Delcídio do Amaral voltou a manifestar irritação com o governo, com o PT e com Lula. Ele relatou a pessoas que o visitaram na prisão ter a convicção de que o STF (Supremo Tribunal Federal) só não autorizou a sua saída do cárcere, no fim de 2015, porque nenhum dos atores políticos citados se moveu para que ele obtivesse o benefício.
O humor do senador voltou a preocupar o governo.
Antes do julgamento do habeas corpus do senador, em dezembro, circulava a informação, no próprio STF, de que era grande a possibilidade de a turma encarregada de julgá-lo determinar a revogação da prisão. No dia da decisão, surpresa: o ministro Teori Zavascki despachou sozinho. E manteve o parlamentar na cadeia.
Delcídio deve anunciar nas próximas horas se vai aderir à delação premiada. Ele sinalizou nesse sentido ao contratar o advogado Antonio Figueiredo Basto, especialista em acordos de colaboração com a Justiça. Ao mesmo tempo, manteve a equipe que o acompanhava até então, e que é contrária a esse tipo de acordo.
Caso faça a delação, ele abrirá, na prática, mão de defender seu mandato parlamentar. O acordo de colaboração sempre prevê a confissão dos crimes