Pedro Augusto
Os consumidores de Caruaru e região estão reclamando dos preços dos ovos de Páscoa praticados neste ano. Surpresos com a alta dos valores, que foi noticiada recentemente pela imprensa nacional, até o presente momento eles não vêm frequentando em massa as gôndolas dos supermercados. Os que têm se arriscado a circular por elas têm se mostrado insatisfeitos com o reajuste variando na casa dos 8% a 10%. Um exemplo disso é o representante comercial Magno De Lavor. Com várias contas a pagar, ele decidiu suspender em 2015 a compra do produto.
“Geralmente presenteava a esposa e os sobrinhos, mas agora com esses valores absurdos não vai ter jeito. Comemoraremos a Páscoa deste ano sem ovos de chocolate”, criticou Magno. O aumento dos preços, de acordo com os especialistas, foi provocado especialmente devido à cotação elevada do dólar, que influencia diretamente no preço do cacau – principal matéria-prima da guloseima. No Brasil, este último é boa parte importado da África. Outros fatores que determinaram os reajustes corresponderam ao acréscimo nos valores das embalagens e brinquedos.
Assustado com os preços do produto, o autônomo Marcelo Barbosa vai adotar uma tática diferente em 2015. “Sempre fiz questão de adquirir ovos de marca, mas neste ano mudei de ideia. Como os valores estão salgados demais e o dinheiro está pouco, entupirei a mala do carro com ovos caseiros. Além de serem mais baratos, possuem qualidade.”
Em pesquisa na manhã da última terça-feira (3), num supermercado da cidade, o comerciante Robson dos Santos também não gostou de nada do que viu. A alternativa, segundo ele, é reduzir neste ano o número de ovos presenteados. “Nunca deixei de comprar para toda família, mas este ano está difícil. Os ovos da linha infantil, por exemplo, subiram demais de preço. Ainda bem que pesquisei antes para não ser surpreendido depois. Quando for adquiri-los deixarei a criançada em casa, pois eles sempre escolhem os mais caros”, destacou Robson.
Cientes da atual realidade do mercado, algumas redes de varejo de Caruaru estão facilitando a aquisição do produto no intuito de atrair ainda mais consumidores. No Bonanza, por exemplo, segundo o seu gerente Márcio Silva, os clientes estão podendo parcelar a compra em até três vezes sem juros. “Apesar de os ovos estarem mais caros, devido a todos esses fatores citados, acreditamos que a nossa rede venderá em torno de 15% a mais em relação à Páscoa do ano passado. Até agora a demanda pelo produto encontra-se satisfatória, porém deverá aumentar ainda mais nas próximas semanas. Quem não quiser pagar à vista poderá dividir em até três vezes com parcela mínima de R$ 15.”
De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a tendência é de que em 2015 o número de ovos comercializados em todo o país fique no mesmo patamar da Páscoa do ano passado. Dentre os entrevistados, 55,8% disseram acreditar que as vendas ficarão no mesmo nível de 2014, enquanto 17,3% previram vendas mais fracas e 26,9% estimaram um resultado superior ao obtido um ano antes. Neste ano, o domingo de Páscoa cairá no dia 5 de abril.