Temer é a favor de revisão no Mercosul

Do Jornal do Brasil

O presidente interino do Brasil, Michel Temer, declarou numa entrevista de rádio, nesta sexta-feira (24), que o bloco comercial Mercosul precisa ter seus termos revisados.

Reportagem da Reuters fala sobre a criação do Mercosul, que foi criado em 1991 para facilitar as trocas comerciais na América do Sul e como o grupo vem se tornando num fórum político desde a entrada da Venezuela em 2012. O ministro das relações exteriores, José Serra, já afirmou que também é a favor da volta do bloco para assuntos econômicos.

“Nós precisamos rediscutir o Mercosul nesse momento, não para eliminá-lo, mas para nos dar uma posição mais segura de forma que possamos buscar ampliar nossas relações com outros países.” Temer disse.

Tratou também da crise econômica, uma vez que o presidente interino está no posto para tirar o Brasil da sua pior recessão, através do conserto de suas finanças públicas e restaurando a confiança no empreendedorismo.

A Venezuela, que está sofrendo uma profunda crise econômica e política, com falta de suplementos e hiperinflação, está destinada a ter a cadeira da presidência do Mercosul esse mês, por conta da rotação da posição. O país era um grande aliado do governo de Dilma Rousseff, que sofre um processo de impeachment por conta de pedaladas fiscais. Mas o governo centro-direita de Temer se distanciou de Caracas.

Além disso, a reportagem fala que nessa mesma entrevista, Temer falou sobre a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia, alegando que foi uma decisão política e que o Brasil estaria pronto para encarar as consequências econômicas da saída.

Ministro Armando discute acordo Mercosul

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniram ontem (22), em Assunção, no Paraguai, com suas contrapartes de Paraguai, Uruguai e Argentina, para discutir a proposta que será apresentada à União Europeia (UE) até o final do ano.

Em junho deste ano, durante reunião com a comissária Europeia para o Comércio, Cecilia Malmström, e representantes do Mercosul, em Bruxelas, as autoridades reafirmaram a importância de aprofundar e ampliar a relação entre os dois blocos. O comunicado conjunto divulgado ao final do encontro destacou importantes pontos sobre o estado das negociações para um Acordo de Associação abrangente e satisfatório e indicou o último trimestre do ano para o início da troca de ofertas.

Para o ministro Armando Monteiro, será possível cumprir o cronograma e iniciar a troca de ofertas no prazo acordado. “No Mercosul temos percebido que as posições estão bastante convergentes”, avalia. A troca de ofertas entre os dois blocos, segundo o ministro, é um sinal de amadurecimento comercial e vai permitir que de fato o acordo de livre comércio se concretize. “É sem dúvida um avanço nas relações comerciais entre os dois blocos”, disse.

Após Mercosul, Humberto articula pauta da semana no Congresso

Terminada a XXXIV Sessão Ordinária do Parlamento do Mercosul (ParlaSul), em que representou o Congresso Nacional brasileiro, o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, deixou Montevidéu com destino a Brasília, onde desembarca na tarde desta terça-feira (22). Humberto chega à capital federal e segue direto para o Senado, com a finalidade de discutir a pauta legislativa da semana com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e demais líderes partidários.

Outro desafio importante do dia é a sessão do Congresso, marcada para 19h. A base governista está discutindo sobre como proceder em relação a ela, tendo em conta que está prevista a análise de vetos presidenciais com sérios impactos orçamentários. Os textos em questão referem-se a projetos da chamada pauta-bomba aprovados por deputados e senadores, que foram vetados pela Presidência da República diante das ameaças que oferecem às contas públicas. A estimativa é de que, se passarem, essas leis aumentem as despesas da União em mais de R$ 127 bilhões.

“Vamos trabalhar para que os vetos sejam mantidos. São matérias que podem causar danos irreparáveis ao equilíbrio fiscal. Não entro nem no mérito dessas normas vetadas, se são justas ou não. A questão é que o país não está em condição de dar sequência a pautas que aprofundem o desequilíbrio econômico. Nessa linha, contamos com que a oposição não aja de maneira irresponsável. Derrubar os vetos não é impor derrota ao governo, mas ao Brasil”, explicou Humberto.

ParlaSul – Em Montevidéu, onde esteve reunido desde domingo com parlamentares de Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, o líder do PT se somou à preocupação dos colegas com a crise síria, que já resulta na maior quantidade de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. O tema tomou conta da Comissão de Direitos Humanos do ParlaSul porque o drama humanitário tem imposto aos países do bloco uma preparação para ajudar os sírios que migram para os integrantes do Mercosul.

“É uma questão de direitos humanos. Essa massa de refugiados tem de ser acolhida pelos Estados de todo o mundo. O Brasil já acolhe mais sírios do que muitos países europeus, como Itália e Espanha. Já demos refúgio a mais de dois mil deles, assim como a milhares de haitianos. Mas precisamos integrar melhor essa política intrabloco”, avaliou Humberto.

Os senadores e deputados do Mercosul também trataram de temas ligados a comércio, economia, meio ambiente, educação, cultura, ciência, tecnologia, esporte, moradia, saúde, meio ambiente e turismo.

O ParlaSul foi constituído em 2006 e é um órgão, por excelência, representativo dos interesses dos cidadãos dos Estados Partes do bloco: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A Venezuela, ainda em processo de adesão, e demais países associados, participam das sessões com direito a voz, mas não a voto.

Ao Mercosul, Humberto denuncia golpismo em curso no Brasil

Líder do PT no Senado e representante do Congresso Nacional brasileiro no Parlamento do Mercosul (ParlaSul), o senador Humberto Costa (PE) desembarcou em Montevidéu, no Uruguai, nesse fim de semana, para reunião plenário do órgão, que ocorre nesta segunda-feira (21). Mas, já na noite desse domingo, o líder do PT teve encontro com parlamentares da ala progressista dos países do bloco em que denunciou o “clima de golpismo que está em curso no Brasil”.

“A democracia brasileira se encontra, neste momento, sob forte ataque, com ameaça real de um golpe de Estado”, alertou Humberto, que recebeu apoio dos congressistas de Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Os parlamentares das delegações do Mercosul fizeram uma defesa intransigente dos regimes democráticos no bloco e rechaçaram qualquer tentativa de abreviar mandatos de governantes legitimamente eleitos, como ocorreu no Paraguai há três anos.

Em junho de 2012, o presidente do país vizinho, Fernando Lugo, que não tinha base parlamentar, foi derrubado pelo Congresso do país, em uma manobra política extremamente controversa, que ficou conhecida como “golpe paraguaio”. O país foi afastado do Mercosul e da Unasul por “ruptura da ordem democrática” até realizar novas eleições presidenciais, quando foi readmitido nos dois blocos.

Nesta segunda-feira, a delegação brasileira se reuniu nas primeiras horas da manhã para discutir estratégias de posicionamento sobre o comando das nove comissões temáticas do ParlaSul, cujos titulares serão definidos no encontro de hoje. A partir do meio dia, terá início a XXXIV Sessão Ordinária do Parlamento do Mercosul.