Crédito restrito faz inadimplência desacelerar

Tanto o número de consumidores inadimplentes quanto a quantidade de dívidas não pagas desaceleraram no mês de fevereiro, em relação a fevereiro do ano passado. O número de pessoas registradas em serviços de proteção ao crédito, que em janeiro havia aumentado 3,12% na comparação anual, desacelerou e cresceu +2,33% em fevereiro, atingindo a menor variação desde o início da série histórica ― contabilizada a partir de janeiro de 2011.

Da mesma forma, a quantidade de dívidas atrasadas, que em janeiro havia registrado alta de 2,40%, cresceu menos e subiu +1,81% em fevereiro. Os dados são do indicador mensal de inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Os economistas do SPC Brasil explicam que a desaceleração do indicador não tem qualquer relação com o aumento da quantidade de pagamentos de dívidas em atraso. Muito pelo contrário: o consumidor enfrenta dificuldades com a piora do nível de emprego e com a redução do poder de compra dos salários por conta da inflação. “Os bancos e os estabelecimentos comerciais passaram a ser mais rigorosos e criteriosos na hora de conceder financiamentos e empréstimos, o que implica em uma menor oferta de crédito na praça. Como consequência, a inadimplência vem recuando mês após mês”, explica a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Pelo lado dos consumidores, nota-se uma queda na demanda por bens mais caros como automóveis, motos, produtos das linhas branca, móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. “Justamente os bens mais dependentes de financiamento”, observa o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, que lembra que no mês de fevereiro, o volume de vendas a prazo caiu 4,83%, segundo o indicador de consultas do SPC.

Menos um milhão de inadimplentes entre fevereiro e janeiro

Ainda que uma leve desaceleração na inadimplência tenha sido registrada em relação a fevereiro do ano passado, os dados na passagem de janeiro para fevereiro apresentaram variações que beiram a estabilidade. A quantidade de pessoas inadimplentes caiu 0,14% entre os dois meses. Já o número de dívidas registrou leve avanço mensal de 0,10%.

Inadimplência em números absolutos

Em números absolutos, o SPC Brasil estima que, em fevereiro de 2015, havia 53,6 milhões de devedores negativados, número equivalente 36,89% da população entre acima de 18 anos. Em janeiro, a estimativa era de 54,6 milhões, o que significa uma diminuição de aproximadamente um milhão de consumidores com dívidas em atraso na passagem de janeiro para fevereiro deste ano.

O detalhamento por segmento credor da dívida mostra que o setor de Comunicação (telefonia fixa, telefonia móvel, TV a cabo, internet) é o que mais concentra crescimento no número de pendências não pagas (alta anual de 8,48%), dando prosseguimento à tendência observada nos últimos meses. A segunda maior variação, também mantendo a tendência dos últimos relatórios, foi apresentada no setor de Água e Luz (+6,67%). Por outro lado, o comércio mostrou a menor variação no número de dívidas para o mês de fevereiro desde 2012, com retração de 1,12%.

Alta da inadimplência é menor na região Sudeste, aponta SPC Brasil

A região Sudeste apresentou, em janeiro desse ano, um crescimento de 1,38% na quantidade de pessoas com dívidas em atraso, em relação a janeiro do ano passado. Apesar do aumento, o resultado representa o menor avanço registrado entre as cinco regiões pesquisadas. O dado é do Indicador Regional de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

De acordo com o indicador, o aumento no número de devedores foi mais expressivo na região Centro-Oeste (4,72%), seguida da região Norte, onde a alta foi de 4,33%. Em seguida aparecem as regiões Nordeste (3,09%), Sul (3,0%) e Sudeste (1,38%), as únicas que registraram crescimentos abaixo da média do Brasil, que em janeiro foi de 3,12%.

Assim como ocorreu nos meses anteriores, o Sudeste, em janeiro, concentrava a maior fatia de devedores no país (39,76%), seguido pela região Nordeste, com participação de 26,23% no total de pessoas com dívidas em atraso. Em terceiro e quarto lugares aparecem o Sul (13,03%) e o Norte (8,95%). Por último, o Centro-Oeste, que concentra 7,90% dos consumidores negativados.Por outro lado, as regiões que mais contribuíram para alta nacional de 3,12% do indicador foram o Nordeste (0,81 ponto percentual) e o Sudeste (0,56 ponto percentual).

“Apesar de essas duas regiões apresentarem crescimentos abaixo da média Brasil, ao mesmo tempo respondem pelas duas maiores fatias do total de consumidores inadimplentes no país”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Comunicação lidera dívidas na maior parte das regiões


O número de dívidas em atraso cresceu em todas as cinco regiões pesquisadas. No país como um todo, a alta foi de 2,40%. A abertura dos dados por setor credor da economia mostra que o segmento de Comunicação (telefonia, internet, TV a cabo, entre outros serviços) lidera o crescimento no número de dívidas no Brasil. Em janeiro de 2014, a quantidade de dívidas com empresas do segmento cresceu 9,84% na média nacional, em relação a janeiro de 2014. A segunda maior variação ficou por conta das concessionárias de Água e Energia Elétrica (8,35%). Também merece destaque o setor de Comércio, com retração de 0,54%.

De acordo com o indicador regional, Norte e Nordeste foram as regiões onde as dívidas do setor de Comunicação mais avançaram: 36,17% e 18,59%, respectivamente. Foi também no Nordeste que o setor de Comércio sofreu a maior retração no número de dívidas, de 3,50%.

Concentração das dívidas por setor

Já o setor de Bancos concentra a maior parte das dívidas em todas as regiões do país, com exceção do Norte, onde o setor que mais agrega dívidas é o comércio. No Sudeste, o setor bancário abrange 56,85% das dívidas em atraso. “É um dado muito expressivo. Mais da metade das dívidas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro estão nas mãos dos bancos”, afirma Kawauti.

Inadimplência atinge menor patamar para meses de janeiro

A quantidade de consumidores com dívidas em atraso no país aumentou 3,12% em janeiro deste ano em relação a janeiro do ano passado, de acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Este é o menor resultado já registrado para o mês de janeiro, de acordo com a série histórica do indicador de inadimplência, que tem início em janeiro de 2010. Na comparação mensal – em relação a dezembro de 2014 – o número de inadimplentes em janeiro sofreu uma leve alta de 0,15%. O SPC Brasil estima que atualmente existam aproximadamente 54,6 milhões de consumidores registrados em serviços de proteção ao crédito de todo o país.

Para os economistas do SPC, o ritmo de desaceleração da inadimplência observado desde junho de 2014 não encontra como explicação principal uma conjuntura econômica positiva, mas um contexto de fraca atividade econômica combinada com a freada na tomada de empréstimos.

“Os bancos e os estabelecimentos comerciais passaram a ser mais seletivos e a conceder menos crédito ao consumidor, fato que tem como consequência a redução da quantidade de atrasos nas compras parceladas e nos pagamentos de dívidas”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Dessa mesma forma, o recuo das vendas a prazo apresentado pelo comércio tem como principal causa a diminuição da capacidade de comprometimento do brasileiro e o baixo grau de confiança do consumidor, o que consequentemente afasta a possibilidade de avanço de inadimplência para os lojistas. De acordo com o indicador de consultas a prazo do SPC Brasil, a desaceleração nas vendas se repetiu ao longo de todo o ano de 2014 e, em janeiro de 2015, a queda acumulada já era de 0,52%.

Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, as vendas no varejo ampliado também vêm caindo, principalmente a dos setores ligados ao crédito como materiais de construção e automóveis. “Quer dizer: a inadimplência está desacelerando principalmente porque o consumidor está deixando de consumir a prazo”, explica Pinheiro.

Média de duas dívidas por inadimplente

Da mesma forma como ocorreu com a quantidade de pessoas inadimplentes, o mês de janeiro manteve a perda de fôlego também em relação ao crescimento da quantidade de dívidas em atraso, fazendo com que o indicador registrasse uma alta de 2,40%, em relação a janeiro do ano passado. Em dezembro de 2014, seguindo a mesma base de comparação, o crescimento havia sido de 3,19%.

Com bases nesses dados, o SPC Brasil calcula uma média de 2,07 dívidas para cada devedor inadimplente. Esta média é a menor já registrada pela série histórica, iniciada em 2010.

Cresce inadimplência nos setores de água, luz e comunicação

Com relação aos setores detentores da dívida, o segmento que mais registrou crescimento na quantidade de calotes foi o das concessionárias de água e luz (8,35%) e das empresas decomunicação (9,84%), que oferecem serviços como os de telefonia, tevê a cabo e internet. Destaca-se, ainda, a retração de 0,54% do número de dívidas ligadas ao comércio, a terceira queda anual consecutiva do setor, após dez meses seguidos de alta.

SPC Brasil e novo presidente da CNDL apresentam dados sobre a inadimplência no país

O novo presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) promovem em Brasília (DF), nesta terça-feira (10), às 12h30, um almoço com a imprensa para apresentar os novos Indicadores de Inadimplência do Consumidor e os desafios da nossa gestão da CNDL.

Na oportunidade, serão reveladas informações referentes ao mês de janeiro de 2015 como:

1) Estimativa, em número absoluto, de consumidores inadimplentes no Brasil;

2) Variações mensal e anual do número de consumidores inadimplentes;

3) Variações mensal e anual do número de dívidas em atraso;

4) Número médio de dívidas em atraso por consumidores inadimplentes;

5) Inadimplência setorial (comércio, bancos, telefonia, água, luz etc);

6) Tempo médio de inadimplência;

7) Faixa etária dos consumidores inadimplentes.

Atraso em contas de telefone, internet e TV paga tem maior crescimento em 24 meses, revela SPC Brasil

A inadimplência do consumidor com empresas de telecomunicações, que prestam serviços de telefonia, acesso à internet e TV por assinatura, tem apresentado crescimento superior aos demais setores da economia brasileira. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), enquanto a inadimplência total no país vem desacelerando – em dezembro último o crescimento do total de dívidas não pagas foi de 3,19% contra 5,43% em agosto de 2014 – a quantidade de contas atrasadas no setor de telecom avançou 16,21%, a maior alta em 24 meses.

A tendência também se reflete no aumento da participação do setor de telefonia, internet e TV por assinatura no total de dívidas registradas no país. Desde janeiro de 2010, quando teve início a série histórica revisada do SPC Brasil, a participação deste setor quase dobrou, passando de 8,70% para 15,82% em dezembro de 2014.

Os dados apurados pelo SPC Brasil mostram ainda que a maior parte das dívidas pertence aos consumidores com idade entre 30 e 39 anos (27,79%), seguido pelos devedores de 40 a 49 anos (19,49%), de 50 e 64 anos (16,13%) e pelos que têm idade entre 25 e 29 anos (14,43%).

O destaque da inadimplência de pessoas físicas com empresas de telefonia, internet e TV por assinatura foi na região Norte, onde o crescimento foi mais expressivo: 37,42%. Em segundo lugar aparece a região Nordeste (21,24%), seguida pelas regiões Sudeste (14,49%), Sul (11,47%) e Centro-Oeste (9,885).

A abertura dos dados por tempo de atraso da dívida revela que as mais antigas, com mais de 90 dias de atraso, tiveram alta de 16,26%. Essa faixa concentra mais de 99% das dívidas de telecom. As dívidas mais recentes, com até 90 dias, tiveram avanço mais moderado e cresceram 9,12% em dezembro de 2014.

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o aumento expressivo do número de dívidas no segmento de telecomunicações acompanha a presença cada vez maior de serviços como TV por assinatura, internet e telefonia na vida dos brasileiros. Uma pesquisa recente realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito revelou que dentre os consumidores que tiveram gastos com contas de celular e internet ao longo de 2014, 87% consideram o gasto como algo “necessário”. Além disso, o valor médio do brasileiro com esse tipo de despesa chega a R$ 104,00, o que é uma cifra elevada quando consideramos a renda média dos brasileiros.

“No geral, o crescimento do número de dívidas em atraso está desacelerando no Brasil, em virtude, principalmente, da queda na concessão de crédito. No entanto, os dados da inadimplência no setor de telecomunicações mostram números na contramão da tendência dos outros setores. Os chamados ‘combos’, que unem internet, telefone e TV por assinatura, têm se popularizado no Brasil, mas muitos consumidores ainda não se planejam financeiramente para lidar com essas despesas e a quantidade de atrasos tem sido cada vez maior”, explica a economista.

Em pesquisa limitada aos brasileiros que têm o nome registrado em serviços de proteção ao crédito, 5% deles admitiram que o compromisso financeiro que levou a essa situação foi a conta de telefone (fixo ou celular). Na hora de apontar onde pretendem economizar para pagar dívidas, por outro lado, o telefone celular é citado por 14% dos inadimplentes entrevistados, e o telefone fixo foi apontado por 8% deles.

Número de inadimplentes em dezembro cresce 3,45%

No mês de dezembro, o volume de consumidores com contas em atraso cresceu 3,45% frente ao mesmo período de 2013, segundo dados do Indicador de Inadimplência calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Trata-se do menor crescimento apresentado para os meses de dezembro, desde o início da série histórica, revisada em 2011. Os números de dezembro mostram que a inadimplência do consumidor cresceu em um ritmo menos intenso, após o pico registrado no mês de agosto, quando a variação havia ficado em 5,09%. A partir desses números o SPC Brasil estima que aproximadamente 54,5 milhões de consumidoreterminaram o ano de 2014 com restrições no CPF por não terem quitado dívidas.

Os dados na comparação com novembro de 2014, sem ajuste sazonal, também mostram a inadimplência em queda no mês: o recuo foi de 0,94%. Esta queda confirma as expectativas do SPC, por conta de um comportamento típico deste período do ano: a injeção de capital extra com o pagamento do 13º salário e incremento de vagas temporárias no mercado de trabalho favorecem o pagamento das dívidas.

Segundo os economistas, embora os dados de menor crescimento na comparação anual sejam interpretados aparentemente como números positivos, o crescimento da inadimplência num menor ritmo tem como causa principal a baixa atividade econômica do país e a maior seletividade na concessão de crédito. Para o SPC Brasil, os bancos e os estabelecimentos comerciais passaram a conceder menos crédito, fato que tem como consequência a redução dos riscos de calotes nas compras parceladas. “As vendas de itens essencialmente ligados a crédito, como móveis e eletrodomésticos, veículos e materiais de construção têm apresentado franca desaceleração, desde o início de 2013”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

“Os dados foram fortemente influenciados pela perda de dinamismo da economia brasileira, que deve apresentar crescimento próximo de zero no fechamento do ano. O cenário adverso afetou os indicadores de emprego e da confiança do consumidor e dos empresários. Soma-se, ainda, as taxas de juros em patamar elevado ― inclusive com retomada do ciclo de alta em novembro ― e a inflação resistente, que flertou com o teto da meta ao longo de todo o ano de 2014, limitando o poder de compra dos consumidores”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Bancos, comércio e idosos lideram ranking

De acordo com o indicador do SPC Brasil, cinco em cada dez dívidas pendentes (46%) entre pessoas físicas no país têm como credor algum banco ou instituição financeira. A segunda maior representatividade fica por conta do comércio, que concentra 21% do total de dívidas não pagas, seguido pelo setor de comunicação (16%) – que engloba serviços de internet, televisão e telefonia. Os débitos com as empresas concessionárias de serviços básicos como água e luz representam 7% das dívidas não pagas no Brasil. Os demais setores juntos somam 10% das contas pendentes.

Apesar da menor representatividade no total de dívidas em atraso no mês de dezembro, foram justamente os setores de comunicação (16%) e de água e luz (7%) que apresentaram o maior crescimento na variação anual na quantidade de dívidas. Para a economista-chefe do SPC Brasil, oresultado é reflexo de uma tendência crescente entre as concessionárias em negativar os consumidores inadimplentes. “É uma forma de receber o débito mais rápido, antes da suspensão do serviço”, explica.

Cenário para 2015

Para 2015 os economistas do SPC Brasil projetam um crescimento do número de inadimplentes semelhante ao observado no ano passado, mas com viés de alta, caso a atividade econômica não esboce recuperação e o mercado de trabalho sofra com o corte de vagas.

Inadimplência das empresas cresce em Novembro

O número de empresas inadimplentes voltou a crescer no mês de novembro. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) a quantidade de empresas com contas em atraso registrou alta de 7,44% na comparação com novembro de 2013. A variação foi maior do que a apresentada em outubro de 2014 (6,23%). Já na passagem de outubro de 2014 para novembro do mesmo ano, sem ajuste sazonal, houve crescimento de 1,1% na quantidade de pessoas jurídicas inadimplentes. É a maior alta mensal desde abril deste ano.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a dificuldade dos empresários em manter em dia os compromissos financeiros em atraso está diretamente relacionada à inflação persistente, ao encarecimento do crédito e a estagnação da economia. “A piora da confiança dos empresários e o crescimento da inadimplência da pessoa física também são fatores que influenciam a deterioração da capacidade de pagamento das empresas”, destaca a economista.

Serviços e região sudeste lideram ranking

A abertura do indicador por ramo da economia mostra que as empresas do setor de serviços  foram as que mais atrasaram o pagamento de contas: alta de 11% na comparação entre novembro de 2014 com o mesmo mês de 2013.  A segunda maior alta ficou por conta das indústrias (6,93%), seguida por aquelas que pertencem ao comércio (6,32%) e também pelas empresas que formam o ramo da agricultura (3,16%).

As dívidas mais antigas, que venceram há um prazo entre três e cinco anos, apresentaram a maior variação: alta de 10,95% em relação a novembro de 2013. Já as dívidas atrasadas num período entre 181 e 360 dias mostraram o segundo maior crescimento, com variação positiva de 7,55%. Em seguida aparecem as pendências mais novas, atrasadas em até 90 dias, com alta de 7,53%.

O maior crescimento no número de empresas inadimplentes foi registrado pelo Sudeste, onde a quantidade de devedores cresceu 8,07%, seguido pelo Nordeste, cuja alta anual foi de 7,42%. A menor alta ficou por conta do Sul, cuja variação apresentada no período foi de 3,79%. As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram crescimento de 5,09% e 4,70%, respectivamente, na quantidade de empresas que não honraram compromissos financeiros. O Sudeste é a região que concentra a maior parte das pessoas jurídicas inadimplentes (43,81%), seguido pelo Nordeste (19,24%) e pelo Sul (17,17%).

Empresas devem para bancos e serviços

Dentre os setores credores, ou seja, aqueles que deixaram de receber os valores que lhes são devidos, o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras, é quem mais se destaca concentrando 71,78% do total de dívidas a receber.  A segunda maior participação no total pertence ao comércio (15,37%), seguido pela indústria (10,87%).

As dívidas mais antigas, que venceram há um prazo entre três e cinco anos, apresentaram a maior variação: alta de 9,98% em relação a novembro de 2013.

Inadimplência cresce entre os idosos, aponta SPC Brasil

Impulsionados pela facilidade do crédito, os idosos estão se tornando mais inadimplentes, enquanto os mais jovens, com a entrada tardia no mercado de trabalho, têm passado a atrasar menos os compromissos financeiros. A conclusão é do indicador de inadimplência apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) que mostra que o aumento de atrasos no pagamento de dívidas apresenta comportamento diferente a depender da faixa etária do consumidor. No último mês de novembro na comparação com o mesmo período de 2013, o número de dívidas atrasadas entre os consumidores de 65 a 84 anos anos subiu 7,89% – percentual maior que o crescimento da média nacional de 3,53% – enquanto houve uma queda de 7,02% dentre os brasileiros com idade entre 18 a 24 anos.

Hoje, segundo estimativas do SPC Brasil, existem aproximadamente 6,3 milhões de jovens entre 18 e 24 anos com restrições no CPF por conta de atrasos financeiros. Isso representa pouco mais de um quarto (26%) da população brasileira compreendida nesta faixa etária. Com relação à população entre 65 a 84 anos, são quase 3,8 milhões de inadimplentes, o que significa que pouco mais de 27% dos brasileiros nesta faixa etária têm pelo menos uma conta atrasada.

O indicador do SPC Brasil revela que existem diferenças significativas nos tipos de dívidas entre jovens e idosos.Indivíduos com idade entre 18 a 24 anos têm participação de apenas 1,53% nas dívidas atrasadas com companhias de água e luz, enquanto que a participação deste segmento entre ao mais idosos aumenta para 15,88%.

Por outro lado, os jovens ganham destaque nas dívidas no comércio. Consumidores desta faixa etária representam 28% dos indivíduos que devem para estabelecimentos comerciais, ao passo que a participação dos idosos neste segmento cai para 16%, segundo dados do indicador.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o aumento da expectativa de vida do brasileiro e, consequentemente, a permanência por um período mais prolongado no mercado de trabalho e de consumo é um dos fatores principais que explica o expressivo aumento da população idosa nos cadastros de inadimplentes. Outros motivos que também impactam a vida financeira deste grupo são a diminuição da renda real com a aposentadoria, o aumento das despesas com remédios e planos de saúde, a facilidade para contrair empréstimos consignados e a prática de emprestar o nome para terceiros realizarem compras a prazo – geralmente familiares. 

Já a tendência de redução do percentual de inadimplentes com até 24 anos de idade é explicada pelo fato de que os brasileiros mais jovens têm demorado mais tempo para conquistar a independência em relação aos pais e a iniciar a vida adulta. “Os jovens estão conseguido se dedicar a mais anos de estudo em detrimento da entrada no mercado de trabalho. Dessa forma, eles continuam morando na casa dos pais, o que implicaria em gastos menos elevados com supermercado, condomínio e serviços básicos, como é o caso das contas de água e de luz”, afirma a economista.

Região Sudeste lidera a alta da inadimplência no país com crescimento de 5,12%, diz SPC Brasil

A região Sudeste apresentou, no mês de novembro, o maior crescimento na quantidade de pessoas com dívidas em atraso no país, em relação a novembro do ano passado. O aumento foi de 5,12%, maior do que a média nacional das cinco regiões brasileiras pesquisadas, de 3,37%. O dado é do Indicador Regional de Inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Desde julho deste ano, a região Sudeste mantém a liderança da alta da inadimplência no país. O segundo maior crescimento no número de devedores foi registrado na região Centro-Oeste, com uma variação anual de 4,96%. A região Sul apresentou a terceira maior alta anual (3,43%), mantendo-se praticamente no mesmo patamar da média nacional. Norte e Nordeste apresentaram altas de 2,94% e 2,01%, respectivamente, e mantiveram-se abaixo da média nacional, sendo que ambas as regiões vêm se revezando no último lugar de aumento da inadimplência nos últimos meses.

Participação de cada região

Além de mostrar a maior alta, a região Sudeste possui também a maior participação no número de pessoas inadimplentes no país, sendo responsável por concentrar 40,40% do total de negativados no mês de novembro. A região Nordeste participou com 25,85% do total de registros, seguida pelas regiões Sul (12,94%), Norte (8,82%) e Centro-Oeste (7,85%).

Impacto sobre a variação anual

Como vem acontecendo desde fevereiro deste ano, o Sudeste também registrou, em novembro, a maior contribuição sobre a alta anual de 3,37%, apresentada para a média Brasil, impactando neste crescimento em 2,04 pontos percentuais. A segunda maior contribuição veio da região Nordeste(0,53 p.p.) que, apesar de apresentar a menor variação em comparação com as demais regiões, possui a segunda maior participação junto ao total de inadimplentes brasileiros. As regiões Norte eCentro-Oeste foram as que menos contribuíram com a alta no país com, 0,26 e 0,38 pontos percentuais, respectivamente.

Comunicação lidera as dívidas

A abertura por setor da economia mostra que o setor de Comunicação (telefone, celular, internet, TV a cabo, etc) registrou o aumento mais expressivo no número de dívidas em atraso em três das cinco regiões brasileiras – Nordeste (19,91%), Norte (33,09%) e Sudeste (13,31%). O segundo aumento mais impactante foi observado no setor de água e luz, que foi aquele com o maior crescimento anual tanto no Centro-Oeste (46,37%) quanto no Sul (14,94%).

Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento dos gastos com celular e internet contribuem em larga medida para a piora da inadimplência do segmento de telecomunicação. “Em pesquisa recente, o SPC Brasil constatou que o brasileiro gasta em média R$ 104,00 com a conta de celular/internet por mês. O montante pode ser considerado significativo, especialmente entre as classes C,D e E. E caso os planos contratados não sejam muito bem planejados, podem gerar atrasos no pagamento”, explica.

Inadimplência fecha outubro com alta anual de 3,95%, mas dados mensais devem desacelerar até o fim do ano

A quantidade de pessoas físicas com parcelamentos em atraso no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) no mês de outubro aumentou 3,95%, quando comparada a outubro do ano passado. Esta é a segunda menor variação apurada desde o início do ano, perdendo apenas para o mês de setembro de 2014, quando o número de pessoas inadimplentes subira 3,84% na base anual. O SPC estima que em outubro deste ano havia 55 milhões de CPFs negativados em serviços de proteção ao crédito de todo o país. Este número mostra um avanço em relação aos 54 milhões de consumidores verificados em setembro.

O avanço da inadimplência também foi sentido na comparação mensal: o número de CPFs negativadosavançou 1,26% em outubro deste ano em relação a setembro. Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, apesar dos incentivos dados pelos birôs de proteção ao crédito nos últimos meses por conta dos feirões de renegociação de dívidas e pela procura ativa por parte dos credores para cobrar as dívidas, o indicador reflete a dificuldade dos consumidores em quitar os compromissos financeiros.

“A dificuldade de sair da inadimplência está relacionada ao atual cenário de enfraquecimento da atividade econômica brasileira, agravado pela inflação elevada, que corrói o salário dos trabalhadores, e pelos juros altos, que aumentam o valor das dívidas”, explica a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Mudança no cenário até dezembro

Por outro lado, a expectativa dos economistas para os próximos meses – a exemplo do que ocorreu nos anos anteriores – é de moderação deste cenário de aceleração da inadimplência por conta de uma injeção de dinheiro na economia e de campanhas de renegociação de dívidas promovidas pelos birôs de proteção ao crédito em todo o país. “O recebimento das parcelas do décimo terceiro salário, o aumento da oferta de empregos temporários por conta do Natal e principalmente os feirões de renegociação de dívidas devem estimular o consumidor a quitar as pendências em atraso para começar 2015 no azul”, afirma Kawauti.

Dívidas em atraso

O número de dívidas em atraso no mês de outubro (um consumidor pode ter uma ou mais dívidas)cresceu 3,93%, quando comparado a outubro do ano passado. Já na comparação mensal ― outubro deste ano ante setembro ―, o cenário se manteve praticamente estável: a quantidade de pendências sofreu um tímido aumento de 0,06%.

A abertura do indicador por tempo de atraso da dívida na base mensal mostra um aumento expressivo de pendências novas, aquelas com até 90 dias de atraso (+13,55%). “A alta chama atenção por dois motivos: é a maior mostrada pela divisão nos últimos 32 meses, além de vir imediatamente após uma retração de 12,73% do número de dívidas visto em setembro. Essa retração de dívidas mais novas [até 90 dias] no mês de setembro é consequência das campanhas de renegociação de dívidas. Daí no mês de outubro, essas dívidas recentes retornaram à base do SPC”, explica Kawauti.

Número médio de dívidas

Com o forte aumento no número de devedores inadimplentes (+1,26%) e, no sentido oposto, a estabilidade no aumento do número de dívidas (+0,06%), a quantidade média de pendências por pessoa recuou entre setembro e outubro: de 2,113 para 2,088. “Por conta disso, o número médio de dívidas em outubro foi o menor desde maio deste ano, quando a média fora de 2,007”, afirma a economista.