Respeito aos direitos humanos pode fragilizar segurança na França, avalia professor

Da Agência Brasil

A França é um país visto internacionalmente como símbolo da liberdade, da tolerância e do respeito aos direitos humanos. Exatamente por esse motivo é mais vulnerável a ataques terroristas. Esta é a opinião do professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Estevão de Rezende Martins.

Para Martins, a França tem um cuidado especial com o respeito aos direitos humanos e isso gera fragilidade na segurança do país. “Nos Estados Unidos, por exemplo, eles têm o chamado ato patriótico, que suspende garantias. Isso não acontece na França”, disse.

O “ato patriota” é uma lei dos Estados Unidos, aprovada após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que tem por objetivo reforçar a segurança interna e aumentar os poderes das agências de cumprimento da lei para identificar e prender terroristas. A lei é controversa. Há quem acredite que é útil nas investigações e prisões de terroristas, mas há quem critique por entender que ameaça direitos civis.

Na França, suspeitar que um cidadão tenha relação com agentes terroristas não é razão suficiente para prendê-lo, disse o professor. “Isso cria um entrave para as ações dos serviços de segurança”, explicou.

No entanto, após os atentados de ontem (13), em Paris,, o Conselho de Ministros da França baixou hoje (14) decreto declarando estado de emergência no país com vigência imediata em toda área metropolitana da capital francesa e também na Córsega. O decreto dá poderes à polícia para impedir a circulação de pessoas na capital francesa, permite o acesso à casa de qualquer pessoa cuja atividade seja considerada perigosa, o fechamento provisório de salas de espetáculo e de lugares públicos que reúnam muitas pessoas, o recolhimento de armas e também a realização de buscas administrativas.

Para Estevão Martins, como o atual governo é do partido socialista, há um receio dos governantes franceses em adotar táticas duras de repressão, pois são consideradas bandeiras da extrema-direita. “Mas, para algumas pessoas, o direito às liberdades públicas pode ser interpretado como liberdade demais, principalmente após um atentado como o de ontem”.

Na opinião do professor, depois que a França declarou guerra ao Estado Islâmico e realizou bombardeios na Síria, criou um espaço ideal de ataque. Estevão Martins considera provável que os terroristas sejam cidadãos franceses “e pouco importa a origem, pois ao serem cidadãos, fica mais difícil coibir. “O ladrão não avisa, simplesmente ataca”.

O professor afirmou ainda que a ação foi organizada e “eles certamente tiveram treinamento militar e disciplina armada”. Um dificultador na coerção destes atos, observou, é o fato de que eles têm a ideologia do heroísmo, onde perder a vida não é um problema. “É uma lógica contrária à ocidental, da defesa da vida. Essa lógica não se aplica aos terroristas, que não têm problema em perder a vida. Então eles desconcertam, desarmam o outro”.

Até agora, não há brasileiros entre os feridos do Bataclan, informa cônsul

Da Agência Brasil

A cônsul do Brasil em Paris, Maria Edileuza Fontenele Reis, visitou hoje (14) no hospital os dois brasileiros feridos nos ataques da sexta-feira à noite e constatou que eles estão fora de perigo. As famílias dos dois, que moram em São Paulo e estavam com um grupo no restaurante Le Petit Cambodge, já estão a caminho de Paris. Embora a identificação das vítimas ainda não tenha sido concluída, a cônsul diz que, até o momento, o governo brasileiro só foi informado sobre a existência dessas duas vítimas. “Esperamos que não haja outras vítimas”, afirmou.

Seis atentados terroristas, reivindicados pelo Estado Islâmico, mataram 129 pessoas e deixaram 352 feridos na capital francesa. Pelo menos 99 pessoas estão em estado grave.

O consulado estima que cerca de 80 mil brasileiros vivem na França, mas o número pode ser ainda maior, já que nem todos se comunicam com as autoridades brasileiras. O consulado mantém, desde sexta à noite, um plantão para atender a brasileiros que moram no país ou parentes em busca de informações. O telefone de plantão do consulado é +336 80 12 32 34. O órgão também atende pelo Facebook ou pelo e-mail consulat.cgparis@itamaraty.gov.br. “Estamos respondendo a todos que nos procuram”, afirmou Maria Edileuza.

Em nota na página no Facebook, o consulado brasileiro recomenda que os cidadãos brasileiros que moram na França, especialmente em Paris, “façam contato com seus familiares no Brasil para tranquilizá-los”. Pede ainda “que os cidadãos restrinjam a circulação pelas ruas da capital francesa e pelo país, até que a situação se normalize”.

Autoridades divulgam novo balanço de ataques em Paris: 129 mortos e 352 feridos

Balanço divulgado no final da tarde deste sábado (14) pelas autoridades francesas informa que os atentados de sexta-feira em Paris fizeram 129 mortos e 352 feridos, 99 dos quais estão em estado grave. As informações são da Agência Lusa.

O balanço foi divulgado em entrevista coletiva pele procurador de Paris, François Molins, que acrescentou que “sete terroristas morreram durante a sua ação criminosa”, seis dos quais homens-bomba. Um deles já foi “formalmente identificado”, disseram as autoridades.

As primeiras conclusões da investigação sugerem que “pelo menos três equipes” de terroristas perpetraram os atentados. Eles usaram vários veículos, um dos quais com placa da Bélgica e alugado por um francês. Em dos ataques, o casa de shows Bataclan, onde morreram pelo menos 89 pessoas, os terroristas gritaram frases relativas à Síria e ao Iraque.

Nos seis ataques, foram contabilizadas várias centenas de disparos de calibre 7,62 mm, segundo o procurador, que indicou que os atacantes utilizaram metralhadoras ‘kalashnikov’.

Molins confirmou que foi encontrado um passaporte sírio junto ao corpo de um dos atacantes que perpetraram o ataque ao Estádio de France. Também confirmada foi a informação de que um dos terroristas foi identificado como sendo um cidadão francês, de 30 anos, residente em Courcouronnes, nos arredores de Paris, e conhecido das autoridades por pequenos delitos cometidos entre 2004 e 2006.

As autoridades detiveram hoje de manhã três pessoas, uma das quais na fronteira entre a França e a Bélgica.

Monumentos de vários países se iluminam com cores da França

Da Agência Brasil

Monumentos em vários países foram iluminados com as cores da bandeira francesa na madrugada da sexta-feira (13) para o sábado (14), após os atentados terroristas que aconteceram em Paris, num gesto de solidariedade às vítimas.

No Brasil, a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o estádio Beira Rio, em Porto Alegre, foram iluminados de branco, azul e vermelho e receberam um “merci” (obrigado) da prefeita de Paris, Anne Hidalgo. “O mundo expressa sua solidariedade fraternal aos parisienses. Do fundo do meu coração, obrigado. Estamos unidos”, afirmou Hidalgo, em sua página na internet.

Nos Estados Unidos, vários prédios importantes entraram na onda de apoio à França, como os dois edifícios mais famosos de Nova York – o Empire State e o One World Trade Center – se revestiram com as cores francesas, bem como a Prefeitura de San Francisco. Em Washington, o time de hóquei Washington Capitals prestou um tributo ao povo da França iluminando o campo de gelo com a cores da República francesa antes do jogo contra o Calgary Flames na noite de ontem.

A onda de homenagens também chegou ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, na Alemanha, e ao México, onde o monumento Angel de la Independencia e o Senado, na capital, foram iluminados. Outros monumentos, como a Pearl Tower, em Shangai, na China, a Sydney Opera House, na Austrália, a torre de Toronto, no Canadá, e o Estádio de Wembley, em Londres, Reino Unido, prestaram a mesma homenagem.

Em Portugal, a Torre de Belém, em Lisboa, e o Teatro Rivoli, na cidade do Porto, vão iluminar-se neste sábado (14) à noite com as cores da bandeira francesa, em solidariedade às vítimas dos atentados.

Com informações da Rádio França Internacional e da Agência Lusa

‘Somos todos franceses’, diz Dilma Rousseff em carta a François Hollande

Da Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff enviou neste sábado (14) uma carta de solidariedade ao presidente da França, François Hollande, depois dos ataques que mataram pelo menos 128 e deixaram 300 feridos, dos quais 80 em estado grave, na noite desta sexta-feira (13) em Paris. No texto, a presidente repudia os atos terroristas, classificando-os como “covardes“.

“Recebi com profunda consternação a notícia dos covardes atentados terroristas. Neste momento de choque e tristeza, os corações e mentes dos brasileiros estão com os feridos e as famílias das vítimas fatais“, diz o documento.

Dilma ainda expressa solidariedade ao povo e governo da França e “condena esses atentados de forma veemente”.

“Estou certa de que a nação francesa saberá enfrentar com altivez e determinação esse momento difícil, e dele sairá mais forte e coesa”, afirma.

Dilma diz acompanhar recuperação de brasileiros feridos em atentado em Paris

Do Estadão Conteúdo

A presidente Dilma Roussef afirmou neste sábado, 14, no Twitter, que está acompanhando a recuperação dos dois brasileiros feridos no “bárbaro atentado terrorista” em Paris, na França.

“Fico feliz porque a jovem não teve maiores sequelas e desejo pronta recuperação ao rapaz ainda hospitalizado”, comentou.

As informações são de que o casal estava no restaurante Le Petit Cambodge, nas proximidades do Canal Saint-Martin, um dos locais onde ocorreram os tiroteios. Os nomes não foram divulgados porque será necessário, primeiramente, contatar as respectivas famílias.

Dilma comentou também que se deve “combater sem trégua os atos hediondos cometidos em Paris”. “Reitero minha solidariedade ao presidente François Hollande e ao povo francês.” Seis atentados simultâneos ocorridos ontem à noite em diversos pontos de Paris causaram a morte de mais de 120 pessoas. O Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques.

Estado Islâmico reivindica ataques que presidente francês qualificou como ‘ato de guerra’

Da Agência Lusa

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje (14), em comunicado, os atentados terroristas de ontem (13) à noite em Paris, que causaram pelo menos 127 mortos e 180 feridos.

“Oito irmãos, com coletes explosivos e espingardas de assalto, visaram os locais escolhidos cuidadosamente no coração de Paris”, indicou o comunicado do grupo terrorista.

“Que a França e aqueles que seguem seu caminho saibam que serão alvos do Estado Islâmico”, acrescentou a organização extremista sunita.

De acordo com o comunicado, os ataques de Paris foram uma resposta aos “bombardeamentos dos muçulmanos na terra do califado”, termo que o grupo utiliza para designar as regiões do Iraque e da Síria controladas pelo grupo.

A França participa da coligação internacional que realiza ataques aéreos contra os jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

O presidente francês, François Hollande, já tinha atribuído os ataques ao grupo terrorista, que qualificou como um “ato de guerra” cometido por “um exército terrorista” contra a França.

François Hollande pediu aos franceses “unidade e sangue-frio”, ao mesmo tempo em que decretou o “luto nacional por três dias”, na sequência dos ataques terroristas de sexta-feira.

“O que aconteceu ontem é um ato de guerra (…) que foi cometido pelo Estado Islâmico, organizado a partir do exterior e com cúmplices interiores que o inquérito deverá estabelecer”, afirmou Hollande.

O presidente da França acrescentou que falará segunda-feira (16) no Parlamento francês, para informar sobre as medidas que adotará.

Os ataques terroristas ocorreram em pelo menos seis locais diferentes da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o estádio nacional, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.

A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controle de fronteiras na sequência do atentado classificado por François Hollande classificou como “ataques terroristas sem precedentes no país”.

Atentados em Paris têm mais de 127 mortos e 180 feridos

Da Agência Brasil

Fonte policiais francesas afirmaram hoje (14) que os atentados terroristas desa sexta-feira (13) à noite, em Paris, causaram pelo menos 127 mortos. Há 180 feridos, 80 dos quais em estado crítico,

Oito terroristas, todos com coletes de explosivos, atacaram sete locais, entre eles uma sala de espetáculos e o estádio nacional, onde ocorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha. Segundo a polícia, os oito terroristas foram mortos em operações de segurança.

A França decretou o estado de emergência e fechou as fronteiras para controlar a saída de entrada de pessoas. O presidente François Hollande classificou os acontecimentos dessa sexta como “ataques terroristas sem precedentes no país”.

Estes foram os atentados mais sangrentos na Europa desde os ataques em Madrid, em 2004. Oficialmente, os atentados ainda não foram reivindicados. “Esta terrível provação (…) sabemos de onde vem, quem são estes criminosos, que são estes terroristas”, afirmou Hollande.

O ministério do Interior francês pediu, em comunicado aos parisienses, que se mantenham em casa, e divulgou um número de informações ao público. “As pessoas que se encontrem em casa, em casa de amigos, ou em instalações de trabalho na região parisiense, devem evitar sair, salvo em caso de necessidade absoluta”, de acordo com a página do ministério na internet. A prefeitura de Paris já havia feito essa mesma recomendação ainda na noite de ontem, tendo cancelado também várias linhas de metrô, trem e ônibus que levam aos locais que foram foco dos atentados.

As autoridades criaram uma plataforma online, www.securite.interieur.gouv.fr, para reunir testemunhos que possam ajudar nas investigações.