Ministério da Saúde e ANS selecionam cinco hospitais do Nordeste para projeto de incentivo ao parto normal

O Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Hospital Israelita Albert Einstein anunciaram, nesta sexta-feira (27/3), que cinco instituições da região Nordeste foram selecionadas para participar de projeto de incentivo ao parto normal. Na região, foram escolhidos três hospitais do Ceará (dois do SUS e um privado), um da Bahia (privado) e um de Pernambuco (SUS).

Os estabelecimentos farão parte do projeto que reúne 23 hospitais privados e cinco maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS), escolhidas pelo Ministério da Saúde. A iniciativa, desenvolvida em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), busca identificar modelos inovadores de atenção ao parto, capazes de promover a melhor qualidade do cuidado e a segurança da mulher e do bebê. O objetivo é incentivar o parto normal e reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias, tanto na saúde suplementar como no sistema público.

Entre as instituições privadas selecionadas, oito estão entre as 30 maiores em volume de partos do país e 11 entre as 100 maiores, o que demonstra o compromisso social com a melhoria da qualidade da atenção ao parto e nascimento. Esses hospitais possuem taxa de cesarianas de 88,7% – superior à identificada na saúde suplementar (84%) e na rede pública (40%). Já os estabelecimentos do SUS foram escolhidos por apresentarem percentual de cesarianas acima de 60% e por realizarem mais de mil partos por ano.

“Estamos lançando um projeto que valoriza a qualificação do parto normal e as entidades que aderiram a essa iniciativa voluntariamente aceitaram esse desafio de qualificar sua assistência obstétrica. Queremos melhorar a qualidade e as condições de atendimento para enfrentarmos o que temos hoje, que é uma verdadeira epidemia de parto cesariano no sistema privado. Fico feliz em ver que as instituições abraçaram a causa e se propuseram a mudar essa realidade”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A estratégia de ação desenvolvida para os participantes do projeto envolve adequação de recursos humanos para a incorporação de equipe multiprofissional nos hospitais e maternidades; capacitação profissional para ampliar a segurança na realização do parto normal; engajamento do corpo clínico, da equipe e das próprias gestantes; e revisão das práticas relacionadas ao atendimento das gestantes e bebês, desde o pré-natal até o pós-parto.

Três propostas de modelos assistenciais alternativos serão apresentadas aos participantes como ponto de partida. Eles foram construídos com base em evidências científicas e em experiências exitosas desenvolvidas por outras maternidades do país e serão aperfeiçoados e customizados junto com os hospitais do projeto-piloto.

No primeiro modelo, o parto é realizado pelo plantonista do hospital. O segundo propõe que o parto seja realizado pelo médico pré-natalista do corpo clínico, com suporte da equipe multidisciplinar de plantão, que irá fazer o acompanhamento inicial da parturiente até a chegada de seu médico. No terceiro modelo, o parto é assistido por um dos membros de uma equipe de profissionais, composta por três ou mais médicos e enfermeiras obstetras. Neste caso, a parturiente se vinculará à equipe que terá sempre um médico e uma enfermeira obstetra de sobreaviso para realizar a assistência do trabalho de parto e parto.

Além disso, estão previstas outras ações complementares, como adequações na ambiência da maternidade, estímulo à participação de acompanhantes, visitas guiadas à maternidade, cursos de gestantes durante o pré-natal e avaliação da experiência do cuidado no pós-parto pelas mulheres, com retorno à equipe para melhorar o cuidado.

As mudanças sugeridas no âmbito do projeto Parto Adequado poderão ser feitas em todos os atendimentos ou em uma parcela da população atendida pelos hospitais. O hospital deverá seguir integralmente as recomendações e diretrizes propostas, testando o conjunto completo de mudanças. Os resultados dessa intervenção serão observados em médio e longo prazo e as ações devem ser introduzidas gradativamente, permitindo aperfeiçoamento antes de serem adotadas em larga escala.

Além dos 28 hospitais selecionados, outros 16 estabelecimentos inscritos formarão um grupo de seguidores – dois deles da região Nordeste. Estas instituições participarão do projeto através do acesso a vídeo-aulas e materiais informativos sobre como melhorar a qualidade da atenção ao parto e nascimento e terão encontros presenciais com técnicos da ANS para discutir os resultados atingidos. Além desses dois grupos, outras três instituições participarão do projeto compartilhando suas experiências com os demais participantes. Em maio, os hospitais assinarão os termos de adesão ao projeto e darão início às atividades.

Ao propor uma mudança no modelo de atenção ao parto, o Ministério da Saúde e a ANS buscam promover o parto normal, qualificar os serviços de assistência no pré-parto, parto e pós-parto e favorecer a redução de cesáreas desnecessárias e de possíveis eventos adversos decorrentes de um parto mal assistido, seja normal ou cesáreo. Isso significa reduzir riscos desnecessários e melhorar a segurança do paciente e a experiência do cuidado para mães e bebês.

Em experiências pontuais já realizadas no Brasil, a aplicação da metodologia do Institute for Healthcare Improvement (IHI) obteve resultados positivos: o percentual de partos normais mais do que dobrou, as admissões em UTI neonatal caíram e houve melhoria da remuneração dos profissionais que contribuíram para aumentar a eficiência dos serviços.

Cenário – As altas taxas de cesáreas verificadas no país – 84% na saúde suplementar e 40% no sistema público – são motivo de preocupação do governo brasileiro. Quando não tem indicação clínica, a cesariana ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade.

Para enfrentar essa situação, o Ministério da Saúde e a ANS está propondo uma série de medidas coordenadas, que se somam às iniciativas que vem sendo implementadas pela Agência desde 2005. Além do projeto-piloto que está em andamento, em julho entrará em vigor a Resolução Normativa nº 368, com medidas que garantem o acesso de beneficiárias de planos de saúde aos percentuais de cirurgias cesáreas (por operadora, por hospital e por médico) e a utilização do partograma e do cartão da gestante. Entre as ações previstas para este ano está a elaboração de diretrizes clínicas para o parto, trabalho realizado por um grupo coordenado pelo Ministério da Saúde.

Santas Casas e hospitais beneficentes seguem sem receber pagamento do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), adiou novamente os pagamentos do Teto Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) referentes aos atendimentos realizados pelo hospitais em dezembro de 2014.

As Santas Casas e hospitais beneficentes que já amargavam déficits financeiros assustadores, recentemente tiveram um significante atraso nos pagamentos referentes a produção de novembro, causando novas despesas com juros bancários, que ainda não foram quitados. Além disso, foram surpreendidos novamente com o estorno do pagamento da primeira parcela de 2015, que desde o dia 16 de janeiro aparecia no sistema para ser efetivado, mas foi cancelado. Com isso, ontem (21/01) foi efetuado novo empenho, que pode levar até cinco dias para que o pagamento seja efetivado na conta dos gestores estaduais e municipais, e só depois repassado aos hospitais.

O site do FNS, publicou uma nota afirmando que a operacionalização do pagamento do Teto MAC – parcela 01/2015 foi cancelada por motivos operacionais, decorrentes de ajustes nos sistemas internos e pede desculpas pelo inconveniente, contando com a compreensão de todos. Entretanto, para muitos hospitais que já vivenciavam grandes dificuldades, essa pode ser a gota d’agua, de acordo com o diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti. “Municípios como Santa Fé do Sul, Barretos, Araçatuba, Franca, Santo Anastácio, Leme, entre outros, estão com problemas no atendimento, porque o repasse não foi efetuado”, relata.

O diretor-presidente acredita que o problema não é do sistema, mas sim da falta de dinheiro do Ministério da Saúde. “Já recebemos os pagamentos em dezembro atrasados, o que gerou novos empréstimos, atraso do 13º salário, diminuição de alguns atendimentos, dentre outros problemas. Agora, já estamos no final de janeiro e não recebemos o que produzimos em dezembro”, explica.

Rogatti afirma que a situação está insustentável. “Há hospitais pagando em torno de R$ 14 mil, por dia, de juros aos bancos. Os pagamentos que antes eram liberados em 72 horas, agora levam até cinco dias para cair na conta. Além disso, o novo pagamento que aparece no sistema agora, que deverá ser efetivado só na próxima semana, não corresponde ao montante correto, pois estão pagando apenas 80% da produção realizada. Onde vamos parar?”, questiona.

“Sabemos que o orçamento de 2015 ainda não foi aprovado e que o Tesouro Nacional não está liberando os repasses. Sabemos também que o Ministério da Saúde está fazendo estas manobras com prazos de emprenho e cancelamentos para ganhar tempo, mas os hospitais não tem mais este tempo”, afirma o diretor-presidente da Fehosp.

A recomendação da Federação é para que os hospitais que enfrentam dificuldades com o pagamento dos funcionários, greves e que estejam na eminência de diminuir ou encerrar atendimentos, procure o Ministério Público Federal, apresente suas contas e suas dificuldades, para que ações sejam tomadas para assegurar a assistência à população. Também estão orientando as instituições a procurarem seus gestores municipais para agilizar os processos de repasse, assim que o dinheiro do FNS for liberado.

A Fehosp está tentando contato com o FNS para obter novas explicações, mas sem sucesso.

Ministério da Saúde reforça orçamento de Hospitais Universitários

O Ministério da Saúde liberou R$ 150,4 milhões para reforçar o orçamento dos hospitais universitários de todo país. Essa é a quarta vez só neste ano que essas instituições recebem esse tipo de reforço financeiro, totalizando R$ 391,1 milhões. Serão beneficiadas 39 instituições, localizadas em 29 cidades, sendo 21 capitais. Até o final do ano, serão pagos RS 463,7 milhões. As três portarias que liberam os R$ 150,4 milhões estão publicadas no Diário Oficial da União (D.O.U) desta sexta-feira (26).

O recurso é destinado às ações que integram o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários (REHUF), desenvolvido e financiado em parceria com o Ministério da Educação. Os valores são definidos junto com as instituições e levam em conta os indicadores e metas de desempenho de cada local. Com esse incentivo, os hospitais universitários podem adquirir equipamentos como aparelhos para exames de imagem, realizar pequenas reformas ou comprar materiais de limpeza, entre outros itens.

Este é o quarto repasse no ano para os Hospitais Universitários (HUs). Em agosto, foram destinados R$ 55,4 milhões às instituições. Em julho, o Ministério autorizou a destinação de R$ 54,5 milhões. Já no mês de maio, as unidades receberam R$ 100 milhões em incentivo para melhoria de suas instalações.

Do total que será liberado até o final de 2014, R$ 328,2 milhões são para o custeio de atividades assistenciais e de ensino, obras e reformas e os outros R$ 140,9 milhões, para a compra de equipamentos e melhoria de infraestrutura.

Além dos recursos do REHUF para reestruturação e revitalização dos hospitais universitários, o Ministério da Saúde repassa cerca de R$ 1,2 bilhões por ano para o custeio da assistência de média e alta complexidade prestada por estes estabelecimentos durante o atendimento. Desde o início do programa, em 2010, o Ministério da Saúde já investiu mais de R$ 2 bilhões em hospitais de ensino de todo país. Atualmente, 46 hospitais e outras duas unidades de saúde ligadas às universidades fazem parte do REHUF. Essas instituições estão localizadas em 33 cidades do país, sendo 24 capitais.

Os hospitais universitários são vinculados às instituições de ensino superior do Ministério da Educação, responsável pelo pagamento dos profissionais concursados. Já o Ministério da Saúde repassa recursos para o custeio dos serviços prestados à população nas unidades, recursos do REHUF, entre outros incentivos.

Programa incentiva estudos em hospitais universitários

Portaria interministerial assinada nesta quinta-feira (14) criou o Programa Ebserh de Pesquisas Clínicas Estratégicas para o Sistema Único de Saúde (EPECSUS). A iniciativa, parceria entre os ministérios da Saúde, da Educação e da Ciência Tecnologia e Inovação, vai estabelecer um modelo de gestão eficaz e seguro na realização de estudos com seres humanos em hospitais universitários federais ligados à Ebserh. O objetivo é incentivar e organizar uma rede de pesquisas clínicas de interesse do Sistema Único de Saúde. O programa entra em vigor em 60 dias.

O programa visa aprimorar o processo, desde a definição dos fluxos e responsabilidades, até a execução orçamentária dos projetos e o relacionamento com patrocinadores públicos e privados. A prioridade é motivar o crescimento dos estudos que não despertam tanto interesse do mercado, mas são fundamentais para o SUS e impactam diretamente a população brasileira.

Além de dar maior segurança e melhorar o monitoramento por parte do governo, o Programa Ebserh de Pesquisas Clínicas Estratégicas para o Sistema Único de Saúde possibilitará o retorno social dos investimentos públicos e da utilização da infraestrutura e insumos das instituições.

As pesquisas clínicas são estudos realizados em seres humanos com o objetivo de avaliar a eficácia e a segurança de insumos para a saúde. Os resultados desses estudos subsidiam o registro sanitário de medicamentos, vacinas, kits diagnósticos e equipamentos. O registro sanitário permite a incorporação e aquisição desses insumos pelo SUS, além de garantir que esses produtos ingressem no mercado com competitividade, promovendo a inovação tecnológica.

Médicos: seleção para servidores estatutários segue até dia 30

A Secretaria Estadual de Saúde prorrogou o processo de seleção interna para médicos (servidores estatutários) nas especialidades de intensivista adulto, pediatria, cirurgia geral e tocoginecologia, que tenham interesse em trabalhar, em regime de plantão, no Hospital Dom Moura, em Garanhuns, e na especialidade de tocoginecologia, no Hospital Fernandes Salsa, em Limoeiro, também de plantão.

Os interessados devem encaminhar currículos para selecao.sespe@gmail.com até o dia 30 de agosto. No currículo deverão constar as seguintes informações: nome, data de nascimento, cargo efetivo, especialidade, unidade de lotação, data de admissão na SES e formação (especialização). O resultado final da avaliação será divulgado no dia 19 de agosto.

Confira aqui o edital.