A importância do desenvolvimento infantil para construção da sociedade será o tema principal do IV Encontro do Programa Mãe Coruja, que acontece nesta quinta-feira (2), das 9h às 18h, no Teatro Tabocas, no Centro de Convenções de Pernambuco. O encontro vai reunir cerca de 500 pessoas, entre profissionais e técnicos que atuam no programa, da Região Metropolitana do Recife ao Sertão do Estado. O tema que será tratado durante o encontro foi apresentado ao governador Paulo Câmara e a primeira-dama Ana Luiza Câmara, nesta quarta (1º), no Palácio do Campo das princesas. O “mini-seminário” também contou com a participação da idealizadora do programa, Renata Campos, gestores e secretários estaduais cujas pastas desenvolvem ações articuladas e intersetoriais junto ao programa.
Ao classificar o “time” do Mãe Coruja como “aguerrido”, a coordenadora do programa, Bebeth de Andrade de Lima destaca a importância da realização do evento para formação dos profissionais. “A gente avança com a ciência e tecnologia, mas o investimento no capital humano, no conhecimento e naquilo que a gente pode aprender e levar para cada espaço desse Pernambuco é fundamental. Temos o cuidado de alinhar o conhecimento, mas sabemos que os profissionais trabalham de uma forma no Sertão, de outra na Mata e no Agreste. Esperamos, então, que com esse encontro, esses profissionais saiam fortalecidos e animados para enfrentar os novos desafios que a cada ano se renovam”, pontua.
Com palestra magna, às 9h55, proferida pela conferencista internacional Anna Lúcia Campos, investigadora especialista em neurociência educacional e desenvolvimento infantil, o encontro vai trazer o olhar da neuroeducação na infância. Ainda no turno da manhã, a coordenadora do programa, apresentará balanço dos resultados alcançados pelo Mãe Coruja de 2007 até o período atual. À tarde, a partir das 14h, a programação segue com a discussão sobre os espaços do cuidado da Primeira Infância, desde a gestação ao nascimento. “A forma de nascer: uma marca para toda vida” será tema da mesa redonda com a enfermeira Tatianne Frank, do grupo de Pesquisas Narrativas do Nascer da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A programação segue às 15h05 com a terapeuta ocupacional e doutora em Saúde da Criança e do Adolescente da UFPE, Miriam Guerra, que fala sobre “O cuidado no desenvolvimento infantil”. Em seguida, o diretor presidente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Eduardo Queiroz, apresenta palestra “A produção do conhecimento na Primeira Infância”. Por fim, o “Marco legal da Primeira Infância – legislar pelas crianças” será o tema da palestra da deputada estadual Simone Santana.
Premiado internacionalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA) por ter se tornado referência no cuidado e atenção na área materno-infantil, o Mãe Coruja conseguiu reduzir a mortalidade infantil em Pernambuco de 25,8 por mil nascidos vivos, em 2007, para 16 por mil, em 2012. Agora, o “novo desafio” do programa, destacado por Bebeth de Andrade Lima, é investir no desenvolvimento infantil.
“Continuamos com o desafio de reduzir a mortalidade, mas agora as crianças já não morrem tanto e precisamos cuidar melhor delas. Então, o foco hoje do Mãe Coruja está muito voltado para o desenvolvimento infantil, o cuidar dessa criança até que ela consiga ter condição ideal de entrar na escola e ser uma cidadão de direito e prioridade. Por isso, nesse momento nós vamos trocar experiências e alinhar conhecimentos para seguir essa nova caminhada, a universalização do Programa Mãe Coruja”, explica Bebeth de Andrade Lima.
O PROGRAMA – Instituído como política pública através da Lei 13.959, o Mãe Coruja está presente em 105 municípios, sendo 103 com gestão estadual e dois com cooperação técnica entre o Estado e as cidades de Ipojuca e Recife. Em todos os municípios onde o programa está presente existe um espaço de referência denominado Canto Mãe Coruja, destinado ao acolhimento, monitoramento e promoção de ações intersetoriais envolvendo 14 secretárias estaduais. O Mãe Coruja Pernambucana contabiliza hoje cerca de 140 mil mulheres cadastradas e 80 mil crianças acompanhadas. O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e Maternidade do Ministério da Saúde apontam uma redução de 45% na mortalidade infantil em Pernambuco. A taxa foi reduzida, em média, no mesmo período, em 14% nos municípios do Mãe Coruja e em 5% em todo o Estado, de acordo com dados do Comitê Estadual de Morte Materna.