Leonardo disse que Casa deve abrir concurso em 2014 (Foto: Ascom/Câmara)
Em meio ao descontentamento da população com a classe política, a Câmara de Vereadores de Caruaru apresenta um alto número de cargos comissionados – a maioria deles ocupada por pessoas que fazem parte da assessoria de gabinete dos parlamentares – em relação aos efetivos.
Atualmente, são exatos 262 comissionados, contra apenas 46 efetivos. Ou seja, para cada cargo efetivo, existem pouco mais de seis vagas para contratados sem prévia aprovação em concurso público.
Os comissionados, geralmente, são indicados por vereadores que procuram contemplar aquelas pessoas que os ajudaram durante a campanha eleitoral. É o caso, por exemplo, de algumas lideranças da zona rural que trabalham na assessoria parlamentar da Casa.
A lista com os salários dos servidores da Casa Jornalista José Carlos Florêncio foi obtida pelo blog por meio da Lei de Acesso à Informação. Os números, como não poderiam deixar de ser, são impressionantes. Enquanto os 46 servidores efetivos – aqueles que entraram através de concurso – consomem R$ 90.306,18 na folha de pagamento, os comissionados geram um gasto para os cofres públicos de R$ 408.159,47.
Outro detalhe é que muitos dos cargos comissionados são ocupados por pessoas que não dão expediente na Câmara.
Em Caruaru, cada vereador tem uma média de nove assessores diretos. Se forem eleitos para a Mesa Diretora, ganham mais dois ou três cargos.
De acordo com o presidente da Câmara, Leonardo Chaves (PSD), apenas um concurso foi realizado na história da Casa. Isso ocorreu em 1998, quando foram abertas cerca de 60 vagas. Por coincidência, o certame foi promovido na época em que Leonardo estava no comando do Legislativo. “Foi o primeiro e único”, afirmou.
A promessa, contudo, é de que um novo concurso aconteça em 2014. “Só não faremos neste ano porque eu peguei a Câmara com uma série de problemas e uma reforma inacabada”, explicou Leonardo. Ele informou ainda que sua meta é fazer um amplo levantamento após o recesso parlamentar para identificar a necessidade de pessoal.
A ideia do atual presidente é criar vagas para todos os setores, incluindo o da comunicação.