”, completou Hérlon Cavalcanti.